𝐂𝐎𝐍𝐓𝐎𝐒

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Quando eu era pequena, minha mãe costumava contar para mim contos de fadas todos os dias antes de dormir

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Quando eu era pequena, minha mãe costumava contar para mim contos de fadas todos os dias antes de dormir. Eu realmente adorava aquele tempo, onde podia adormecer com a cabeça encostada no seu peito e sonhar com castelos, fadas, reis, princesas e dragões. Nunca me cansava da forma como contava as histórias, porque pareciam ter toques mágicos de verdade! Acreditava que tudo o que eu vivia tinha uma pitada de magia e sonhos com gosto de algodão doce.

Depois que cresci, esse encanto se esvaiu e senti que uma parte de mim também foi embora com minha imaginação e sonhos doces. Já não acreditava mais que um beijo dado em um sapo o tornaria um príncipe como em A Princesa e O Sapo, ou que existissem portais através de espelhos igual a história de Alice.

Na verdade, meus contos de fadas tinham se transformado em contos de drama, daqueles que te fazem chorar até soluçar.

Não queria acreditar nas palavras de Matias, mas seu rosto numa expressão de seriedade só reforçava a verdade que eu recusava aceitar. A forma como havia dito "feitiçaria" me deixou atônita como se a minha criança interior tivesse despertado e falado com orgulho: "eu não te disse, grande Élise?".

Desviei meu olhar dele para Pietro que permanecia segurando seus próprios joelhos com a cabeça enterrada nos mesmos. Parecia querer se tornar um casulo e se esconder do mundo.

Sei que uma pessoa em sã consciência não agiria como estava agindo, então das duas, uma: ou estava com algum grave problema psicótico, ou estava enfeitiçado... Mas essa hipótese era uma loucura! Impossível! Magia não existia, muito menos feitiçaria, acreditar nisso era o mesmo que aceitar que a galinha tinha criado dentes.

— Feitiçaria? Não entendo o quer dizer, isso não existe... - aleguei sem muita firmeza.

— Élise... Eu te explico tudo mais tarde, mas precisamos sair daqui!

Matias tentou me puxar pelo braço, mas eu plantei os pés ao chão, o que o fez me olhar com certa preocupação. Eu não sairia sem uma explicação.

— Me dê um motivo plausível! Por que ele está assim?

Alterei a voz e meu ex começou a levantar a cabeça lentamente para nos encarar após me ouvir.

— Élise... - alertou com a voz baixa e os olhos fixados em Pietro, mas não o ouvi.

J'en peux plus! Não vou sair daqui até me contar tudo!

Nesse momento, Pietro ficou em pé em um salto e me deu um sorriso tenebroso com a cabeça tombando para o lado. Paralisei de medo e seu sorriso se alargou pela minha reação. Se isso não fosse esquisito o bastante, ainda tirou uma adaga com o cabo cheio de pequenas ametistas presas enquanto fixava seus olhos não no meu peito, mas o que estava dentro dele. Meu coração.

Meus olhos percorreram da arma em suas mãos até suas pupilas quase invadindo completamente sua íris, o ar sumiu dos meus pulmões e meus joelhos cederam. Aquilo estava se tornando um conto de terror.

𝐌𝐚𝐠𝐢𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐂𝐚𝐧𝐞𝐥𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora