O contrato mágico

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Eu estava muito nervosa para a assinatura do contrato mágico. Se Malfoy concordasse, começaríamos o que o ministro chamou de "ano sabático" no dia seguinte, por isso eu já tinha uma mala pronta.

Contei aos meus pais e amigos que ganhei uma promoção no trabalho e teria a oportunidade maravilhosa de chefiar o setor de direitos das criaturas mágicas e dos nascidos trouxas. Meus amigos ficaram felizes por mim. Harry e Gina até estouraram champagne para comemorarmos. Mas, bem depressa, o assunto da noite passou a ser a gravidez de Luna e o casamento de Neville. Meus pais disseram um "parabéns" educado, mas não se incomodaram quando eu disse que ficaria um ano isolada, sem poder visitá-los.

Na verdade, ninguém realmente lamentou a minha ausência.  

Quando cheguei ao Ministério, estava meio chateada por não ter tido todo o reconhecimento que esperava. Sentei na sala de espera do gabinete do ministro para aguardar ser chamada, quando ouvi Malfoy aos gritos:

- O senhor é um sujeitinho patético, ministro! Pensa que não sei que está fazendo isso por causa daquele seu filho chorão? Eu tinha onze anos, ministro! O seu filho já tinha quase 14! E ele com certeza não te contou que também provocava os sonserinos! Mas nós somos sempre os vilões na narrativa das outras casas perfeitas, não é mesmo? 

Peguei na minha bolsa as orelhas extensíveis que tinha comprado na Gemialidades Weasley e, num movimento com a varinha, as grudei na parede para não perder nenhum detalhe da conversa. 

Ouvi o ministro debochar:

- Malfoy, você não é obrigado a aceitar. Pode mofar mais 5 anos no conforto da sua mansão. Um privilégio, aliás, que nenhum outro comensal da morte teve! Estão todos em Askaban, inclusive o seu papai. 

- Eu não vou aceitar essa palhaçada, seu cretino! Vou te denunciar por assédio moral!!! 

- Bom, Malfoy, você é quem sabe. Sua mãe foi inocentada e está toda feliz com o projeto de caridade dela, né? Tentando recuperar a imagem dos Malfoy! E ela vai acabar conseguindo! Vocês nunca, nunca, nunca pagam o preço por nada, não é mesmo? Mas nós aqui do ministério... bem... podemos atrapalhar o projetinho dela... existem tantas burocracias, tantas taxas, tantos detalhes...

A sala ficou em silêncio por alguns minutos antes de Malfoy finalmente responder:

- O senhor é uma criaturinha mesquinha, nojenta e desprezível, ministro!

- A opinião de um Malfoy com ficha suja como a sua não serve pra nada! Mas eu estou de bom humor e vou dar a você um tempo para ler o contrato antes de recusar o acordo.

De repente, Malfoy gargalhou.

- O que é isso, ministro? A tal dominatrix é... Hermione Granger??? Isso só pode ser uma pegadinha!

- Eu não brincaria com algo tão sério, senhor Malfoy! A senhorita Granger está esperando lá fora para assinar o contrato.

- Du-vi-do! Manda a sabe-tudo entrar. - ele debochou

Fiz um rápido feitiço para esconder as orelhas extensíveis antes do ministro abrir a porta.

- Entre, por favor, senhorita Granger. 

Malfoy me olhava incrédulo. Ele estava mais bonito do que da última vez que nos vimos, há dois anos. Os cabelos loiros cresceram e não estavam mais arrumadinhos e penteados. Tinha barba, um jeito mais rebelde e estava muito mais forte e musculoso. Perdeu a cara de menino, mas continuava com o mesmo ar arrogante de sempre.

- Por que você aceitou essa palhaçada, Granger? 

Suspirei fundo antes de responder:

- Porque fui promovida, meu salário será muito melhor e, daqui a um ano, vou realizar o meu sonho de chefiar o setor dos direitos das criaturas mágicas e dos nascidos trouxas. - optei por responder uma meia verdade e aguardei Malfoy zombar.

Ele não zombou. Ficou olhando para mim com uma expressão que não consegui decifrar. 

- Ministro - disse ele, com um tom mais ameno. - A cláusula sétima diz que para a segurança da dominadora, minha varinha será confiscada e serei proibido de tocar em outra até o fim da minha pena. É isso mesmo?

O ministro sorriu, muito contente com a preocupação de Malfoy: 

- E se você tentar tocar na varinha da senhorita Granger ou em qualquer outra, suas mãos serão queimadas. Queimaduras graves, viu? O senhor estará totalmente à mercê da senhorita Granger! 

O olhar de Malfoy era indecifrável.

- Entendo, ministro. E aqui também diz que o senhor silenciará a propriedade em que ficaremos e colocará feitiços de proteção para que ninguém possa entrar ou sair, correto? 

- Muito bem, Malfoy, vejo que sabe ler. Além de ficar repetindo as cláusulas feito um papagaio, você tem alguma dúvida sobre a... dominação? Entendeu que será escravo da senhorita Granger e que ela poderá fazer o que quiser com o senhor, inclusive te causar dor? A casa terá feitiços especiais que impedirão o senhor de fugir. 

- Mas não haverá nenhum guarda, ministro? Nem para a proteção da... da dominatrix? Interessante... O senhor não quer testemunhas dessa sua... ilegalidade, né? - os olhos de Malfoy brilhavam.

O ministro não respondeu. Ele provavelmente esperava que Malfoy se desesperasse com as humilhações que ele, como escravo, teria que suportar. Mas Malfoy não fez qualquer pergunta sobre isso. Para a nossa surpresa, ele rubricou todas as folhas, assinou e entregou o contrato para mim.

Eu estava tremendo. Já tinha lido a minuta muitas vezes em casa, praticamente decorei as cláusulas. Não olhei para ele quando assinei.

O ministro ficou satisfeito. Aparatou conosco, no dia seguinte, numa casa de campo, no interior do país, fez mais alguns encantamentos, me cumprimentou e desejou sorte.

- Bom trabalho, senhorita Granger. Confio em você! 

Nós entramos na propriedade e ficamos vendo o ministro fazer mais feitiços de proteção para impedir a fuga de Malfoy. Só depois de longos minutos, ele finalmente foi embora, com cara de missão cumprida. 

Malfoy olhava para mim com uma expressão que eu não conseguia decifrar. 

- Muito bem, escravo! - eu tentei falar com a voz mais autoritária que consegui. - Leve as minhas malas para o quarto e volte imediatamente para receber as suas instruções!

- Sim, senhora! - ele respondeu com sarcasmo. 

Não iria ser fácil. 



Um escravo sexual para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora