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Cap. 7- Coração Calejado.

Coração Calejado/Jorge e Mateus
"Se me quer mesmo pra você, promete
Que você vai me amar com força
Que a nossa saudade vai ser louca
Se não for pra ser assim esquece"

23 de outubro de 2022

(Ana's version)

Acordo com um peso sobre meu corpo. Vejo uma figura loira dormindo no meu colo. Tiro Duda de cima de mim e vou fazer minhas higienes pessoais. Começo a assimilar tudo que aconteceu na última noite.

O Corinthians ganhou, a Duda bebeu demais, a gente veio pro meu hotel e dormimos. E eu quase beijei o Gustavo Mioto. Puta merda, Ana Flávia!

Pego meu celular e vejo que não tem nenhuma notificação. Aparentemente ninguém vazou o que aconteceu. Entro no whatsapp e resolvo mandar uma mensagem para o moreno que ocupava meus pensamentos.

Oiii.—

—Oi, princesa, dormiu bem?

Dormi sim, obrigada!
Sobre ontem, não quero que se repita, Gu.—
Fui sincera, com medo da reação dele.

—Ué, ontem não aconteceu nada!

—Você 'tá com medo do que quase aconteceu?

Sim. Cê sabe que eu tenho meus
motivos, me entende por favor!—

—Claro, Aninha, eu faço o que você quiser. Talvez seja melhor assim.

Que bom que 'tá tudo certo entre a gente, Gu. Tu tem sido a pessoa mais incrível e importante que eu conheci atualmente, não quero estragar tudo.—

—Tudo bem.

Acho que ele não gostou muito da ideia, mas fazer o que?
Desligo meu celular, me levanto e vou acordar a bela adormecida.

—Duda, acorda, temos que voltar pra Londrina.—sacudo ela.—Duda!- volto a chamar a loira que ainda não tinha acordado.

—Calma, Ana Flávia!— diz se levantando lentamente.

Duda foi ao banheiro tomar um banho e eu arrumei nossas malas.

—Falou com o seu gato?— perguntou gritando do banheiro enquanto secava seus cabelos dourados.

—Meu gato?— me lembro do moreno.— Ah, o Gustavo. Falei com ele, mas não vai rolar nada.— tinha contado pra ela sobre o quase beijo de ontem.

—Por que?— diz colocando a cara pra fora da porta do banheiro indignada.—Ele é um anjo, Ana, você 'tá com medo de novo?

Ela sabia de tudo, ela sempre foi a pessoa que eu conto tudo, me conhece mais do que eu me conheço. Ela sabe que não é a primeira vez que isso acontece.

Suspiro sentando na cama.

—É justamente por isso que eu não posso ficar com ele. Ele 'tá gostando de mim, Duda. Eu não quero machucar ele.— olho para baixo.

—Você 'tá com medo de novo.— ela mesma se responde. —Olha, eu acho que você 'tá fazendo o que mais teme quando diz que quer ser só amiga dele. Ele deve estar atordoado, isso se ele realmente 'tiver disposto a tentar. Não se deixa levar pelo medo, Aninha.— chega mais perto de mim e guarda seu secador na sua mala.
—Independentemente do que você for fazer, eu vou 'tá aqui contigo sempre.— me abraça de lado, me confortando.