A Sweet Dream [ Yuuji Itadori]

Capítulo 16

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Aquele sorriso e satisfação parecia aparecer em seu rosto novamente, Megumi e Itadori pareceram a encarar com uma certa suspeita, você logo sorri sem graça e coça a cabeça.

—Inversão? — Yuuji ainda parecia tentar entender, por puro reflexo ele coloca um coelho na frente do rosto quase como refém assim que percebe o tapa que ia dar nele.  —O que foi?

—Se prestasse atenção no mínimo das coisas que estudamos, não precisaria de explicação.—Você cruza os braços e olha para para Megumi.—Fushiguro?

—De uma forma resumida, ele absorve os golpes mais fortes e depois o retribui em golpes...então os golpes mais fracos é o que irão o atingir. —Ele suspira. — Precisa ser um golpe na medida, também não pode ser muito fraco, então precisamos combinar para que nossos golpes sejam efetivos.

Vocês se entreolham e apenas concordam com a cabeça, houve uma série de golpes combinados, foi uma boa combinação até finalmente ele finalmente parecer soltar a sua técnica, você e Fushiguro se afastam enquanto Yuuji pareceu se preparar para o acertar, cortando o golpe de última hora.
Foi a finalização perfeita e Itadori parecia orgulhoso enquanto vocês se aproximavam novamente, sua mão passa por aquele rosto e você escuta um suspiro do Fushiguro.

—O que vamos fazer agora? —Os olhos de Yuuji encontram os seus enquanto ele entrelaça suas mãos, ele a olha novamente e percebe você olhar para o alto.

—Acho que primeiro vamos ter que regatar o Ino...—Você aponta para aquele corpo que estava caindo enquanto corre junto com Itadori e Megumi, assim que percebe a aparição do Nue você consegue subir em suas costas para tentar alcançar.

Suas mãos alcançam apenas os dois pés dele, fazendo com que fosse quase puxada junto. Um pequeno grito sai de forma espontânea assim que percebe as garras do Nue a segurarem,

—Nami! Pode soltar, eu vou conseguir pegá-lo! —Yuuji abre os braços enquanto você apenas faz o que ele pede, ele com toda certeza teria mais força que você.—Consegui!

—Caramba, o que aconteceu com ele? —Você se ajoelha ao lado de onde Yuuji havia o deixado, você o analisava por inteiro e percebe aquele bufar de ciúmes, fazendo com que revirasse os olhos. —Eu posso tentar apenas tratar alguns ferimentos, mas a minha energia não será tão efetiva igual da Shoko...

—Tenta pelo menos melhorar alguns ferimentos e depois eu o levo, seria perigoso o deixar aqui. —Megumi suspira e pareceu por um instante coçar aqueles cabelos negros.

—O que está acontecendo realmente em Shibuya? Eu estou com um pressentimento tão...ruim.—A sua espinha arrepia novamente e então olha para Yuuji, ele acaricia o seu rosto parecendo apenas ignorar o Megumi. — Vamos ter que nos dividir, enquanto o Megumi vai onde Shoko está, você vai para o quinto subsolo e eu vou procurar outros feiticeiros...pelo menos a Nobara e a Maki para irmos atrás do Sensei.

Toda aquela situação parecia de alguma forma os assustar, era como agir em um automático por estarem em uma situação na qual nunca foram treinados a lidar. A cada esquina parecia ter algo para os pegar, algo que os ameaçava e o peso estava em todo o ambiente.

Vocês já estavam sozinhos e novamente iriam se separar, essa situação fazia o seu estômago de alguma forma revirar. Yuuji para os passos e quando segura em sua mão praticamente também a obriga a fazer isso.

—Não gosto quando pensa demais. —Ele acaricia o seu rosto, aqueles olhos castanhos pareciam querer ler os seus pensamentos.—Nami, você sempre quis matá-lo...não é?

—Yuuji, não quero falar sobre isso agora. —Você suspira e desvia o olhar, o seu olhar pareceu de alguma forma fria. —Itadori, você precisa entender que existe uma hierarquia no nosso mundo, dos fortes e dos mais fracos, mas existe a pior hierarquia que é dos que fazem bem para esse mundo e os que só o apodrecem. E adivinha, ele apodrecia.

Aquelas palavras talvez tivessem saído de uma forma áspera, mesmo que quisesse apenas que Yuuji entendesse o seu lado. Era realmente como se sentia? Talvez existisse uma parte que acreditava em cada palavra dita naquele momento e era um lado que aparecia apenas em certos momentos.

—E você acha que tem o direito de julgar quem vai melhorar o mundo ou não? —Ele a solta de forma sutil enquanto se afasta.— Então, se qualquer um de nós, você julgasse que era errado...ele poderia ter uma segunda chance.

—Você está falando sério? —Dessa vez você sente uma certa raiva subir o seu peito.—Então eu deveria dar uma chance para alguém que me torturou durante anos e que não perdia a oportunidade de voltar a fazer o mesmo se eu não fosse mais forte? Sinto muito, Yuuji. —Você apenas dá as costas e sente seus olhos encherem de lágrimas.—As vezes temos monstros dentro de nós mas não os criamos sozinhos, só o evitamos por termos pessoas que amamos do lado.

Ele permaneceu lá, enquanto por um instante todo aquele peso pareceu cair em suas costas mesmo que um lado falasse que não estava errada. 
-Ele tentou matar você, não tentou?- 
E as vezes que você sentia uma certa satisfação em ganhar dos seus oponentes, se tivesse a oportunidade talvez...cederia? Agora todos aqueles pensamentos causavam um nó em sua garganta, mesmo que pensasse em como tudo mudou nos últimos meses e agora a pessoa mais importante apenas pareceu...era confuso.

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Havia uma sensação estranha pelas ruas que andava, claro que diante todo aquele caos já havia esbarrado em diversas maldições de níveis baixo, mas a sensação de ter uma energia mais pesada por quase toda aquela cidade enquanto também ajudava algumas pessoas a recuar, era tão notável quanto sentir um vento frio enquanto caminha na neve.

Não havia sinais da Nobara ou da Maki, não nos lugares que pelo menos havia lembrado que elas provavelmente estariam, aquelas ruas ficavam cada vez mais escuras e o frio que passava em sua espinha aumentava.
—Vai continuar se escondendo até quando? —Você começa a canalizar a energia em suas mãos e se concentra na barreira, mesmo que não estivesse pronta. —Eu tenho uma certa raiva de pessoas que se escondem nas sombras...

—Ah, qual é...assim você estraga a brincadeira.—Aquele homem loiro com rabo de cavalo apenas levanta a mão e você sente a pequena espada passar pela a sua barreira, você apenas desvia enquanto ainda o encarava.—Realmente, você não tem graça.

—Eu posso brincar, você quer? — A energia em seu braço começa a ficar mais concentrada formando pequenas correntes elétricas, assim que avança ele joga aquela espada perto do seu rosto e assim que desvia sente ela voltar para a sua barreira. Você desvia e o atinge com um chute. —Patético.

—Eu vou mostrar quem é patético. —Ele vai para ataques diretos com um certo sorriso no rosto mesmo que se esquivasse de todos enquanto ele combinava com aquela pequena espada.—Para. de. estragar. a. brincadeira.

Naquele momento você queria apenas ter uma das armas da Maki junto com você para poder contra-atacar da melhor forma, mas havia apenas uma chance para o atingir. Talvez naquele momento fosse um pouco mais arriscado do que gostaria. 

Ele a atinge diretamente no abdômen e você pode ver aquele sorriso e escutar uma risada que revirou o seu estômago, mas você foi sentindo ele desmanchar assim que segura aquela lâmina e começa a canalizar toda a sua energia e o segura pela mão para que não soltasse.

—Fique tranquilo, eu estou apenas começando. —Aquela descarga elétrica foi forte o suficiente para que uma das marcas daqueles olhos desaparecessem e ele parecesse inconsciente. Assim que o observa no chão, sua mão vai diretamente na ferida fazendo com que pegasse a faixa de seu braço e a amarrasse. —Merda. 

Mesmo que aplicasse um pouco de energia reversa, seria apenas para o controle de sangramento para poupar energia. Você não sabia o que poderia estar aguardando.

Com toda certeza, você não sabia.

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