Reino de Edelvais vol.1

14. 𝕺𝖑𝖍𝖔𝖘 𝕹ã𝖔 𝕸𝖊𝖓𝖙𝖊𝖒

Se entre olhares verdadeiros, falsos, felizes, tristes, confusos, raivosos, medrosos, enfim, pudessem falar o que escondiam nas aparências dos olhos dele, seriam devaneios de admiração.

Ao contrário do coração congelado que guardava segredos sinuosos, poucos saberiam ler às várias janelas escondidas, mas algumas delas seriam a Alma, o Coração e a Tentação.

Dentro da loucura, uma cura para o seu velho sofrimento. Se ela fosse uma loba, ele estaria mais louco ainda, mas sabia concretamente que não.

A íris azulada rapidamente mostrou a meia-lua dourada que revelava a benção concedida pela lua.

Isso só acontece quando é provocado e se sente invadido, ameaçado ou tentado por algo.

Quando seus olhos se encontraram, cada mentira que fosse vista cairia por terra, pois os olhos não mentem e os dela pareciam divinos.

Valafar percebendo a guarda baixa, tenta atacar Deren com um golpe, mas ele defende, causando um forte barulho entre as espadas.

A Princesa recuou e Kassin também, ambas correram em direção a Saralin.

Ary não sabia se ficava em estado de tensão ou em choque. Ela sabia que ele era o Demônio Azul e não precisaria de fotos ou imagens de procurado para perceber que ele estava realmente a lhe encarar tão intensamente com olhos de fera.

Mesmo em frente à situação, Saralin olhava a Princesa com apreço e sorria para ela.

— Kassin eu quero acreditar que é uma pessoa boa, então fuja com a sua família para longe daqui!

A Princesa olhava profundamente nos olhos de sua Serva e seu marido que se sentia grato por tamanha bondade vinda dela.

Ele era só um pobre Camponês que se envolveu por amor, mas caiu no perigo e na escuridão que não imaginava. Ele olhou para a Princesa e falou:

— Vossa Alteza, meu nome é Samir. Por favor quando ele acabar, deixe o Demônio Azul ir. Ele não pediu nada em troca para salvar a minha filha!

Ela estava surpresa, pensando em como isso era possível, mas ela pôde deduzir que Samir foi ao encontro dele.

Algo terrivelmente ilegal, mas, devido às circunstâncias, podia até se entender com um pouco de esforço que fazia ao ficar de mãos trêmulas para se decidir.

O dever dela era proteger o Reino, amenizar a situação dele por essa exceção exigia cautela, afinal Valafar seria morto pelas mãos selvagens do Assassino de qualquer maneira.

Ao se despedir da família que corria para longe dali, Ary foi surpreendida pela proximidade dele que claramente havia ouvido a conversa.

Em um piscar de olhos, puxou o braço dela para desviá-la do golpe de Valafar e suas mãos firmes na pele dela deixariam alguma marca por ser clara.

A capa e o véu dela se soltaram com a força brusca usada, colidindo no corpo dele. As mãos pararam em seu peitoral, enquanto seus olhos novamente se encontraram. Ela podia sentir o coração acelerado da fera incontrolável dentro dele.

Valafar estava na defensiva, pois Deren já havia feito o sangrar, mas cumprir o seu trabalho era o seu dever. Ferin o mataria de qualquer maneira se a Princesa não fosse levada até às mãos dele.

Ao ver o rosto revelado dela, pronunciou:

— Vejo a beleza que entrega, mas seu rosto ainda será desfigurado quando Ferin lhe ver.

Deren encarou o homem furiosamente. Ferin era um Monstro se comparasse a um Assassino que nem ele.

Fazer vingança por cada pessoa que dissesse o nome dele com satisfação era motivo para receber o corte de sua espada afiada.

Naquele momento, seu sangue fervia cada vez mais com a pressão que sentia em seu peito. Ele retirou a mão do braço da Princesa e a alertou com uma sensação sufocante de tragédia iminente que estava no ar.

— Feche os olhos!

Ela estava paralisada, como se seus feitiços e sua magia fossem bloqueados na presença dele.

Não sabia se gritava por socorro ou se tocava no ombro dele para tentar imobilizar com sua magia na escuridão da noite.

Ela era uma alma mimada em um mundo tão sujo e cruel.

A partir desta imagem aterrorizante e inspiradora, o vendo nesta cena brutal, ela nunca havia testemunhado ou presenciado uma morte.

Era uma situação tensa demais e ela não tinha todas as informações necessárias na realidade que era o problema que envolvia Ferin, mas sim que teria um grande para explicar aos seus pais assim que souberem da sua saída inconsequente.

E ouvir um Assassino seria bem melhor do que ser morta pelas mãos dele.

Quando ela fechou os olhos, a luta de espadas não demorou muito, pois se ouviu um estalo.

O corpo dela tremeu ao presenciar a espada perfurar o alvo quase que silenciosamente e imaginar o sangue já derramado na estrada. Ela pensava se estava fazendo a coisa certa ou se já estava envolvida demais em uma história que mal tinha começado.

Quando finalizou o seu trabalho, Deren vem ao encontro da Princesa lentamente.

Mesmo sendo tão corajosa, ele sabia que ela estava com medo pelas expressões que fazia.

Ela era uma deusa pura e imóvel aos olhos do demônio selvagem e inquieto que ele era.

Ao abrir finalmente os olhos, ela encontrou os dele pela a terceira vez. Se ele estiver enfeitiçado, só as pérolas dirão, mas seu coração deseja respostas.

— Qual é o seu nome, Princesa?

A Princesa se perguntava se ele já não sabia ou apenas estava testando a coragem dela.

Mas havia algo nesse novo conhecido que fez a alma dela tremer.

Ela o observava com suas atitudes livres e sem medo da lei. Já ela estava no topo do Reino e não podia ser livre.

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