Genie in a bottle

Tudo o que ela diz

Boa leitura!

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Permanecendo na mesma posição, sentada sobre a cadeira do restaurante, Marinette encarava os dois com seus olhos vidrados, tentando convencer à sua mente de que aquilo, poderia ser bem uma verdade. Era necessário que cada movimento seu fosse de fato convincente para envolver a maldita Rossi em sua armadilha.

Movendo o rosto para Adrien que tinha seus olhos frios, cuspiu-lhe as palavras.

- Vai ficar parado aí como uma pedra enquanto essa vadia fala essas merdas?

O loiro fechou os olhos antes que virasse o rosto, puxando a nuca de Lila para lhe dar um beijo na boca. Aquilo fez com que Marinette se levantasse na mesma hora.

- Mas que porra é essa?!

Lila que tinha adorado o movimento, somente parou o beijo para ver novamente a cara de tacho daquela iludida.

- Eu te disse Cheng, voce não quis me ouvir. - agarrando Adrien com uma das mãos no queixo, fazendo questão de apertar bem sua pele, ela ditava as palavras maldosas como se fossem gotas de veneno.- Esse canalha aqui não é de ninguem, ele só vai aonde tem mais vantagem, mais dinheiro, mais poder!

Suspirando alto, Marinette olhava no rosto do loiro com uma expressão tão decepcionada que por um momento ele achou que o beijo tinha sido demais. Até poderia ter sido, mas foi perfeito para colocar mais lenha naquela fogueira.

- Não posso acreditar que voce me enganou esse tempo todo, Agreste.

- Eu que te digo que me enganei, Cheng. - respondeu ele frio, apertando ainda mais a cintura de Lila. - Não posso ser só seu, não consigo. Eu iria acabar querendo mais, muito mais do que você estava me dando.

Marinette teve que virar o rosto, colocando uma das mãos na lateral esquerda da face. De olhos fechados ela parecia pensar, mas estava perdida. Lila, que assistia a cena, ria se deliciando.

- Deixa eu te falar uma coisa. Tudo isso foi culpa sua, se tivesse usado ele só naquele final de semana e depois seguido a tua vida, não se achando no direito de tê-lo para si, nada dessas coisas teriam acontecido.

- Adrien, voce disse que me amava!

Mais uma vez Lila riu, só que um pouco mais alto. O loiro por sua vez, deu uma risada baixa como se fosse um deboche.

- Eu digo isso pra todas quando to trepando com elas.

- Ah isso você pode ter certeza que ele diz. - a maldita Rossi completou.

Pois muito bem.

Marinette então, tomada por um estado de fúria, deu uma longa inspirada antes de deferir um tapa na cara de Adrien, pelo qual foi ouvido por todo restaurante. Lila somente se afastou, colocando uma das mãos na boca como se estivesse muito chocada com aquela súbita agressividade.

Que isso. Claro que não, ela estava amando!

- Nunca mais volte a me procure ta me ouvindo, seu desgraçado, seu puto, seu lixo! Eu to com nojo de você! - ralhou Marinette com a voz irritada, pegando sua bolsa e jogando uma nota de cem euros sobre a mesa. - Toma aqui um troco pelos seus serviços. Pode agora se divertir com essa piranha,vocês se merecem mesmo!

E saiu do restaurante como se fosse uma bala disparada por um fuzil, deixando para trás Adrien que ainda apático, olhava para a mesa, mais precisamente para o dinheiro que estava ali. Engolindo a seco seu próprio orgulho, ele se voltou para Lila que o encarava com um sorriso pelo canto da boca.

- Satisfeita?

- Não. - ela o respondeu ao se aproximar, o envolvendo pela nuca com as duas mãos. - Só vou estar satisfeita quando me fizer gozar de novo.

- Você precisa me pagar muito bem pra isso Rossi. Não consigo ainda tocar no teu corpo sem pensar no que ta acontecendo.

- Claro, eu sei, voce está apaixonadinho tadinho. - ela ria como se fosse a melhor piada do mundo acabar com aquele romance. - Mas fique tranquilo, quanto a isso, já que nos livramos de tudo o que incomodava, eu tenho uma belíssima ideia de como te envolver de novo.

Os dois acabaram por jantar naquele que deveria ter sido mais um local de bons momentos com Marinette. Em contrapartida, tinha que ficar ali ouvindo aquelas insinuações nojentas por parte de uma mulher que não ligava para ninguem, a não ser para si mesma.

Saindo do restaurante, ela o seguiu até a moto, o fazendo olhar para seu rosto, antes que fosse embora.

- Sabe que você deveria estar me agradecendo?

- E por que eu faria isso?

- Inevitavelmente vocês dois iriam se separar Adrien, não percebe? Marinette pertence ao mesmo mundo que o meu. Ela está envolvida em imagem, poder e ganância. Não existe espaço para o amor. Mais cedo ou mais tarde, ela iria te abandonar...e você, iria acabar tendo que voltar pro lugar que nunca deveria ter sonhado em ter saído.

Ser meu, somente meu puto, disponível quantas vezes fossem necessárias, quantas vezes eu tivesse que te pagar para me divertir e estar comigo. Não se esqueça disso

Foi tudo o que ela disse antes que subisse na moto e seguisse seu caminho.

Paris estava em chamas. Pegando fogo por conta de uma noite turbulenta, carregada de calor. Ele por si só, era uma brasa ambulante, driblando os carros, arrancando com tanta velocidade que poderia acabar por cometer um acidente, se não fosse tão astuto. Estava doido para chegar em sua casa, tomar um banho, se lavar daquela nojeira toda.

Já havia chegado ao apartamento, mas a merda do elevador estava quebrado tendo que subir então pelas escadas de emergência. Somente seus passos eram ouvido, junto, a uma respiração pesada.

Que foi perdendo o folego, se acalmando a medida que um perfume familiar voltou a invadir suas narinas.

- Você demorou.

Parando na frente da tal mulher, a encarou sério.

- Demorei o tempo que precisava demorar.

- E fez tudo direitinho?

- Como sempre.

- Então eu acho que te devo um pedido de desculpas, pelo tapa que te dei.

- Claro, mas não vai ser com palavras que vai se redimir Cheng.

A pegando de uma vez só pela nuca, lhe tomou a boca em um beijo correspondido imediatamente pelos lábios que anciavam a mesma coisa.

A euforia, o desejo, a raiva de quem tentava os separar, fez com que ele levantasse as pernas dela as envolvendo em sua cintura, para que assim, fossem direto ao seu apartamento, sua cama, e lá, despejasse naquele corpo quente que tanto amava, o seu melhor, que nenhum dinheiro no mundo poderia comprar.