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Barbara Passos

Depois de fechar a porta atrás de nós, olhei para Victor, ainda surpresa com o quão repentinamente ele apareceu na minha casa. O misto de nervosismo e animação borbulhava dentro de mim, e eu não conseguia deixar de sorrir.

— Então, qual é o plano, senhor "aparições surpresa"? — perguntei, tentando esconder o quanto eu estava animada.

Ele me olhou com aquele sorriso enigmático que me deixava sempre na expectativa. — Que tal uma noite só nossa? Sem preocupações, sem redes sociais, só a gente.

— Eu topo — respondi, sem hesitar.

Ele riu, o som baixo e confortável, enquanto me guiava até o carro. Quando entrei, ele fechou a porta com cuidado e deu a volta para o lado do motorista. Assim que ligou o carro, ele me olhou, aquele olhar que sempre me fazia sentir como se estivesse exatamente onde deveria estar.

O caminho até a casa dele foi preenchido por uma conversa leve, alternando entre piadas e pequenas provocações. Victor sempre teve essa habilidade de me fazer sentir à vontade, mesmo nas situações mais inesperadas. Quando chegamos, ele estacionou o carro e, antes que eu pudesse abrir a porta, ele já estava do meu lado, estendendo a mão para me ajudar a sair.

— Sempre tão cavalheiro — brinquei, aceitando sua mão.

Victor - Só para você — ele respondeu, puxando-me para um rápido beijo antes de nos guiarmos até a entrada da casa.

Ele pegou minha mão e me guiou até o sofá. Quando nos sentamos, Victor puxou algo que estava escondido atrás das almofadas — um controle remoto. Antes que eu pudesse perguntar o que ele estava aprontando, ele apertou um botão, e todas as luzes da sala se apagaram, substituídas por um céu estrelado que começou a se projetar no teto.

Eu olhei para cima, boquiaberta. — O que é isso?

Victor — Bem, eu sei que você gosta de estrelas e, como estamos em casa, pensei em trazer o céu pra você. — Ele disse, com um sorriso satisfeito ao ver minha reação.

Eu estava completamente encantada. O teto agora parecia um céu noturno, com estrelas brilhando e até uma lua cheia projetada no canto. Victor me abraçou de lado, e eu me aconcheguei nele, sentindo uma paz que há tempos não experimentava.

— Isso é incrível — murmurei, olhando para ele. — Você realmente se superou dessa vez.

Ele riu baixinho e beijou o topo da minha cabeça. — Eu só queria fazer você sorrir.

Enquanto a noite continuava, assistimos a um filme antigo que ele sabia que eu amava. Durante uma das cenas mais emocionantes, ele me puxou para mais perto, e eu senti seu olhar em mim. Quando olhei para ele, havia algo diferente em seus olhos, uma intensidade que fez meu coração bater mais rápido.

Victor — Bárbara — ele começou, sua voz suave —, eu sei que nosso relacionamento tem sido meio... discreto. Mas eu quero que você saiba que, para mim, o que temos é real, e eu não trocaria isso por nada.

Minha respiração ficou presa na garganta, e eu apenas balancei a cabeça, sentindo as palavras que ele não precisava dizer. — Eu sinto o mesmo, Victor. Estar com você... é a melhor parte dos meus dias.

Ele sorriu, e naquele momento, o mundo parecia perfeito. O filme continuou, mas eu estava mais concentrada nele do que na tela. Cada segundo ao lado de Victor me fazia sentir que estávamos construindo algo sólido, algo que realmente importava.

Quando o filme acabou, a sala estava mergulhada em uma escuridão suave, apenas as estrelas projetadas no teto brilhando levemente. Victor se levantou e estendeu a mão para mim.

Victor — Vem, quero te mostrar uma coisa.

Curiosa, peguei sua mão e o segui até a varanda. Lá fora, ele tinha preparado uma pequena mesa com algumas velas e uma garrafa de vinho. A vista da cidade iluminada se estendia diante de nós, e o ar fresco da noite era revigorante.

Victor — Decidi que a noite precisava terminar com uma nota ainda mais especial — ele disse, enquanto me entregava uma taça de vinho.

— Como se já não estivesse perfeita o suficiente — respondi, brindando com ele.

Passamos o resto da noite na varanda, conversando sobre nossos sonhos, sobre o futuro, e sobre como o presente parecia tão certo, tão bom. Estar com Victor era fácil, como respirar. Ele sabia como me fazer rir, como me acalmar, e como me fazer sentir que, no final das contas, tudo iria ficar bem.

Quando finalmente nos recolhemos para dentro, e ele me abraçou antes de adormecermos no sofá, soube que aquela era uma daquelas noites que eu guardaria na memória para sempre. Estar com Victor era mais do que um namoro; era estar em casa.

𝐎 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐬𝐚 𝟒Onde histórias criam vida. Descubra agora