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Barbara Passos

Domingo chegou com uma energia que eu não conseguia ignorar. Na cidade só se falava da grande final.

Eu estava nervosa, claro, mas a ansiedade misturada com esperança fazia tudo parecer ainda mais intenso.

Victor joga bem, é muito dedicado e esforçado em campo. Ele tá determinado  a ganhar. Sei que vai ganhar.

Amo ele e saber que ele joga no meu time do coração...

Sou fã dele.

Ta, no começo eu não era, nem ligava para a existência dele no time. Mas agora ele é meu foco.

Victor saiu bem mais cedo de casa. Tem muita preparação ainda antes do jogo começar.

Conversei com as meninas, e elas também irão assistir o jogo. Vamos juntas. Carol eu já sabia que ia, até porque o namorado dela também irá jogar.

Pedi elas para passar aqui mais cedo, pois eu ia parar em casa pra trocar de roupa. Já que eu não tenho muitas opções aqui.

...

Em casa, eu tomava meu banho enquanto as meninas andavam pelos cômodos. Tirando algumas fotos.

Tainá— Barbara! Vai morar aí? — tomo susto quando a porta é aberta

— Já estou sai da Tainá — desligo o chuveiro e me enrolo na toalha

Sai do banheiro e fui até o quarto. Carol tirava várias fotos no espelho, e Tainá estava atrás de mim.

Ah, Lara não pode vir. Os pai dela chegaram na cidade hoje e queriam passar o dia com a filha.

Tainá— Vai logo por uma roupa Babi — ela me da um empurrãozinho

Bufo e vou escolher a roupa.

Optei por uma calça jeans meio azulada, um pouco larga, a camisa do Real.M, logicamente com o nome de Victor escrito atrás. Ele fez questão de me dar uma com o nome dele, e nos pés um par de tênis branco.

Tainá— Quer que eu te ajude a secar seu cabelo?

— Por favor Tai

Me sentei de frente para a minha penteadeira, ia passar maquiagem ainda. Mas bem básica mesmo.

Tainá— Carolina vem fazer a maquiagem na Babi, anda. — ela fala enquanto pega o secador — temos que sair enquanto antes melhor.

Carol para na minha frente e tira uns fios de cabelos do meu rosto para começar.

Enquanto Tainá secava meu cabelo, Carol fazia a maquiagem.

Carol— Preciso que você pare com esse secador para mim passar o pó no rosto dela Tai.

Tainá— Tá. Já tá quase seco, só vou passar a escova modeladora.

Depois de uns vinte minutos estou pronta.

Pego minha bolsa com o essencial; gloss, carteira, óleo para cabelo, desodorante, nunca se sabe né.

Dou uma última checada no espelho para ver se está tudo ok.

Saímos de casa. O caminho até lá foi bem agitado. Cantamos e fofocamos muito. Mas no fundo eu ainda estava apreensiva.

Antes de entrarmos no estádio, compramos três garrafas de água.

Eu não costumo beber nada enquanto assisto algum jogo. Fico nervosa demais que até esqueço da água.

Entramos e fomos para as arquibancadas. Queria sentar bem perto do campo. Nas primeiras fileiras.

Não tô nem aí se tinha a área vip, onde ficava os famosos e gente rica demais que não gostava de se misturar com a torcida. Mesmo que no meio da torcida seja muita bagunça, eu gosto.

Trás mais energias pro jogo.

Graças a Deus conseguimos sentar na primeira fileira. Pertinho do campo. Gosto disso. Assim consigo ver bem o Victor.

...

O placar marcava 1x1, e o jogo já estava nos últimos minutos.

O coração batia forte no peito, quase saindo pela boca.

Tainá e Carol, ao meu lado, gritavam e torciam com toda a força, mas eu mal conseguia prestar atenção nelas.

Só conseguia focar no campo, em Victor. Ele estava concentrado, correndo com uma determinação que me fazia prender a respiração.

Carol— Vai dar certo, Bárbara —disse, tentando me acalmar, mas meus olhos estavam fixos nele.

De repente, o time adversário perdeu a bola. Em um segundo, Victor estava lá, avançando, se posicionando.

O estádio pareceu parar por um instante quando ele chutou. O barulho da bola batendo na rede foi ensurdecedor, e a torcida explodiu em gritos.

GOL !

Ele fez o gol da vitória !

Minhas amigas me abraçaram, mas meu olhar continuava nele.

Vi Victor olhar em volta, como se procurasse algo, ou alguém. Quando seus olhos encontraram os meus, meu corpo inteiro se aqueceu.

Sem hesitar, ele começou a correr em minha direção, ignorando completamente as regras. Saltou a barreira do campo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Quando ele finalmente me alcançou na beira da arquibancada, tudo ao redor desapareceu.

Victor me puxou para um abraço apertado, e, no meio daquela confusão de gritos e flashes, nos beijamos como se fôssemos os únicos ali.

Victor— Você viu? — com a respiração descontrolada ele perguntou, ainda com aquele sorriso de vitória no rosto e suas bochechas avermelhadas. Eu ri.

— Eu vi amor — respondi, sem fôlego e orgulhosa.

Tainá e Carol riram e bateram palmas ao nosso redor, comemorando o momento tanto quanto a vitória no campo.

_Fim.

𝐎 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐬𝐚 𝟒Onde histórias criam vida. Descubra agora