Já se passaram algumas semanas que estamos juntos aqui.
Seok saiu algumas vezes para pegar comida e coisas para o bebê. Também dei algumas voltas ali por perto com o pequeno sempre com a supervisão de Seok.
Nós nos aproximamos bastante. Conversamos sobre bastante coisas e descobri que ele é um cara incrível.
Descobri coisas sobre mim também, descobri principalmente o motivo do porque toda vez que ele chega perto de mim meu coração acelera.
O pequeno já não está tão pequenino, ele está ainda mais rechonchudo e esperto. Até tenta conversar com a gente.
Na maioria do tempo éramos só nós três, Tyler apareceu algumas vezes lá pra ver como estávamos. Ele me pediu desculpas pelo o que disse na primeira vez que nos encontramos lá. Para ele as mulheres “fabricavam” leite a vida toda, essa descoberta aparentemente o chocou bastante.
Seok tem se empenhado bastante para cuidar do bebê. Ele até trouxe para casa um filhotinho de cachorro que encontrou na rua para que eles possam crescer juntos. Eu nem preciso dizer que amei ter um doguinho com a gente.
As coisas pareciam estar se ajeitando aos poucos, exceto quando saímos para fora da casa e éramos atingidos pela realidade. Realidade essa que às vezes ainda me fazia ter dúvidas de como era possível.
Mas ali dentro do nosso pequeno mundinho era tudo perfeito.
Uma coisa que ainda era igual a antes é a lua, ela ainda está lá. Majestosa e iluminada.
Deito o pequeno dormindo em seu ninho rústico e vou pra janela. Gosto de olhar a lua toda noite, ela me faz lembrar de casa. Seok abre a porta e sai do banheiro, estava se lavando. Ele aproxima de mim suavemente.
Fecho os olhos e inspiro o ar, ele deve ter achado que estava meditando ou algo do tipo mas na realidade só estava sentindo seu cheiro. Gosto de como ele cheira assim que saí do "banho".
- Está bem ?
Abro os olhos e vejo aquele homem alto e forte com os cabelos molhados me olhando atenciosamente.
- Só olhando a lua. Ela está maravilhosa hoje.
- Depende do ponto de vista.
Olho pra ele indignada.
- Como assim ?
- Para mim tem coisas mais bonitas.
Ele fica me olhando de um modo penetrante. Então eu vejo uma luz brilhando perto de nós. Uma pequena luz amarela que acendia e apagava. Me viro para vê-la melhor.
É um vagalume. Como ele entrou aqui ?
- É tão lindo!
Fico encantada com aquela pequena coisinha. Fazia muitos anos que via um.
- É sim!
Quando me dei conta estávamos de frente um para o outro e Seok não tirava os olhos de mim. Eu podia sentir perfeitamente sua respiração junto a minha, então eu apenas me desliguei de tudo à nossa volta e fechei meus olhos. Até meu coração que sempre batuca aos meus ouvidos foi silenciado quando nossos lábios se tocaram.
Era quente, macio, delicado mas cheio de vontade. Deixei-me guiar pelo momento e pus minhas mãos em sua nuca já as suas foram para minhas costas e me puxaram para mais perto. E tudo ficou muito intenso.
Nós nos afastamos quando fiquei sem ar. E entre nossas respirações ofegantes ainda estávamos grudados um no outro.
Conseguia sentir a veia do pescoço dele pulsar e com certeza ele sentia as batidas de meu coração que batia descompassadamente.
Nossa atenção então se volta para um som que vinha ali de perto. Um som de gargalhadas.
Era o pequeno bebê que agora acordado ria com as mãozinhas esticadas tentando pegar o vagalume que parecia brincar a sua frente.
Meu corpo se arrepiou e ao olhar para Seok pude perceber que sentirá o mesmo que eu.
Então a luz do vagalume se apaga e ele some.
Vou até o pequeno e o pego no colo.
- Oi mocinho! Você está feliz ? Esta ?
Ele balança os braços e pernas de pura animação.
- Temos que escolher um nome pra ele. O que acha ? - Seok pergunta se aproximando, faço um bico fingindo pensar. - Por favor, não seja Jungkook!
Ele diz fazendo um certo drama e não consigo segurar a risada.
- Poxa... Mas tenho uma ideia melhor. O que acha de Yohan ?
Seok para, me olha com carinho e sorri, se aproxima e me abraça por trás acolhendo tanto eu quanto o pequeno com seus braços.
- Acho perfeito!
Estamos nos três balançando de um lado para o outro em uma espécie de valsa.
Yohan abre a boquinha de sono e se aconchega no meu colo.
Comecei a cantar baixinho uma música como uma canção de ninar, Sweet Night foi a escolhida.- "On my pillow
Can't get me tired
Sharing my fragile truth
That I still hope the door is open..."Antes da segunda parte o pequeno já está ressonando.
- Tem algo que quero te contar. - Imediatamente paro de cantar mas continuo balançando. Presto atenção em cada palavra de Seok - Tem um lugar... Fica um pouco longe daqui e é uma comunidade. Tyler me disse que um amigo meu entrou em contato com ele. Ele passou as coordenadas e disse que me espera lá. Ele disse também que lá tem crianças e pessoas de todas as idades. Eles se dão bem e tem a própria plantação. É um espaço grande totalmente seguro. Esse meu amigo é um dos poucos que tive durante a vida e sei que posso confiar nele mas preciso saber de você, o que acha que devemos fazer ? Sei que gosta daqui e se sente confortável mas... Logo não conseguirei mais encontrar mantimentos naquele lugar.
Penso por algum tempo, tem muita coisa na minha cabeça agora. Há muitas variáveis e pode dar muito errado.
Minha intuição grita o que devo fazer e é confirmada quando Marley late para o vagalume que aparece novamente e fica de um lado para o outro na frente do cãozinho.
- Eu não vou te obrigar, faremos o que você decidir.
- Vamos! É o melhor a se fazer. Lá Yohan poderá crescer com outras crianças, Marley terá mais espaço e continuaremos todos juntos. A nossa pequena mas amorosa... família.
Seok fica com os olhos marejados e abre um sorriso singelo. Beija a testa do nosso filho e me entrega um beijo doce nos lábios.
- Nossa família!
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O brilho de seus pequenos olhos
Fiksi UmumSeria possível encontrar o amor em um mundo distópico e sombrio ? Esse pequeno conto baseado em um sonho mostra que podemos achar o amor nas pequenas coisas e lutar pela felicidade.