Todos nós temos um anjo da guarda, aquele que cuida de nós a todo momento. Os enviados do senhor que vem guardar nossas vidas, principalmente a vida dos desastrados.
Sabendo que todos os anos recebemos um novo anjinho azarado para cuidar de nós, Ji...
─ Você não está entendendo! ─ na volta para casa, Hyunjin e eu discutíamos assuntos pouco relevantes para nossa vida e para sociedade. Qualquer um que andasse ao nosso lado e escutasse pelo menos um pouco da conversa, saberia que nem eu, e nem ele poderia viver em contato com outros seres humanos. Provavelmente seríamos espancados. ─ Não faz sentido algum ser homofóbico. Tipo, você está irritado por quê eu beijei um outro homem? Isso para mim é ciúmes! ─ disse ao mais alto, que me olhou de cima a baixo. Não é tão estranho, só tenho um pouco de medo dessas encaradas de Hyunjin. Nunca sei o que ele pode estar pensando sobre mim. Pode ser algo super legal, como: "esse garoto é incrível, vou levá-lo para toda a minha vida." ou "eu vou ser obrigado a esganar esse moleque aqui mesmo."
─ Cala a boca, Sungie, ser homofóbico é super legal! Você pode se aproximar de mais pessoas que tem a mesma opinião que a sua, que nesse caso, são a maioria! E essa 'gentinha, os gays, viados, homossexuais, ficam longe. Só benefícios! ─ ele disse. Eu jogaria Hyunjin na frente do primeiro ônibus que passar, se não soubesse que ele é gay.
─ Então por qual motivo você está sempre comigo? Você sabe que eu sou gay, viado, homossexual, né? ─ me aproximei um pouco mais do garoto, chocando nossos ombros. O vejo jogar a cabeça para cima e rir nada disfarçadamente.
─ Você me da entretenimento!
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Minho pov ⚊٭
Andava atrás de Jisung e de seu amigo burro, gay e homofóbico. Os garotos mantinham um assunto sem pé nem cabeça. Meu pai amaria, certeza.
Pensei que Jisung não era tão estabanado como me disseram, até ver o garoto tropeçar em uma pedra do tamanho de uma azeitona e escorregar. Seu joelho foi de encontro com o chão, fazendo-o ficar de quatro na minha frente. O garoto da um gemido de dor e se levanta, pulando de um pé só e procurando um lugar no qual possa se sentar, mas não tinha onde, então, se sentou no meio-fio da calçada, ouvindo seu melhor amigo, ou inimigo, rir de sua desgraça alheia.
─ Você ainda está rindo, seu idiota?! ─ ele exclama irritado, ou fingindo que está. Consigo ver seu joelho sangrando, isso vai enflamar facinho se ninguém de confiança cuidar. Eu que não vou chegar perto, vou acabar fazendo ele amputar a perna se tomar alguma providência nada segura.
─ Como você conseguiu fazer isso?! ─ Hyunjin grita enquanto ri. Vou ter que acabar com os dois de uma vez só. O único problema é que terei de aturá-los em casa também... No inferno mesmo, foi isso que eu quis dizer, aquela porra é a minha casa.
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O caminho foi longo. Na verdade, não, os dois andaram como duas tartarugas. Eu, se fosse uma lebre, dormiria, acordaria e eles estariam no mesmo lugar, rindo dos tropeços de Jisung.
Por um lado, isso é muito bom. São garotos jovens que estão curtindo a vida sem se drogar, embebedar como um alcoólico ou roubando e gastando com coisas inúteis, como prostitutas e cocaína. Mas, por outro lado, são dois idiotas que não sabem andar sozinhos, não sabem falar uma frase sem atacar uma minoria, sem rir de qualquer a cada dois minutos... Completos imbecís dos rostos lindos e delicados.
Hyunjin foi com Jisung até a casa do mesmo, ainda bem que o garoto que tenho que cuidar já está em casa, sabe lá o que pode acontecer com Hyunjin na rua, ainda bem que não tenho que cuidar dele.
─ Oi, mãe! Já cheguei, viu! ─ o garoto corre até a mais velha e abraça a mesma. De repente, uma risada doce surge, revelando um bebê que usava apenas uma fralda. O garotinho foi até Jisung, sendo pegado no colo quando chegou. ─ Você sentiu minha falta, gordinho? Hm? ─ Jisung beija o neném diversas vezes, que ri animado com a situação.
─ Filho, você pode dar um banho nele, por favor? Eu já iria, mas minha chefe me ligou, ficou um pouco complicado. ─ primeiro, ela vai deixar o Jisung dar banho nesse bebê? Ele vai se afogar dentro da banheira do neném ou cair dentro da privada. Segundo, quem da mais atenção para os patrões do que para o próprio filho?
─ Claro, mãe! Mas você pode pegá-lo quando eu chamar? Vou tomar banho também, eu e o Hyu ficamos deitados na grama... ─ para de mentir, Jisung! Você, literalmente, caiu do barranco!
─ Posso sim, querido. Só gritar quando terminar, vou tentar ligar para o seu irmão também. ─ quantos irmãos esse garoto tem?...
Jisung sobe as escadas do sobrado em que mora, chegando em um quarto com suíte, chique até! Tinha uma bandeirinha azul dentro do box, no qual foi enchida com a água de uma mangueira prata ligada ao chuveiro.
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Jisung pov ⚊٭
Após terminar o banho do meu irmãozinho, vou para o meu quarto e tomo banho no meu próprio banheiro. Me lembro do dia de hoje e das coisas que Hyunjin me disse. Ele não está errado, eu realmente preciso tomar mais cuidado comigo mesmo, não quero morrer tão novo.
O clima não está quente, mas também não está frio. A água quente que cai do chuveiro molha meu corpo todo, desde meus cabelos, até meus pés, sendo uma lavagem praticamente perfeita.
Após desligar o chuveiro, seco da minha cintura para baixo e me enrolo na toalha, colocando-a em meu quadril. Saio do banheiro e vou até o meu quarto, dando de cara com um homem moreno deitado na minha cama, mexendo no meu celular.
─ Quem caralhos é você?!
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