Pedido de desculpas

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Depois que me acalmei, Malfoy fez vários feitiços para apagar as provas de que estivemos na casa de campo. Mesmo chateado comigo, se importou em verificar se eu já estava melhor mentalmente e fez questão de me acompanhar até o meu apartamento antes de seguir para a mansão.

Assim que pisamos no meu condomínio, a minha coruja me achou e me jogou uma pilha de correspondências antigas no colo. A fechadura tinha sido trocada pelo proprietário! Eu me esqueci completamente de pagar o aluguel, a luz, a água... Estava com uma dívida gigantesca e, para piorar, quando mandei uma coruja para o banco solicitando o meu extrato, vi que o maldito ministro não tinha cumprido a palavra e não depositou o meu salário com aumento. O pior é que eu não tinha como reclamar, porque para os burocratas do Ministério, eu havia tirado uma licença não remunerada.

- Vou para a casa do Harry. - decidi, arrastando as malas. 

- E vai explicar como tudo isso pra ele? Não. Você fica na mansão até resolver o problema do apartamento. - ele convidou quando aparatamos na lareira dele. - Eu poderia pagar a dívida pra você, mas o seu orgulho grifinório não vai aceitar... Então vou te emprestar o dinheiro até você começar a receber o seu salário de novo. Nunca pensei que uma sabe-tudo certinha pudesse ser tão irresponsável com as contas! - provocou.  

- Obrigada. Eu... eu queria te pedir desculpas, Malfoy. Por tudo o que falei. Não fui justa com você...

- Vou te fazer uma lista de tudo o que desculpas não resolvem, Granger. 

Aparatamos na lareira da mansão. Malfoy estava de volta à sua prisão domiciliar. 

- O seu problema, Granger, é que você acredita mais em discursos do que em ações. Compra o livro pela capa. Dá mais valor às aparências do que à essência. - ele me acusou. - Olha aí toda a sujeira que fez o seu ministro do lado do bem, do lado certo da guerra. Mocinho ou vilão?

- Eu erro, mas tento sempre ser justa! Se coloca no meu lugar! Olha o tanto de mentiras que você contou! Ou vai pagar de santo agora?

- Não menti coisa nenhuma! Só omiti que não precisava de varinha! E, no seu lugar, jamais aceitaria ficar sozinho no meio do nada com alguém em quem não confio. Mas a imprudência grifinória cegou você, né?

Suspirei fundo. Estava cansada demais. De tudo. O melhor era ir embora e esquecê-lo.

- Você tem razão, Malfoy. Vamos ter um relacionamento estritamente profissional daqui para a frente. Não que seja uma novidade eu ser sua chefe e mandar em você, né?  

- Eu sei que fui um pet inesquecível, se-nho-ra. - ele finalmente abrandou o tom. - Mas você não confia em mim, então não temos como trabalhar juntos.

- Mas é a sua chance de ir para o semi-aberto! Faço questão que você vá!

Malfoy sentou-se no sofá, aparentando cansaço. 

- Tá bem, Granger. Eu vou. Não aguento mais ficar preso em casa! Mas vamos ter apenas um relacionamento profissional. Uma rainha como você precisa de um príncipe fofo, não de um lobo. Ou de um dragão. - ele disse num tom ainda muito magoado. 

- Concordo com você. Precisamos de relacionamentos normais. Você, de uma bruxa puro-sangue bem clichê. Posso te ajudar a pesquisar as solteiras que ainda restam. De preferência, da Sonserina. E eu vou tentar, sei lá, agir como uma pessoa normal, conhecer caras normais, preferencialmente da Grifinória ou da Corvinal, ter encontros normais com homens normais... 

- Vai voltar a ser a certinha, chatinha, boazinha... inha? - provocou.

- Sabe, eu gostava mais de você quando era meu pet e eu podia te mandar calar a boca.

Ele riu. já não parecia tão magoado:

- Você enjoou de ser dominatrix, não enjoou? Nos últimos dois meses nem tinha criatividade pra inventar mais nada...

Fiquei surpresa. Ele realmente era um ótimo observador. 

- Bem, eu... - não soube o que responder.

- O seu problema, Granger, é ser muito cabeça fechada. Você não se abre para novas experiências.

- E você se abre, por acaso?

- Não fui seu submisso por 6 meses? Para mim foi uma experiência totalmente nova!

Peguei as minhas coisas para ir embora para a casa do Harry. Mas não queria ir de verdade.

Decidi ser honesta:

- Malfoy... eu não quero encontrar outra pessoa agora. Queria continuar com você, gosto de você... Enfim, se você também me quiser, o que posso fazer pra você me desculpar? 

Fiquei esperando ele me dar o fora. 

- A única coisa que eu realmente queria é que você confiasse em mim. - ele respondeu.

- Mas você me quer? Quer tentar um relacionamento comigo?

Ele sorriu um pouco sem graça.

- É o que eu mais quero na vida. 

Não encontrei palavras para me expressar. Só consegui soltar o meu malão e pular no colo dele. Nos beijamos apaixonadamente. 

Não seria fácil. Mas mais difícil ainda seria ficarmos separados depois de tudo o que vivemos. 

Interrompi o beijo para fazer uma pergunta que queria ter feito há tempos:

- Malfoy...

- Me chama de Draco, tá bem?

- Ok, Draco. Sempre quis te perguntar: você disse que se interessou por mim no quarto ano, certo? 

- Sim. Acho que foi antes, mas tive certeza naquele baile em que você foi com o Krum... Por quê?

- Porque você disse que tinha fantasias sexuais comigo na época... E que eram muito diferentes do que fizemos na casa de campo... E fiquei curiosa para saber como seria, mas nunca tive coragem de tocar no assunto, achei invasivo. 

Ele sorriu.

- Vai se abrir para experiências novas?

- Vou tentar... não quero mais voltar a ser a certinha chata de antes.

Ele suspirou:

- Mas vamos ter que esperar, porque você ainda não confia em mim, então não tem como...

Fiquei louca de curiosidade.

- Pelo menos me contaaaaaaa!

- Você quer mesmo saber? Bom, vou dar uma dica. Já ouviu falar em... palavra de segurança?


FIM 


Um escravo sexual para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora