Ferrário •ls ABO

Ⅰ • Capitulo 12

"O sol também é gelado"

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Acordo com calor.

Não chega a ser desconfortável, sinto algo aquecer meu peito de uma forma aconchegante. Mantenho meus olhos fechados, desejando voltar ao meu sonho sem sonhos, apenas com a presença da sensação de pertencimento me preenchendo por inteiro.

Sinto algo cutucar meu nariz, causando um atrito que causa coceira. Ao tentar coçar, sinto fios de cabelo entre meus dedos e então desperto totalmente, sentindo os olhos reclamarem pela claridade que os atingem.

Estou preso. Quiçá não no sentido literal, afinal não tenho intensão alguma de me mover ou vontade de abandonar o espaço entre os dois corpos que me cercam.

Durante a noite, Doris rolou para o outro lado do ninho, deitando no meu ombro esquerdo. Acaricio seu rosto corado, admirando seu sorriso pequeno, ainda inebriada pelos sonhos.

À minha direita, Louis dorme pacificamente. Me pergunto se estaria totalmente em paz se soubesse que me abraça tão fortemente, como se temesse uma fuga.

Queria apenas poder abraça-lo ainda mais forte e gritar até que entendesse que jamais sairia de perto dele, de seu calor aconchegante. Pelo menos não se houvesse escolha.

Me perguntou se ele realmente manterá esse sorriso satisfeito ao acordar.

Como se me respondesse e pudesse ouvir meus pensamentos, Louis deita a cabeça entre meu pescoço e ombro, arrastando seu nariz pela pele e causando um arrepio espetacular. Não me importo com seu peso, é como estar nas nuvens, tendo um peso nulo como o ar.

Sinto-me seguro sentindo-o sobre mim. A intimidade daquele simples gesto afetuoso maltratava meu coração apaixonado, que batia falhamente apenas por sentir sua respiração em minha pele.

Acaricio seus cabelos com a ponta dos dedos, temendo que o alfa acordasse e me admoestasse pela demostração de carinho.

Ao finalmente confessar apenas para mim que estava apaixonado, minha mente e coração não pertenciam mais a mim. Ou apenas tomei ciência deste fato.

Seríamos nós amigos? Havia ao menos pouca reciprocidade de carinho da parte do moreno para com meu coração aberto a ponto de rotular nossa relação, mesmo que machuque-me muito?

Poderia ser seu amigo, seu amante, seu fiel companheiro para uma conversa ao pé de uma árvore. Seria o que ele desejasse pois sentia-me tão submisso aos meus sentimentos que poderia aceitar qualquer relacionamento que ao menos me agraciasse com uma parcela daquele sorriso, de sua atenção.

Louis se movimenta e eu congelo, sentindo-o levantar a cabeça lentamente de meu pescoço apenas para me fitar. Sinto-me um tolo por derreter com seu sorriso envergonhado.

- Desculpe-me por isso, eu sou um pouco grudento?! -Ele sussura com a voz rouca, como se não pudesse preferir nada menos belo que sua melódica e harmônica voz.

Apenas nego com a cabeça, sentindo meu coração acelerado apenas com a vibração que é feita por sua voz em meu peito. Seu rosto belo se esconde por trás de seu travesseiro não usado, tornando a cena totalmente encantadora.