Mesmo com os dedos,
Com a calma,
Com a destruição das casas,
Com o verde gasto
E a presença de energia,
O Maquinário não se mexe.
Mesmo com o espaço,
Com a leveza,
Com o tempo e a paciência,
Com a ausência de toques,
De arrastes e cliques,
O maquinário não se move.
Mesmo com os anos,
Com os esforço e tentativas,
Com os gritos e o choro,
Com as tentativas sem brilho,
Com os toques e os retoques,
Com a ajuda e a solidão,
Com as nuvens estampadas no rosto,
Com a dor e o incentivo,
Com a ânsia e o nervosismo,
Com o reflexo dissonante,
Com a montanha a frente,
Com o obstáculo ou mesmo sem,
O maquinário não transloca, não desloca, não desliza.
Sem a carne de 5 cilindros
Transfigura-se em sólido gélido.

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A Garota que Engolia Navalhas
PoesiaDesespero, desesperança, insuficiência, murmúrios, lamentos e criação. Tecendo com os fios da própria agonia como uma navalha afiada, cortando fundo nas feridas da própria existência fragmentada. Descubra a beleza sombria dos poemas que emergem de u...