penumbra (pt-br)

Cap. 25 - De Volta ao Celeiro

aviso de gatilho: ataque de pânico e episódio dissociativo descritos detalhadamente; menções de suicídio.

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Ele já estava assim há algum tempo. Deitado de lado na cama, olhando para o rosto adormecido de Seonghwa, sorrindo como um idiota. Há quanto tempo exatamente ele estava observando aquela expressão doce e serena? Provavelmente algumas horas. A única coisa de que se lembrava era que ainda estava escuro lá fora quando começou, e a luz que entrava por baixo das cortinas agora denunciava que esse não era mais o caso.

Seu pequeno coração morto-vivo parecia tão ironicamente quente. Ele sentia vontade de pedir para alguém beliscá-lo para que pudesse verificar se ele estava sonhando aquele tempo todo. Talvez ele nunca tivesse deixado a casa de Yeosang. Nunca tinha ficado com Seonghwa. Era tão difícil aceitar que o dia anterior tinha realmente acontecido, que tudo era real. O beijo que eles compartilharam antes de entrar no carro, os sussurros e provocações durante todo o trajeto até o apartamento, colocar Seonghwa contra parede, e então...

Seonghwa era... dele agora. E ele era de Seonghwa.

Hongjoong queria poder dizer que tinha esquecido da conversa séria que precisava ter com ele, mas isso seria uma mentira completa. Ele já tinha ido longe a ponto de transar com Seonghwa enquanto ele estava completamente não ciente da verdadeira natureza do mais novo. Ainda era um segredo. Um segredo doloroso de se manter. Mas ao mesmo tempo... Simplesmente não saía. As coisas pareciam tão... perfeitas daquele jeito. Hongjoong não sentia uma felicidade tão plena há anos, ele não queria perdê-la. Claro, pelo que San havia lhe dito, havia uma chance decente de que Seonghwa não iria reeitá-lo completamente depois de saber a verdade sobre o que ele era agora. Ainda assim... Um nó em sua garganta o seduzia a adiar tudo. Só por mais um pouquinho. Não faria mal, certo? Ele só queria poder aproveitar cada segundo colado a Seonghwa, aproveitando aquela nova intimidade, seus sentimentos agora compartilhados de maneira explícita...

Ele queria esquecer que não estava realmente vivo por um momento.

Hongjoong então se aproximou quando viu um espasmo tímido nas feições do outro e sentiu sua frequência cardíaca ficar um pouco mais rápida, acomodando-se confortavelmente em seu peito, mas com cuidado o suficiente para que seus últimos momentos de sono não fossem perturbados. O mais novo conteve um arrulho quando as pálpebras do loiro tremeram e lentamente começaram a se abrir acompanhadas por um adorável franzir de seu nariz...

"Bom dia, Hwa", ele cantarolou, seu sorriso se alargando enquanto observava o outro piscar algumas vezes para despertar um pouco mais.

Seonghwa resmungou e esfregou os olhos, bocejando e espreguiçando-se brevemente. "Ngh... Bom dia..."

Já havia lábios em suas bochechas antes mesmo de ele abrir os olhos novamente, beijando-o fugazmente e fazendo-o sentir cócegas. Ele riu e abraçou aquele que o atacava com amor, aceitando alegremente ser sufocado de carinho logo após acordar.

"Joongie..." choramingou quando o menor subiu em cima dele e começou a buscar sua boca. "Eu nem escovei os dentes ainda...!"

"Não ligo" foi a resposta dada enquanto ele tomava os lábios do outro com impaciência.

O beijo foi preguiçoso, mas muito carente, como se Hongjoong tivesse passado meses sem acesso àqueles lábios macios, em vez de apenas horas. Logo, estava puxando o outro para sentar na cama e montava em seu colo. Línguas se encontraram e se acariciaram enquanto suspiros de satisfação começaram a se tornar parte do toque íntimo, e Hongjoong estava brincando sem parar com os cabelos loiros platinados na nuca do outro enquanto Seonghwa se movia desajeitadamente, mas eventualmente conseguiu colocar as mãos na cintura do menor e o deixou fazer o que quisesse.