Ligadas pelo amor - Narol

Você é a melhor

Mais um aí familia, aproveitem
Boa leitura!

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Natália

Os créditos do filme rolavam na tela quando Natália se moveu para pegar o controle remoto e desligar a TV. Ela percebeu que já estava naquela posição por tempo demais e resolveu verificar as horas para começar a preparar o jantar. Enquanto pegava o celular e se dirigia à cozinha, foi surpreendida pela entrada abrupta de sua filha, Júlia, na sala. Sem pensar duas vezes, Natália puxou Júlia para um abraço ao ver as lágrimas escorrendo pelo seu lindo rosto. A preocupação tomou conta dela, e rapidamente levou a menina para se sentar no sofá, esperando que ela se acalmasse antes de perguntar o que havia acontecido.

— Eu não passei, mema. Poxa, eu me esforcei tanto, sabe? Eu realmente queria aquele papel e fracassei. Nem consegui o papel de substituta — disse Júlia, com os olhos marejados, enquanto deitava a cabeça no colo de sua mãe.

Júlia vinha estudando há semanas para o teste da peça da escola. Já tinha participado de outras, mas estava especialmente ansiosa para esta, pois seria um musical. Natália viu o quanto sua filha se empenhou, até ajudando-a a ensaiar várias vezes. Estava tão decepcionada quanto a filha naquele momento, mas sabia que precisava consolá-la de alguma maneira.

— Caramba, minha filha, sinto muito que não tenha passado. Agora, me diz, nem o papel de substituta? Isso é absurdo! Que desculpa eles deram? Amanhã mesmo vou lá colocar juízo nessa gente — disse Natália de forma afobada, fazendo a menina rir entre as lágrimas.

— Basicamente, disseram que, apesar de eu ser uma ótima atriz, sou uma fotógrafa ainda melhor e gostariam que eu participasse da equipe de comunicação e fizesse as fotos da peça! — Júlia falou enquanto limpava o rosto e se afastava da mãe para olhá-la. — Fiquei um pouco orgulhosa porque sei que sou uma boa fotógrafa, afinal, aprendi com você. Mas eu queria tanto esse papel, mema — Júlia fez um biquinho.

— Olha só, hein! Boa em muitas coisas! — Natália sorriu ao ver sua filha abrir um sorriso com suas palavras. Não podia deixar de ficar feliz e orgulhosa ao saber que Júlia também havia herdado sua paixão pela fotografia. — Mas você já fotografou a última peça e, apesar de gostar e ser muito boa nisso, sei que você ama muito mais atuar. Esse precisa ser seu foco.

— Eu sei, mas parece que eles não querem isso — Júlia disse, frustrada, jogando-se no sofá.

— E se eu fotografar em seu lugar? Posso fazer todas as fotos, de graça, desde que você consiga o seu papel — sugeriu Natália, vendo a garota se sentar de novo, com os olhos arregalados e um semblante mais animado.

— Você faria isso mesmo? Mema, eu acho que eles amariam! Tipo, como assim, Natália Cardoso vai fotografar nossa peça? Eles vão surtar! — disse Júlia, completamente empolgada com a proposta da mãe. — Eu quero tanto esse papel que não me importo se parecer que estou comprando o diretor com os talentos da minha mãe famosa — brincou, fazendo Natália gargalhar e puxá-la para outro abraço.

— Então está resolvido. Fale com eles. Vou deixar o dia da peça disponível na minha agenda.

— Ai, eu te amo muito, mema! Obrigada, obrigada, obrigada! Você é a melhor! — Júlia disse, sorrindo e depositando vários beijos no rosto de sua mãe.

— Tá bom, tá bom, também te amo. Agora você vai me ajudar com o jantar, vamos! — Natália puxou uma Júlia toda animada para a cozinha.

Natália faria qualquer coisa por sua filha, nunca mediria esforços para ver aquele sorriso em seu rosto. Enquanto observava Júlia cortando os temperos e contando mais sobre a peça e quem faria qual papel, Natália pensava em todas as vezes que foi salva por aquele sorriso, aquele rostinho.