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Bárbara Passos

Encontrei com Victor no parque. Ele vestia uma bermuda preta de malha e uma regata branca, deixando seus músculos expostos e suas tatuagens também.

Porque ele tem que ser tão bonito assim?

Victor- Oi! - Ele estendeu o braço para um aperto de mão

- Oi Victor! - peguei na mão dele, mas ele me puxou e me abraçou.

Victor- Qual o nome do seu cachorro mesmo? - Ele perguntou olhando para o Eros, que estava olhando pra ele com uma cara bem séria.

- Eros. - Respondi e passei a mão pela cabeça do meu cachorro. Mas ele ainda continuou com a cara fechada.

Victor- Ele tem uma carinha de bravo né

- Ele é um amor.

Victor- Tô vendo... - ele deu uma risadinha de leve - vamos?

- Vamos. Quer ir guiando o Eros?

Acho que ele tem um pouquinho de medo do Eros. Quero ver o que ele vai falar.

Victor- Hum? Não, não precisa - ele coçou a cabeça - é seu cachorro né.

Segurei a risada.

- Você tá com medo do Eros Victor?

Victor- Quê? Eu? Com medo de cachorro? Nunca. - Ele disfarça.

Mas não aguentei, cai na risada.

- Victor! É só um cachorro, não precisa sentir medo dele.

Victor- Barbara, você já viu o tamanho dele? Esse bixo é enorme, olha os dentes dele!

- Ah não - Eu estava rindo tanto que meus olhos lacrimejaram. - mas é agora mesmo que você vai andar com ele.

Victor- Não...

- Sim...

Abaixei, ficando na altura do Eros e fiz carinho nele.

- Meu bebê, ele é amigo da mamãe. Não precisa ficar assim. - Falei com o meu filho/cachorro com voz de bebê.

Victor- É sério isso?

- E é sério que você tá com medo dele? Dessa coisa fofa? - Fiquei de pé. - Em campo você derruba e bate em todo mundo, mas aqui tá com medo de um inofensivo cachorro. Não entendi isso.

Victor- Que medo o que, eu hein.

- Então toma - Entreguei a guia pra ele - vamos caminhar.

Sai ando na frente dele.

- Vai ficar parado aí ou vai andar?!

Victor semicerrou os olhos e sorriu de lado.

Esse sorrisinho de cafajeste.

Victor- você gosta disso né? - Ele anda do meu lado agora.

- Disso o que? - olhei pra ele com um sorrisinho no rosto.

Victor- Você é má, gosta de ver os outros passando aperto.

Gargalhei.

Victor- Para de rir Babi. - Ele fala, mas começa a rir também.

💕

Caminhamos por uns trinta minutos pelo parque. Agora estamos sentados no banquinho, cada um com uma casquinha de sorvete na mão.

- Hum...eu amo isso. - Comentei enquanto saboreava o sorvete de chocolate.

Victor deu de ombros - Não dou muito fã de sorvete.

Arregalei os olhos.

- Como? Victor você tem algum problema?

Ele soltou uma risadinha de leve - Não ué.

- Você tem sim cara.

Victor- não tenho não garota. - ele passou o dedo no sorvete dele. - você que é estranha.

E quando ele fala isso, o desgramado simplesmente passou o dedo sujo na ponta do MEU NARIZ!

- Não...você não fez isso Augusto.

Victor- Babi, calma..

- Te dou três segundos pra correr se não...

Victor- Barbara, foi brincadeirinha.

- Um...

Victor- Babi...

- Victor, dois...

Victor- Ôh merda. - Ele saiu correndo pelo parque.

- VICTOR! VOLTA AQUI! - Gritei e sai correndo atrás dele. E o Eros também começou a correr.

Victor- BARBARA! SEU CACHORRO TÁ CORRENDO ATRÁS DE MIM! - Ele correu mais rápido. - SOCORRO!

- PEGA ELE EROS!

Victor- PEGA NÃO!

- PEDE DESCULPAS ENTÃO!

Victor- NÃO!

- EROS!

Victor- DESCULPA LINDA, DESCULPA!

Parei de correr atrás dele e me sentei na grama rindo.

- Eros! Vem cá vem!

Assim que ele escutou, ele veio correndo na minha direção. Mas acho que ele esqueceu que eu sou pequena e fraca, e veio com tudo pra cima de mim. Me derrubou na grama.

- Ei garoto, correu bem hein. - Falei com a voz de bebê enquanto acariciava ele.

Observei Victor deitar ao meu lado na grama, todo suado.

Victor- Cachorro maluco.

Eros parou de brincar comigo e olhou pra ele.

Victor- Brincadeira cara.

- Ele é amigo, bebê. - Falei com o Eros. - Não vai fazer nada.

Eros continuou olhando pra ele. Mas começou a se aproximar de Victor.

Victor- Barbara...

- Ele não vai fazer nada.

O cachorro subiu em cima dele e do nada, lambeu ele. Bem na cara.

Victor- Que nojo cara. - ele limpou seu rosto com a mão e começou a fazer carinho no Eros. Com um pouco de receio ainda.

Fiquei olhando a cena. Eros saiu de cima dele e deitou ao seu lado, e apoiou a cabeça na barriga do moreno tatuado.

O moreno continuou fazendo carinho na cabeça dele.

Victor- Topa ir lá em casa hoje mais tarde?

- Hum? Pra que?

Victor- Atoa, o Arthur vai e quer levar a namorada dele também. Pensei que fosse querer ir. Mas se não quiser, tudo bem.

- Não! É...eu vou.

Victor- Tudo certo então, cinco horas eu te busco.

- Não precisa me buscar.

Victor- Faço questão. -Ele olha pra mim.

E eu também fiquei olhando pra ele. Para o seu rosto,olhos, boca.... Ficamos nessa troca de olhares. Mas eu comecei a ficar nervosa. Sentia que ele estava reparando demais no meu rosto.

- Oh, tá na hora de ir. - Apontei para o relógio.

Victor- É...

Levantamos e limpamos nossas roupas. Botei a guia no Eros e saímos em direção ao nossos carros.

- Bom, te vejo depois então.

Victor- É, até depois. - Ele sorri.

Nos abraçamos.

- Tchau Victor.

Victor- Tchau Babi. - Ele deixou um beijo na minha bochecha.

𝐎 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐬𝐚 𝟒Onde histórias criam vida. Descubra agora