Cap. 4° - Uma cura para ambos

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No mesmo instante eu puxo a Adaga que há em sua mão impedindo que ele machuque a si mesmo.

Eu me agacho ao seu lado. Sua roupa está molhada pelas lágrimas, ele funga o nariz e quando nota minha presença, esconde ainda mais do que antes pondo seu rosto entre as pernas ficando em posição fetal.

Como posso ajudá-lo?

Eu me sento ao seu lado - Ei, homem trevoso, o que pensa que estava fazendo com esta adaga próxima ao seu pescoço? - ele não me responde e permanece como está - Eu ouvi você chorar, o que aconteceu?

Ele permanece quieto em um completo silêncio - Entendi, então... você estava triste por que é mudo, você não fala? não tem voz? - eu provoco-o com questionamentos bobos

ele levanta a cabeça rapidamente e olha para mim com um olhares de desdém - Por acaso está me desafiando, criatura? - ele olha pro meu cabelo e meu rosto, e continua a me encarar parecendo anseiar uma resposta minha

Ótimo, minha provocação com várias perguntas deu certo.

Já perdi as contas do quanto nossos olhos se encontraram apenas nesses dois dias.

Eu analiso seu rosto também, seus olhos estão vermelhos e sua boca está seca, o tornando ainda mais deslumbrante por mais que ele pareça estar dentro de uma profunda tristeza.

Logo eu respondo - Queria morrer? O que aconteceu de tão grave? - minha pergunta é direta por eu querer ajudá-lo o mais rápido possível. Eu não gosto de ver alguém sofrer, sei bem como é chorar e não tem alguém pra te reconfortar.

Ele ergue uma sombrancelha - Isso não é da sua conta, ruivinha enxerida.

Mesmo com sua resposta ignorante, meu coração palpita quando ele me apelida dessa maneira.

Eu não sou fofoqueira, queria apenas ajudá-lo.

Meu coração se aperta novamente e eu sinto vontade de chorar denovo - Eu só perguntei por que queria te ajudar...

Ele revira os olhos - Oh, não lembro de ter pedido ajuda. E por que eu aceitaria ajuda logo de você, ruivinha? - ele fala em um tom sarcástico

Está sendo mais forte do que eu, não vou aguentar, odeio o fato de eu ser sensível demais. Mas não consigo mudar isso, faz parte de mim.

Meus olhos marejam e imediatamente começo a chorar novamente - Por que todos aqui fizeram descaso de mim? Acho que não sirvo pra nada, nem mesmo pra ajudar alguém... - eu falo com a voz embargada enquanto exponho meus sentimentos mais dolorosos começando soluçar

Eu sei que ele está me olhando sem entender nada mas não consigo controlar a tristeza que estou sentindo.

As lágrimas são tantas que molham meu vestido. Mas eu ainda me preocupo com o fato dele está ouvindo minhas lamúrias altas ao meu lado e como posso estar incomodando - Estou fazendo muito barulho? Desculpe por ser um incômodo... - digo com minha voz ainda trêmula, sei bem que ele está achando que minha dor é apenas um espetáculo ridículo

- Você sempre foi assim tão... Sentimental? - ele encolhe a sombrancelha e responde com um leve sorriso, tentando disfarçar seu desconforto

- Intensidade é algo que vem da minha natureza... - Minha resposta é plena mesmo entre as lágrimas que não param de escorrer em minha face, parece até que estou estável

- Sentir tanto, pode fazer mal. - Ele tenta soar compreensivo, mas sua expressão revela uma leve impaciência

- Então, como deve ser reconfortante viver na sua falta de sensibilidade... - replico sarcasticamente apesar de haver uma certa verdade em suas palavras

Nosso Romance Proibido - Loki Laufeyson Onde histórias criam vida. Descubra agora