Luna, uma jovem curiosa, descobre por acaso o portal mágico que a leva ao misterioso mundo de Nárnia, juntamente aos irmãos Pevensie. Juntos, eles embarcam em uma jornada incrível e repleta de perigos para desvendar os segredos e mistérios desse rei...
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JÁ HAVIAM se passado dias desde o evento intrigante no guarda-roupa, e Luna não conseguia tirar da cabeça o mistério de Nárnia. Sempre que resolvia ceder à curiosidade, seu coração acelerava, uma ansiedade inexplicável a impedia de entrar.
Naquela tarde, o tempo continuava ruim, e Luna e os quatro irmãos decidiram brincar de esconder. Susana era a pegadora e, mal se dispersaram, Luna se dirigiu à sala do guarda-roupa. Embora não planejasse se esconder lá dentro para evitar reavivar aquele assunto desagradável, queria pelo menos dar uma espiada, perguntando-se se Nárnia, o fauno e a história de Lúcia não passavam de um sonho.
A casa era tão grande e complicada, cheia de esconderijos, que ela pensou que teria tempo de dar uma espiada e se esconder em outro lugar. Aproximou-se do guarda-roupa, mas ao ouvir passos no corredor, não teve outro remédio: pulou para dentro, segurando a porta entreaberta. Sabia que era uma idiotice fechar-se completamente num guarda-roupa, mesmo num mágico.
Abrindo a porta, viu os casacos pendurados, o cheiro de naftalina; tudo era escuridão e silêncio, até que alguém esbarrou nela.
— Lúcia! - exclamou Luna, olhando surpresa para a garota. — Já era de se esperar.
— Luna? Veio pelo mesmo motivo? - Lúcia perguntou, com um pequeno sorriso à mais velha.
— Acho que sim. - Luna respondeu. Lúcia sorriu e agarrou a mão da garota, puxando-a mais para dentro do guarda-roupa.
Luna, um pouco hesitante, permitiu-se ser guiada pela energia contagiante de Lúcia. À medida que avançavam, o cheiro familiar de naftalina e madeira antiga deu lugar a algo novo e encantador. Os casacos de peles começaram a dar lugar a ramos de pinheiros cobertos de neve, e uma brisa gelada as envolveu, trazendo consigo o perfume fresco do inverno.
— Isso é... incrível - murmurou Luna, os olhos arregalados enquanto observava a transformação mágica ao seu redor. — Como isso é possível?
Lúcia riu, encantada.
— Bem-vinda a Nárnia, Luna! - Ela estendeu os braços, girando para mostrar a vastidão do novo mundo.
Diante delas, uma floresta de pinheiros estendia-se até onde a vista alcançava, cada galho coberto de neve cintilante. O chão estava envolto em um manto branco e macio, e o ar era frio e revigorante.
— É tudo tão... perfeito - disse Luna, ainda incrédula. O céu acima era de um azul pálido, pontilhado por flocos de neve que caíam suavemente. A luz do sol refletia na neve, criando um brilho mágico que parecia sair de um conto de fadas.
— Espere até ver o resto - disse Lúcia, os olhos brilhando de antecipação. — Vamos! Você tem que conhecer o Sr. Tumnus!
Guiadas por Lúcia, elas avançaram pela floresta até chegarem a um enorme tronco de árvore, tão grande que parecia impossível ser real. O tronco era oco, e uma porta rústica de madeira se escondia entre as raízes retorcidas. Lúcia bateu suavemente, e quase de imediato, a porta se abriu, revelando um fauno de expressão amigável.
