jadis //2

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NAQUELA NOITE, Pedro não se sentia bem ao lembrar que ia assumir sozinho a responsabilidade da batalha

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NAQUELA NOITE, Pedro não se sentia bem ao lembrar que ia assumir sozinho a responsabilidade da batalha. Fora um grande choque o fato de Aslam não prometer estar presente. Sem contar que ele estava muito confuso e preocupado, realmente sentia alguma coisa por Luna, mas não entendia o que sentia. Mas sabia que tinha que protegê-la, independente de tudo.

A ceia foi silenciosa, muito diferente da refeição da noite passada ou daquela mesma manhã. Era como se os dias felizes, que mal tinham começado, já chegassem ao fim. Luna nem conseguiu dormir, inquieta. Depois de muito tempo acordada, virou-se e ouviu Lúcia suspirar e Susana olhando para o nada.

– Vocês também não conseguem dormir?

– Não. Achei que você estava dormindo. Tenho um pressentimento horrível, como se qual quer coisa estivesse para acontecer com a gente. - Lúcia disse, se encolhendo no cobertor.

– É mesmo? Eu também.

– É alguma coisa com Aslam. Ou algo pavoroso está para acontecer com ele, ou é ele que vai fazer algo assim.

– Esteve preocupado o dia inteiro, Lúcia! Ele disse que não poderá estar conosco na batalha. Será que está pensando em ir embora esta noite? - Luna questionou, se sentando.

– Onde ele está agora? Na barraca? - Susana perguntou.

– Acho que não.

– Susana! Vamos procurá-lo. - Lúcia se levantou, Luna também e ambas olharam para Susana.

– Está bem, vamos. É melhor do que ficar acordada.

Muito de mansinho, as três meninas foram abrindo caminho entre os que dormiam e saíram da tenda. O luar estava claro e reinava silêncio. Susana agarrou-se ao braço direito de Lúcia e esquerdo de Luna de repente:

-Lá!

No extremo oposto do acampamento, onde começavam as primeiras árvores, o Leão dirigia-se lentamente para o bosque. Sem trocar palavra, elas foram atrás.

Aslam afastou-se do vale e continuou a andar. Parecia seguir o mesmo caminho que tinham percorrido durante o dia, quando vieram da Mesa de Pedra. Foi seguindo sempre, levando-as ora para lugares escuros, ora para outros banhados de luar. Os pés das meninas estavam úmidos de orvalho.

Pedro, de longe, observava a cena, sentindo-se inquieto com a perspectiva de Luna se aventurando em terras desconhecidas. Seu coração batia descompassado, temendo o que poderia acontecer. A ideia de perder Luna para as trevas que rondavam Nárnia era insuportável, mas se seguir Aslam -mesmo que no meio da noite- fosse mantê-la segura, então ele estava tranquilo por enquanto.

Aslam tinha uma aparência diferente. Cabeça baixa, cauda caída, caminhava devagar, como se estivesse muito cansado. Ao atravessarem uma clareira, onde não havia sombras nas quais pudessem esconder-se, as meninas viram-no parar e olhar em volta. Não adiantava fugir, então elas foram ao seu encontro.

WAR OF HEARTS || Pedro PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora