🌺Capítulo oito

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Idris estacionou o carro de qualquer jeito, freando bruscamente, depois de tanto enfiar o pé no acelerador. A força com que bateu a porta, não só derrubaria o pinguim de uma cima da geladeira, como de várias outras.

O carro sacudiu de um lado para o outro, quando os dois saíram de dentro dele. 

Esse lugar me causa arrepios. — Athos murmurou cruzando os braços. — Não te preocupa caso te reconheçam?

— Mudei muito dês daquela época. Acredite.

As sobrancelhas do outro foram erguidas junto a um suspiro. O ogro não fez questão de disfarçar suas dúvidas.

— Não duvide de mim.

— Eu não falei nada. — Ele balançou os ombros, andando em direção ao lugar que não gostava. — Esse lugar cada dia fica maior. Cadê os elevadores? — Resmungou, olhando para todos os lados e até para cima.

Uma grande curiosidade sobre os Ogros, era que apesar de sua grande calma e paciência, eram RESMUNGÕES. Por tudo estavam com um bico estendido no rosto.

— Qual o andar de Anastase Hernandez? — Idris perguntou a recepcionista. Pôs as mãos no balcão, vendo que ela não lhe dava a mínima atenção. — Ei! — Seu tom foi um pouco mais alto que o de costume, estalando os dedos na frente do rosto dela.

— Bom dia.— Ela mascava o chiclete igualmente a uma lhama comendo grama.— Marcaram horário?

Fadas tinham o costume de serem bonitas e com feições delicadas. Mas essa... precisava de um tratamento de estética.

Credo! —Resmungou e enrugou o nariz momentaneamente.

Não sei para você... mas depois que conheci o Giovanni, as pessoas se tornaram tão...feias! Mas essa aí tá me assustando! — Athos falou em seu ouvido, enquanto olhava escabreado para ela.

Eu já mandei você não ficar sussurrando no meu ouvido! — Respondeu, o olhando de cima a baixo. — Qual o andar?

— Senhor... — Ela parecia falar em uma velocidade irreal. — Em nome de quem veio vê-lo? Marcou horário? — As sobrancelhas finíssimas feitas a lápis, se ergueram e novamente, voltou a prestar atenção no jogo.

— Minha filha?! Você veio trabalhar ou ficar nesses joguinhos da juventude? Tá trabalhando de graça? Não ganha salário, não? — Idris destrambelhou a falar, esquecendo a calmaria, cruzando os dedos ao terminar.

Idris! Se acalma!

— Não! Por que não é possível! Tá trabalhando de graça, caralho?! — Ele abriu os braços indignado, levantando as sobrancelhas. — Ninguém te paga não, filha?!

Idris?

A voz assustada de Anastase, veio de trás do Athos. Um pequeno e sorrateiro sorriso arrastou-se pelo rosto nervoso que em segundos desmoronou, enxergando por cima dos ombros do outro, o pontinho loiro, motivo de seu estresse.

— Athos? O que faz aqui? O que tá acontecendo? — Giovanni olhou para ele e depois para si, completamente confuso, porém, abrindo um sorriso feliz em o ver, agarrando-se ao braço do ogro.

— Não aconteceu nada. Está tudo bem.

Sua falsa tranquilidade dava-se para ser notada de longe, mesmo que fingisse em seu olhar sereno, nada enganava.

Idris... — Anastase falou baixinho, repousando a mão em seu pulso. — O que está acontecendo? Por que veio a cidade?

Ele era lindo. 

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