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Morar com outra pessoa não era algo fácil, muito menos simples de ser resolvido.

Aceitar morar com Julio foi realmente uma loucura e Tulio se deu conta disso quando se viu levando a última caixa da mudança para dentro do apartamento simples e pequeno.

— Tem mais alguma? — Julio perguntou tomando a caixa das mãos de Tulio.

— Não, essa era a última

Julio colocou a caixa com cuidado no chão e Tulio fechou a porta, olhando curiosamente ao redor.

Era a primeira vez que visitava o lugar.

— É grande o suficiente?

— Oi? — Tulio franziu a testa.

— O apê — apontou para o lugar — É grande o suficiente pra ti?

— Você sabe que isso não importa pra mim, já te falei diversas vezes. E, Ju, você literalmente me deu um lugar pra morar, eu não tô na posição de exigir nada

Julio chamou o ruivo para sentar no sofá de dois lugares deixado pela irmã.

— Tu sabe que, se eu pudesse, te daria uma vida de luxo Igual era antes

Tulio deu uma risadinha.

— Você não me deve nada. Você não tem o dever de me dar nada, nem de me sustentar, bobo. E isso aqui — apontou para o apartamento — é muito pra mim

— Eu sei, mas queria que tu tivesse uma vida boa, não uma via cheia de perrengues. Inclusive eu tava até pensando… — Julio se interrompeu, temendo terminar a frase.

— Pensando no que?

— Se tu não acha melhor voltar pra casa. Lá eles te dão o que tu merece. Um teto, comida boa, lá tu não precisa…

— Eu não preciso trabalhar — Tulio concordou — Mas eu não sou feliz lá, eles querem me moldar e você sabe que eu não quero me sentir assim, ninguém quer

— É, tu tem razão. Foi mal, só tava pensando no teu bem estar

— Eu sei, Ju — Tulio fez um carinho leve na bochecha de Julio — Eu tô bem, eu prometo. A não ser que você não se sinta bem comigo morando aqui. Se esse for o caso, eu arranjo outro lugar

— Não, nunca — Julio negou no mesmo instante, puxando Tulio para mais perto.

— Promete que vai me contar, caso esteja cansado de me ter aqui?

— Tu acha que eu… — deixou vários beijinhos nos lábios de Tulio —... vou me cansar… — mais beijinhos — disso aqui? Hum? — acariciou a bochecha de Tulio com a ponta do nariz.

— Ah, vai que um dia você acorde de saco cheio — Tulio deu de ombros, encarando os olhos castanhos.

— Só se eu for maluco

— Sabe que eu adoro esse seu lado romântico, fofinho?

Julio se afastou imediatamente, sem jeito.

— Eu não sou romântico

— Não? — Tulio perguntou com um sorrisinho zombeteiro nos lábios.

— Não — Julio negou, franzindo o cenho.

— Mas é fofinho?

O rapaz o olhou com o cenho ainda franzido, claramente irritado com o adjetivo.

Mas não estava realmente bravo com aquilo, estava só tentando manter a postura de malvado.

Tulio deu risada da reação do rapaz e deixou um beijinho tímido no ombro dele.

— Podemos falar sobre uma coisa séria agora? — Julinho perguntou.

ALGO PARECIDO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora