Feliz aniversário, solidão!

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Seis meses se passaram num piscar de olhos. Eu já não tinha mais o que inventar para as cenas e, em muitos dias, simplesmente o chamava para ver um filme trouxa comigo, comendo pipoca, sem dar nenhuma ordem ou fazer exigências. Escolhia livros trouxas para ele ler e depois ficava fazendo perguntas e compartilhando impressões. Ler e depois conversar sobre o que li: um dos meus passatempos preferidos!

Quando o dia 19 de setembro chegou, não estava preparada para encarar mais um aniversário sozinha. Se meus pais e amigos lembrassem de mandar uma coruja, ela iria direto para o meu gabinete no ministério. O ministro deixou bem claro que o nosso endereço precisava ser anônimo para todos, inclusive familiares. 

Acordei desanimada. Não ia receber nem mesmo um cartãozinho. Queria tanto esquecer a minha vida patética, queria tanto dar a  volta por cima e deixar de ser a boazinha que todos amam explorar... Mas me lembrar de todas as mágoas me fez chorar pela primeira vez em meses.

Hermione é sempre doce, meiga e amiga de todos. Hermione escuta mais do que fala. Hermione sempre perdoa. Hermione compreende. Hermione é uma chaaaaaaaaaaaata que ninguém valoriza de verdade!!! Estava de saco cheíssimo dessa Hermione!!!!

Por volta das 11 da manhã, Malfoy bateu na porta.

- Estou preocupado com você. Sempre acorda tão cedo! - disse, com uma bandeja improvisada repleta de morangos, pães de queijo e suco.  

- Feliz aniversário!!!! Não tenho magia para acender uma vela, mas vou riscar um fósforo trouxa e você faz um pedido!

Fiquei encantada.

- Como você se lembrou do meu aniversário?

- Depois de tantos anos estudando juntos, acabamos nos lembrando dessas coisas. - explicou, desviando o olhar. - Você quer chutar o meu?

-Ai, Pet! Foi em junho, não foi? Dia 5??? Nossa! Você deveria ter me lembrado! Não comemoramos! 

- Não tem problema. Nunca liguei pra aniversário. Faça o seu pedido e sopra o fósforo: 

Eu desejei que desse tudo certo no meu novo cargo no Departamento de criaturas mágicas e nascidos trouxas. Não tinha mesmo mais nada a almejar além de um bom desempenho profissional.

- Hoje vou passar o dia aqui na cama, Pet. Te agradeço pelo café da manhã, mas estou de péssimo humor e não vou sair do quarto... 

- Por quê? - ele perguntou, mordendo um morango.

 - Ah... sempre fico deprimida no meu aniversário. Mas os últimos anos têm sido mais difíceis. Minha relação com meus pais degringolou. Antes éramos tão próximos... nos dávamos tão bem... mas eles ainda não me perdoaram por ter feito o feitiço da memória durante a guerra. 

- Mas você fez o certo! Se não fosse isso, eles seriam torturados e mortos! 

- Eu sei. Mas eles não entendem. Os trouxas não perceberam que a guerra estava acontecendo... 

- Tenha paciência, Granger. Aos poucos, eles vão compreender.

Fiquei com preguiça de brigar com ele por não me chamar de senhora.

- Meus amigos também estão um pouco afastados, Pet... Acho que tenho ciúme dos relacionamentos deles. Queria que me dessem mais atenção, que se importassem mais comigo. Harry e Gina estão noivos e só têm olhos um para o outro. Neville vai se casar em dezembro e não conversa de outra coisa. Luna está grávida e todo mundo só fala disso. Ron está por aí aproveitando a fama de herói de guerra e pegando todas as fãs que aparecem...  ele nem deve se lembrar mais do nosso namoro! Já eu estou aqui no meio do nada cumprindo pena com um ex comensal da morte sem receber nem mesmo um cartão de aniversário. Acho que ninguém sente a minha falta lá no Ministério e nem em lugar nenhum do planeta!!!

De repente, percebi o que tinha falado:

- Me perdoa, Malfoy. Eu não quis magoar você.

Ele sorriu do jeito sarcástico de antes:

- A verdade não me magoa. Você realmente está em prisão domiciliar sem ter cometido crime algum. O ministro nunca te mandou nem mesmo uma coruja nesses seis meses pra saber se você está bem, né? 

- Não... vai ver ele esqueceu de mim também! - coloquei o travesseiro em cima do rosto. - Eu quero passar o dia de hoje so-zi-nha! Vai arrumar o que fazer e me deixa aqui com a minha dor, por favor!

- Não! - ele respondeu num tom que eu não reconhecia e com fúria no olhar. - Você está patética fazendo esse drama todo! Não combina com você ficar choramingando, mendigando atenção da sua turminha de insuportáveis!

Senti um calafrio e meu coração disparou. O olhar dele era frio e faiscava de raiva. Aquele era o Malfoy verdadeiro. Não tinha nada de pet. Não era doce. Não era inofensivo. Procurei a minha varinha. Estava longe, na estante de livros. Ele tinha pelo menos 50 quilos a mais do que eu. Se quisesse me matar, não precisaria de magia.

Ele se deitou na cama em cima de mim sem pedir licença. 

- Me deixa te ajudar a relaxar... - pediu, num tom mais brando. Sorriu. Suspirei, vencida. Era impressionante como ele ficava mais e mais lindo a cada dia que passava!

Ainda não tínhamos feito nada além de sexo oral. Pensei que ele queria finalmente me penetrar e deixei, mas ele apenas me beijou. Beijo na boca era um limite para mim como dominatrix, mas como nunca expliquei para ele direito, apenas retribuí.

Um beijo doce, lento. Nossas línguas se encontraram e começaram uma dança erótica. Parecia que já tínhamos nos beijado antes, tamanha a compatibilidade.  

Ele mordeu meu pescoço de leve e foi descendo, descendo, até encontrar o clitóris e lamber devagar. Não falei nada, entregue às sensações. Em vez de me fazer gozar com a língua, como tantas outras vezes, ele escalou o meu corpo até que seu pau encontrasse a minha buceta. 

Nunca tive prazer dessa forma, mas não queria que ele parasse.

Penetrou devagar, porém profundamente. Estava me esticando por dentro. Não senti dor, mas um pouco de desconforto. Fazia muito tempo desde a última vez que tive um homem dentro de mim.

Aumentou a velocidade. Olhava dentro dos meus olhos, estudando as minhas reações. Eu gemia alto, sentindo que o orgasmo estava quase chegando. Movi os meus quadris para acompanhar seus movimentos frenéticos, cada vez mais rápidos. A cama começou a ranger com a intensidade e a força das estocadas. 

Ele começou a meter cada vez mais forte e mais fundo.

Finalmente gozei com um gemido estrangulado e ele se esvaziou, em seguida, dentro de mim, gritando muito alto. Acho que ele nunca tinha gritado desse jeito antes. Parecia ter sido um orgasmo mais intenso para ele dessa vez. O mais fascinante foi ouvir o meu nome  saindo da boca dele espontaneamente, enquanto gozava: 

HERMIONE!


Um escravo sexual para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora