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Atualmente, Clary já estava acostumada a clareira e aos rapazes.

1 ano depois de sua chegada, as coisas tinham seguido bem. Ela encontrou seu lugar na clareira. Ben estava certo, ela não durou meia hora no matadouro. Assim que viu um deles se aproximar de um porco com um facão ela vomitou, literalmente vomitou. Ela também não durou com os construtores, suas mãos eram pequenas e delicadas de mais, de acordo com os garotos, e Gally não teve paciência o suficiente pra ensina-la. Na cozinha com Caçarola então, eles não entravam em um acordo e Caçarola a xingou por tentar organizar as coisas, que em sua opinião já estavam organizadas.

Clary se recusou a trabalhar com cadáveres, o que eles já esperavam também. O lugar em que ela realmente se destacou foi a enfermaria, depois de corrigir o jeito que Jeff estava cuidando de um ferimento de faca. De alguma forma, Clary tinha instintos muito fortes em relação a cuidados médicos, socorros. Ela não se lembrava de muitas das coisas que sabia, ela apenas sabia, como se tivessem aplicado uma injeção de conhecimento em suas veias.

Quando não tinha ninguém de quem cuidar, ela ajudava os garotos nos jardins. Newt quem não gostava, porque ela normalmente comia algumas frutas que deveriam ser colhidas, mesmo depois dele mandar ela não o fazer.

Como uma criança o provocando.

— você pode parar, por favor? — Clary pediu ao garoto sentado no leito, esse que não parava de se mover.

— desculpe — Zart murmurou.

Clary voltou a atenção pro machucado nas costas dele, passando o álcool levemente e vendo os músculos dele tensionarem em uma tentativa de não se retrair pra fugir da mão dela.

— Gally precisa parar com essas brincadeiras — ela resmungou. — vocês podem quebrar um osso em uma dessas quedas.

— você iria concerta-los, certo?

— agradeço a confiança em mim, mas nem isso está ao meu alcance — ela terminou de passar o álcool e pegou uma gase. — se tiverem uma fratura exposta, podem pegar uma infecção e morrer — ela pressionou a gase no machucado, prendendo nele com esparadrapo. — talvez fosse necessário amputar o membro, mas poderiam pegar uma infecção e morrer.

— tá bem, chega de falar em morrer — Newt disse entrando na enfermaria e se aproximando deles. — ou ele vai morrer?

— eu vou morrer? — Zart perguntou assustado.

— ninguém vai morrer — ela disse e se afastou, indo lavar as mãos na pia enquanto Zart vestia sua camisa, logo ele saiu da cabana. — ainda não, acredito eu.

— talvez o novato morra — Newt cruzou os braços.

— ele chegou? A essa hora? — ela perguntou.

Normalmente costumavam chegar mais cedo, mas já estava começando a entardecer.

— pois é. Ele saiu correndo quando Gally o tirou da caixa, aí caiu de cara no chão — Newt disse com a sombra de um sorriso nos lábios, tinha sido meio engraçado.

— não ria — Clary repreendeu. — vocês o assustaram.

— acho que ele é assustado por natureza — Newt deu de ombros. — tá no amansador agora, Alby tá indo lá.

— que idade ele aparenta ter? — ela perguntou.

— a nossa idade.

Pelo menos não era outro garotinho que iria ficar grudado nela como um filhote perdido, como Chuck fez.

— como ele é? — ela perguntou e ele arqueou a sombrancelha. — é só uma pergunta.

— eu não disse nada — Newt riu. — alto, moreno. Parece meio tapado.

BEACH, Thomas - Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora