Tulio tirou a lasanha do forno, torcendo para que o gosto tivesse ficado tão bom quanto a aparência.
Havia, com o tempo, explorado suas habilidades na cozinha. Com a ajuda de tutoriais da internet e um livro de receitas que ganhou de Jussara, arriscava novas experiências.
Agora que Julio já havia iniciado as aulas na faculdade. Ia sempre depois do trabalho e chegava em casa bem tarde, super cansado e ainda com coisas para estudar.
Mesmo que Tulio não tivesse a mesma rotina, fazia questão de ficar acordado até a hora que fosse necessário, apenas para fazer companhia para o namorado, ajudar em algo se fosse necessário, fazer um lanche quando Julio tivesse fome e mimar o namorado com beijinhos entre uma pausa e outra.
Quando Tulio havia terminado de colocar os pratos na bancada, já que ainda não tinham comprado uma mesa de jantar, Julio passa pela porta.
Tulio larga a luva térmica e caminha até o namorado, segurando seu rosto para deixar muitos beijinhos nos lábios do mais alto.
— Você tá com uma carinha tão cansada, Ju
— Eu tô exausto, gatinho
Tulio fez carinho no rosto do outro.
— Eu fiz lasanha pra gente
— Tô morto de fome
— Vamos jantar enquanto tá quentinha, depois você toma banho e descansa — Tulio sugeriu e Julio achou aquela ideia perfeita.
Tirou os sapatos e a camisa, ficando só de calça.
Serviram-se juntos, sentando no chão, ao pé do sofá.
Tulio observou enquanto o namorado dava a primeira garfada, analisando minuciosamente a reação do outro.
— Caralho… — Julio assentiu, pegando mais uma boa quantidade no garfo — Tu fez A lasanha, amor
— É? Ta boa assim?
— Muito, come aí — apontou para o prato ainda intocável do ruivo.
Tulio pegou um pouco de lasanha, saboreando aquilo que fez com tanto esforço.
— Acho que faltou um pouquinho de tempero na carne moída
— Faltou nada, tá uma delícia — Julio negou, de boca cheia.
— Se você tá dizendo, eu vou acreditar
— Tu é incrível em tudo o que faz, gatinho
— Eu não diria tudo, mas obrigado
— Só aceita o elogio
— Ta bom, ta bom — Tulio desviou o olhar com um sorrisinho no rosto — É só que eu treinei muito, né? Fiz muita comida horrível antes de chegar aqui — apontou para a lasanha no prato.
— Faz parte do processo. Agora, me fala aí, como tá indo a rotina?
— Eu tô dando umas aulinhas de matemática pra uns alunos da escola onde eu estudava, mas só toma a primeira parte do dia. Dá tempo de voltar pra casa e estudar, cozinhar pra gente…
— Eu nem tô te ajudando com os estudos, né? — Julio falou se sentindo meio inútil.
— Claro que tá. O material que você me deu ajuda muito, fora o que tem de coisa na internet. Não se cobra por conta disso, ta? Você faz muita coisa em um dia só
— Mas se tu precisar de qualquer coisa, pode me pedir, ta?
— Pode deixar — Tulio deu uma piscadela para o namorado e terminaram de comer, se permitindo ficar conversando um pouco enquanto faziam a digestão.
Quando estava ficando tarde demais, Julio foi tomar o que nomeou de “o banho dos justos” enquanto Tulio organiza a cozinha.
Quando entrou no quarto, Tulio deu de cara com um Julio só com uma toalha amarrada na cintura, achando a vista bastante interessante.
Se aproximou e chegou por trás do namorado, passando as mãos pelo tronco do preto, fazendo uma trilha de beijos pela costa úmida.
Julio afastou as mãos do namorado para poder se virar, ficando de frente para o ruivo.
Não disseram nada. As bocas já sabiam o caminho para se encontrarem e as mãos já haviam decorado em quais direções ir.
Caminharam juntos até a cama, onde Tulio subiu no colo de Julio, sem desfazer o emaranhado de bocas.
Julio segurou forte os fios ruivos da região da nuca, garantindo que seus lábios não fossem desencontrar os lábios de Tulio em nenhum momento.
Aproveitando suas mãos livres tocando o namorado, Tulio levou-as até a região do trapézio, massageando com os polegares, arrancando um gemido de alívio de Julio.
— Pegou no meu ponto fraco — ele murmurou, franzindo a testa quando Tulio apertava em pontos específicos.
— Só relaxa — Tulio pediu, voltando a beijar o namorado, não parando de massagear os pontos tensos.
Tulio, que estava com uma perna de cada lado do corpo de Julio, começou uma singela ondulação de quadril, que logo virou um delicioso atrito de paus.
Se sentindo mais ousado, o ruivo levou uma das mãos até o volume, tocando por cima da toalha.
Julio segurou seu pulso.
— Quer fazer isso mesmo?
— Deixa acontecer, Ju — murmurou para o namorado.
Os olhos baixos, hipnotizados com cada detalhe daquela pequena cena erótica, as bochechas avermelhadas e a boca inchada era como um quadro aos olhos de Julio.
Tulio estava concentrado, imerso em cada gota daquele sentimento, do novo.
Já haviam sentido aquele fogo, até rolado algumas mãos bobas, mas nunca haviam se tocado de maneira tão íntima, tão abertos a isso.
E Julio queria que fosse bom para Tulio, independente do que fosse acontecer ali.
Queria que o namorado lembrasse de cada primeira vez com tesão e não constrangimento por conta da inexperiência.
Julio levantou um pouco o quadril, permitindo que o outro o libertasse da toalha.
Quando o nó da cintura foi desfeito e Julio estava completamente nu aos olhos de Tulio, o ruivo suspirou. Não sabia se era nervosismo ou outra coisa, mas sabia que queria tudo com Julio.
A mão trêmula, porém curiosa, tocou Julio.
Era claro que sabia mais ou menos como funcionava, afinal, também tinha um pau. Mas era diferente quando o prazer em suas mãos era o de outra pessoa e nada te dava respostas além das reações, o corpo alheio era quem lhe dizia por onde exatamente deveriam ir.
Julio subiu a mão por uma das coxas do namorado, sentindo o corpo aquecido mesmo por cima da calça do pijama de Tulio.
Subiu até o cós da peça e olhou nos olhos do ruivo.
— Posso te tocar também?
Tulio assentiu, arfando quando a mão grande adentrou sua calça, tocando-o sem nenhum empecilho.
E por um bocado de tempo foi assim.
Mãos. Corpos. Almas.
Até que explodissem quase ao mesmo tempo, sentindo juntos o que parecia ser uma viagem até o paraíso e virando um mergulho em águas tranquilas na volta.
Não disseram muito depois, estavam inebriados, entregues.
Se limparam e se aconchegaram juntos naquela mesma cama de solteiro.
Tulio adormeceu escutando a batida alta do coração de Julio. Coração esse que nem pertencia mais à Julio.
O dono tinha nome, sobrenome e endereço.
E estava agora mesmo entre os braços do namorado.

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ALGO PARECIDO 2
Romance[dimauryverso] Segunda parte da história de Julinho e Tulinho.