Cap. 14 - Distâcia

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Que diabos era aquele barulho insuportável? Era como um terremoto dentro de sua cabeça já desgastada. Tinha algo... Vibrando? O que estava vibrando tanto? Alguém, pelo amor de deus, faça parar!

"Hwa" agora uma voz?

Por que este mundo horrível não poderia simplesmente deixá-lo dormir?

"Hwa, acorda."

Seonghwa acordou em um sobressalto ao reconhecer o dono da voz, arrependendo-se imediatamente da ação pela forma como sua cabeça começou a latejar de dor, então ele se aconchegou nos braços que o envolviam.

"Ei, ei, tá tudo bem" Hongjoong gentilmente o sussurrou. "Siwoo tá ligando."

O mais novo apontou para o telefone vibrando na mesinha de cabeceira. Ah, então era isso.

Ele custosamente pegou o aparelho, apertou o botão verde que brilhava na tela e colocou-o contra o próprio ouvido.

"Sim?" O loiro falou de forma arrastada.

"Oi, Hwa," Siwoo respondeu. "Estamos quase aí, vocês estão prontos?"

"Hmm... Não, na verdade... Acabei de acordar."

Seonghwa ouviu o outro rir do outro lado da linha.

"Tudo bem, eu sei que você tá cansado. Posso subir e ajudar enquanto Minjoon fica no carro se precisar."

"Não, não, eu me viro. Espera só um minuto."

"Sem problemas!"

A ligação terminou e Seonghwa resmungou, caindo de volta no peito de Hongjoong.

"Hwa, vamos, precisamos nos arrumar."

O loiro se levantou a contragosto e foi até seu armário para vestir algo básico e confortável e pegar as roupas de Hongjoong. Ao sair, dobrou cuidadosamente cada peça sobre a cama e colocou-as em uma de suas bolsas, entregando-a ao mais novo, que o observava em silêncio. Então, Seonghwa foi ao banheiro e abriu o armário embaixo da pia para pegar uma máscara médica e colocá-la no rosto. Ele mal havia entrado em seu quarto novamente quando seu telefone começou a vibrar mais uma vez em sua cama.

"Estamos na frente do seu prédio", disse Siwoo assim que Seonghwa atendeu o telefone.

"Ok, estamos descendo."

O loiro tossiu um pouco e enfiou o celular no bolso da calça. Ele se virou para o menor e sinalizou com a cabeça para eles seguirem para a porta, mas antes que pudessem chegar à saída, Hongjoong o parou agarrando sua mão. O mais novo entrelaçou seus dedos antes de retomar a caminhada até a porta da frente junto com o outro.

Parecia mais certo assim.

Os dois pegaram o elevador e saíram do prédio, já avistando o Audi preto estacionado bem na calçada. Siwoo estava fora do veículo, esperando por eles.

"Espera, que porra é essa?!" Foi tudo o que Seonghwa conseguiu falar ao enfim entender que aquele carro era sim de seus amigos.

"Deixa eu explicar quando chegarmos lá", respondeu Siwoo, já tenso e encolhendo os ombros.

O loiro ficou ali estupefato e teve que ser cutucado e conduzido por Hongjoong para entrar no carro. Já dentro do veículo, Siwoo sentou-se no banco da frente e fechou a porta. Seonghwa nem cumprimentou Minjoon no banco do motorista e ainda se encontrava boquiaberto quando o motor foi ligado e eles começaram a se mover.

A viagem foi silenciosa, com exceção dos ataques de tosse ocasionais de Seonghwa, e Hongjoong se retorcia nervosamente, encolhido no outro lado do assento. O maior não podia negar ter ficado um pouco magoado por ser literalmente o último a saber da situação financeira de seus amigos e olhou pela janela, de mau humor. Eles se conheciam há quase três anos! Por que não contaram a ele? E por que contariam primeiro a Hongjoong?

penumbra (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora