Ter um bebê definitivamente não fazia parte de seus planos, ainda mais quando são praticamente adolescentes entrando na fase adulta de suas vidas, e já precisando lidar com a pressão da mídia e milhares de olhares em cima de si, sendo estrelas do Ba...
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O local estava silencioso, e isso apenas comia ainda mais da sua paciência, ele sentia-se à beira de um ataque de pânico, sua ansiedade estava a mil e sua perna boa balançava a cada cinco segundos, enquanto a outra estava estendida, totalmente imóvel com gelo sob o joelho.
Porra, ele não precisa dessa merda de gelo. Ele sabe que era grave, sua mente já havia colocado que não seria a merda de um saco de gelo que iria fazer milagrosamente a dor passar ou que a lesão não venha. Ele sabe que está fodido, já colocou isso em mente. Mas mesmo assim não consegue evitar que as lágrimas desesperadas continuassem a descer, ou que suas mãos apertassem os fios de cabelos castanhos a cada dois minutos. Ele só queria ser capaz de desligar a mente, ou de pelo menos parar de sentir seu peito queimar e despedaçar-se em mil pedaços.
Pablo bateu as costas contra a parede, cruzando os braços sob o peitoral e seu olhar vago, quase morto, encarou a própria perna. Toda sua crise tornou-se raiva, ele está furioso com si mesmo por não ter sido cuidadoso e agora estar consequentemente lesionado por sabe Deus quanto tempo, mas ele também ficou com raiva da seleção por lhe colocar em um jogo insignificante, raiva por ter sido idiota, mas acima de tudo, ele sentia muita raiva por estar tremendo de medo.
Sim, ele está com medo, pra ser sincero, Pablo sente-se apavorado com toda essa situação, jamais em sua vida ele se imaginou nessa situação antes, em outro canto que não seja Barcelona, com a seleção, rostos nem tão conhecidos para si indo e vindo a todo segundo, milhares de ligações sendo feita e pessoas falando rápido demais. Ele estava se sentindo perdido. Mas não precisava de muito para saber que sua situação não era boa, eles realizaram um primeiro exame, e tudo que foi concluído é que ele iria viajar o quanto antes para Barcelona.
Ou seja, é algo grave. Se não fosse, ele não iria precisar deixar a seleção mais cedo, antes mesmo de poder ver seus companheiros e tentar dizer que está tudo bem, o que é nítido que não está, ele está despedaçado e não precisa ser amigo de Pablo para conseguir reconhecer isso, mas ainda sim, ele queria pelo menos tentar passar algum nível de conforto para os mais novos, porque ele viu a situação no vestiário no intervalo, e Deus, ele sabe como é difícil lidar com uma bomba dessas. Mas ele não pode fazer nada, nesse momento ele é como um inútil, que não consegue fazer absolutamente nada para melhor a situação.
- Gavi... Oh garoto, calma... Vai ficar tudo bem.
Iñigo foi o único que conseguiu permissão, ou melhor, que praticamente cuspiu na cara de todos os seus superiores para conseguir viajar com Gavi até Barcelona, e sinceramente, Pablo está tão grato a isso. Ele teme que sozinho, não seria apenas suas pernas que virassem gelatina, mas ele a um todo fosse desabar e entrar em uma crise interminável, apesar de já estar a ponto disso.
Futebol é sua vida, somente de imaginar-se com uma lesão capaz de lhe deixar longe, faz com que toda sua mente entre em pânico, seu cérebro perde a capacidade de pensar racionalmente. Ele está na merda de um colapso, enquanto tenta focar-se na voz de Iñigo, fazendo várias falsas promessas de que tudo irá ficar bem... Mas Gavi sabe que não vai, não existe um mundo onde ele fique bem depois do dia de hoje.