Capítulo 2 - Recordar

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Olá pessoal!! Essa história está praticamente toda escrita, falta apenas alguns ajustes. Os capítulos são grandes, porquê acabo me empolgando. Em pouco tempo teremos a segunda temporada, já estou ansiosa. Comentem e votem se gostarem. Agradeço por lerem e boa leitura.

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Ellora se olhava diante do espelho, e analisava o vestido preto que estava usando.

Passando a mão pelo bordado das laterais do decote alto, que representava seu dragão, em escamas tão azuis como negras.

Sua pele branca destacava em contraste com o breu de seus cabelos.

Então ela virou-se e saiu.

Estava sozinha no corredor ao lado de fora da sala, e sentiu um par de olhos a observar, e levantando o rosto, percebeu que era Sor Criston. Ellora meneou a cabeça, o cumprimentando, gesto o qual ele retribuiu.

As portas foram abertas e ela adentrou na sala, se aproximando da mesa, apenas faltavam o Rei e sua Mão.
Ela percebeu que os locais estavam distribuídos de modo que os noivos sentassem lado a lado.

Lançou um olhar rápido a sua mãe, e sentou-se ao lado de Helaena, já que Aemond, estava sentado na cabeceira, um tanto quanto longe dela.

Alguns minutos depois o Rei surgiu, carregado pelos servos, em compainha da Mão.

Passaram-se longos minutos de tensão na mesa de jantar enquanto o Rei falava sobre a união da família, olhares eram trocados, entre os demais.

Logo após, mais longos minutos de brinde, e o jantar foi oficialmente iniciado.

Ellora estava afastada de sua família na mesa, estando posicionada entre Aemond e Helaena, tendo como a vista da frente ser a Mão e a Rainha, não era muito agradável, mas ela seguiu.

Escutou a voz de Aegon implicando com Luke sobre como ele deveria agir na primeira noite, e seu irmão se irritou.

Helaena se levantou, com a taça na mão.

- Gostaria de fazer um brinde a Baela, Rhaena e Ellora. Não é todo de mal, ele te ignora a maior parte do tempo, menos quando está bêbado.

Ellora bebeu assim como suas primas, e pela primeira vez, sentiu o olhar cortante de Aemond sobre ela.

Jace se levantou e convidou Helaena para dançar, que aceitou prontamente, enquanto Ellora virou-se na cadeira para observar como ela parecia feliz.

Percebeu que naquele noite, os olhares sobre ela estavam apenas começando . Discretamente, viu Aegon, a bebendo com os olhos, enquanto fingia que olhava para Helaena.

Ellora se endireitou na cadeira, e voltou sua atenção para Luke, que observava um servo trazendo um porco assado, numa travessa, com uma sugestão de sorriso.

A memória do dragão que deram a Aemond, quando crianças, voltou como um raio.

Assim que o assado pousou na mesa, agilmente ela o posicionou no lugar vago de Helaena, e fez o gesto de "Não" com a boca, para Luke.

O seu irmão entendeu e desviou os olhos para Rhaena.

Ellora então cortou um pedaço do porco, e o colocou em seu prato, percebendo que não tinha comido nada desde o ínicio do jantar.

A carne estava suculenta e macia, e ela deu um suspiro de satisfação, ao mastigar.

Lentamente, Aemond bebericava uma taça de vinho, enquanto ligeiramente observava Ellora.

Ela deu-se conta, de que eles não tinham trocado uma palavra sequer, desde de sua curta estadia na Fortaleza Vermelha.
Pensava se Aemond também teria o costume de ignorar a esposa, a menos quando estava bêbado, e curiosamente ela não conseguia imaginá-lo embriagado, já que ele parecia gostar de tudo ao seu redor, no controle.

Ellora seguiu os olhos para Daemon, que fitava Aegon.

E repentinamente ela foi surpreendida por Helaena, que sentou-se novamente ao lado, dessa vez, corada por ter dançado.

Ela sorriu para Ellora e observou o porco na frente delas, que curiosamente era rodeado por pequenas pimentas.

- Ah, essa pimenta não é como as de Dorne... - ela falou.

Ellora concordou com a cabeça, lembrando, e chegou a sentir o ardor das pimentas dornesas em sua boca.

- Você já provou as pimentas de Dorne, Helaena? - perguntou.

A mulher ao seu lado sorriu.

- Não, me contento com as de Westeros - respondeu - Acho que você irá, também.

Ellora riu baixinho.

- Eu acho que não, já que, elas são as melhores - respondeu rindo, e Helaena lhe deu um sorriso também.

Como um milagre, o jantar foi encerrado sem nenhum conflito.

Fazendo Ellora resolver ir ver novamente a árvore coração, antes de se deitar.

Andou lentamente, até o pátio verde, sem encontrar ninguém pelos corredores. E ao estar próxima, percebeu que a lua estava cheia, iluminando toda a grama.

Ela descer os degraus, levantando o rosto para observar o disco prateado nos céu, estava esfriando, então ela cruzou os braços, em cima do tórax.

Sem pressa admirou como aquele espaço era bonito, a noite, tendo a sensação de que seria seu refúgio durante os próximos anos.

Pisando devagar, na grama, percebeu que o orvalho se acumulava em gotículas pequenas, sobre ela.

De repente, a sensação de estar sozinha sumiu, e sentiu um par de olhos sobre sim.Virou-se e encontrou uma silhueta no corredor, encoberto pelas sombras, ela não conseguia identificar quem era.

Ellora não desviou seus olhos da figura, e depois de longos minutos, a pessoa se colocou debaixo do luar, segurando no balaustre de pedra.

Era Aemond.

Ela não conseguiu esconder a expressão surpresa a tempo, enquanto o olhar do homem caía sobre sí.

Então, devagar, Ellora cruzou o pátio, subiu os degraus, se aproximando.

Aemond a encarava de frente, o rosto sem expressar sentimento algum.

Ellora então, resolveu quebrar o silêncio.

- Eu ainda não sei como me referir a você - disse - Tio ou noivo?

Os lábios deles deram o indício de uma sugestão de sorriso. Pela primeira vez, falou com Ellora, em anos.

- Por determinação do Rei - e sua voz tinha um toque de sarcasmo - Daqui a alguns dias, será , marido.

Rapidamente, da mesma forma que ele surgiu, se afastou e sumiu na escuridão.

Ela segurou forte no parapeito de pedra a sua frente, até que os nós dos dedos ficassem brancos.

Respirou mais uma vez, lutando contra o sentimento de tristeza que surgia.

"Não...não pense nisso. Você se casará com Aemond, agora. Para garantir a sucessão da sua mãe. Isso basta" ela pensou, com fervor.

Soltando a pedra fria, passou as mãos nos cabelos, se endireitou, e seguiu pelo corredor.

Não antes de dar uma última olhada no luar branco, que caía sobre as plantas.

Imaginando que, amanhã o sol tomaria conta de tudo, e que não seria o seu Sol, de Dorne.

Ímpeto - Aemond Targaryen / House of The DragonOnde histórias criam vida. Descubra agora