Mentiras e segredos

607 33 0
                                    


Estava me sentindo tão bem, protegida no abraço dele, que adormeci profundamente. 

O que não esperava é que seria acordada aos berros pelo... ministro! 

- Que decepção, senhorita Granger! Não era assim que você deveria tratar o seu escravo! 

Malfoy já tinha acordado e jogou o lençol sobre o meu corpo nu para que o ministro não me visse, mas já era tarde. Ele tinha visto tudo: a nudez, nós dois dormindo abraçados, a minha incompetência.

- Traidora! O que Potter e os outros membros da Ordem pensariam dessa cena patética? Acho que a senhorita não merece o cargo de chefia que prometi. Sabe o que a senhorita merece? Demissão!!! E o senhor, Malfoy idiota, vai voltar para a prisão domiciliar! E eu vou acabar com aquele projeto de caridade ridículo da sua mamãe nojenta! Um dia ainda vou fazer você ir para Askaban, maldito! Lá é o lugar de comensal da morte! E vou cuidar pessoalmente para que a senhorita Granger nunca mais passe nem na porta do Ministério de novo e...

- Estupefaça! - Malfoy gritou e eu fiquei mais chocada do que o ministro. Ele não tinha nenhuma varinha... como o feitiço funcionou?

 - Ora, ora, excremento de ministro! Que alegria te ver assim calado. O mundo fica melhor sem a sua voz patética! 

- Accio, varinha do canalha! - Malfoy gritou e, para o meu horror, as mãos dele não foram queimadas. Ele apontou a varinha para o ministro, desfez o feitiço Estupefaça e o prendeu na parede.

- Quero o senhor bem acordado para me ouvir. Está assustadinho, não está? Achou que esse seu feiticinho vagabundo iria me queimar se eu... se eu pegasse a sua varinha? O senhor já ouviu falar em magia negra, ministro? Conhece magia poderosa de verdade???

Com um movimento simples, como se estivesse rasgando uma simples folha de papel, Malfoy quebrou a varinha do ministro em vários pedaços.

- O que você achou, seu imbecil? Que não recebi treinamento pesado antes de ser comensal da morte? Que precisaria de uma varinha para me defender? Sua toupeira! Colocou Granger em risco aqui todo esse tempo! E agora você está aí, a minha mercê! Gosta de subestimar as pessoas, não gosta? Igual ao seu filho bobalhão! Porque a história verdadeira, ministro, é que eu tinha 11 anos e seu filho quase 14 e foi ele que começou a me perseguir. Me subestimou por eu ser menor que ele. E se deu mal, assim como você vai se dar mal agora!!! 

Eu estava aterrorizada, encolhida na cama, completamente perturbada por ver o Malfoy de verdade, sem nenhuma máscara de bom menino. 

- Não pense que vai se safar com um Avada Kedavra, ministro. Não! Você vai viver muito para limpar toda a sua sujeira!

Os olhos de Malfoy ficaram esverdeados. Uma luz escura saiu dele e entrou direto no cérebro do ministro. Demorei a reconhecer o feitiço: ele estava alterando as memórias dele. 

- Você vai se esquecer que viu os livros de Granger sobre sadomasoquismo. Não terá nenhuma memória dessa casa, dessa prisão domiciliar patética. Vai pessoalmente à minha mansão na segunda-feira propor um acordo para que eu possa ir para o regime semi-aberto. Quero trabalhar com Granger no novo departamento dela. Obviamente, você manterá o aumento de salário e o cargo de chefia dela. E vai apoiar pessoalmente o projeto de caridade da minha mãe. Tudo isso, ministro, vai parecer ideia sua. Agora você vai dormir e vai acordar no seu escritório nojento, prontinho para me obedecer! 

Malfoy murmurou um feitiço que eu não conhecia e o ministro desapareceu.

- Ele vai aparatar direto naquela cadeira ridiculamente púrpura do gabinete dele. - gargalhou, mas ficou sério instantaneamente quando olhou para mim.

Eu tremia. Agarrada aos lençóis, nua e fragilizada, tentando me proteger. Comecei a chorar compulsivamente.

- Calma, Hermione! Respira! - ele disse, sentando-se na cama e pegando a minha mão.

- Me soltaaaaaaaaaa!! Não toca em mim!!!! Eu não sei quem é você!!!!!! Quem é você? Me diz! Que porra foi tudo isso??? Quem é você???? - as lágrimas escorriam, abundantes. Comecei a soluçar.

- Fica calma! Me deixa explicar!

- Todo esse tempo, Malfoy... você poderia ter me matado! Poderia destrancar a porta do meu quarto à noite e quebrar a minha varinha, como fez com a do ministro! Poderia ter me torturado por meses... e ninguém viria me procurar, me salvar!

- Pare com isso! Não me trate como um monstro, porque você sabe que eu não sou! Eu jamais machucaria você, Granger! Jamais!

Continuei chorando compulsivamente. Não conseguia acreditar que tinha corrido um risco tão grande.

- Eu sabia que tinha alguma coisa errada! Sabia que você não seria doce e obediente daquele jeito! Foi uma atuação e tanto, Malfoy. Digna de Oscar! E agora você quer me usar para trabalhar no Ministério? Qual é o seu plano de vingança, Malfoy? Destruir o ministério por dentro??? Conseguir soltar o seu pai e os outros comensais de Askaban???

Ele me olhou com tristeza. 

- Eu só... só  queria continuar perto de... de você. 


Um escravo sexual para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora