Eu, com meu histórico
De corpo memórico sem sistema digestório.Eu, simplório acumulador de lembranças
Que pros outros não têm mais importância.Eu, catador anafórico
Que resgato o que já foi digerido
Anos-luz antes de me tornar ressentido.Em vão, me arrasto pelo chão
Enchendo as mãos de memórias
Tentando fazer com que me completem novamente.
Mas não importa quantas vezes eu tente,
Elas nem cabem mais em mim.
Ainda assim, carrego nas costas
Um peso que não me dá respostas.Como eles conseguem digerir e expelir lembranças tão facilmente?
Será que o fato de eu não ser tão marcante me torna suscetível a ser esquecido pelos outros?
Esquecível ao ponto de nossas lembranças juntos já serem ultrapassadas demais pra se nivelarem às novas vivências?Em homenagem ao passado das suas essências,
Faço memoriais das nossas histórias
Como um adorador assíduo
Que continua amando
Que continua revivendo
O que já não existe mais.
O que já foi deixado pra trás.
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Poesias de Uma Vez Poeta Morto
PoesíaUm poeta tentando reviver na poesia novamente. Coletânea de poemas de 2018- 2024. Poética que revela minha transformação em alguns aspectos, e mesmisse em outros. Meu trabalho é focado em me revelar às pessoas, ao mesmo tempo que as pessoas se reve...