07

321 32 5
                                    

Martin.

Tiro a bandoleira do ombro encostando o fuzil na parede manchada de sangue da salinha, Alanys parece que já nem tinha mais lágrimas pra chorar enquanto a Júlia tá me olhando com raiva e bufando parecendo um boi, papo reto.

Eu: Não tô entendendo o motivo que você tá com raiva não, pô, quem deveria ficar assim é eu e tu sabe disso. - Me agacho na sua frente apertando as correntes nas suas mãos. - Vai levar tua amiga junto.

Alanys me olha como se fosse falar alguma coisa e eu coloco o dedo na minha boca fazendo sinal de silêncio e ela concorda com a cabeça em desespero.

Eu: Sou contra fazer essas merda com mulher mas tu tá pedindo, Júlia, te dei carro, dinheiro e casa longe do meu morro porque não queria você aqui mais. Te dei a chance de você ficar viva e viver sua vida longe de mim, mas você insiste em voltar. Não te matei por respeito a sua família e por respeito ao que vivemos independente das merda que você fez.

Júlia: Eu já te falei que só vim curtir um baile na paz, como qualquer outra pessoa que estava lá. - Coloco seu cabelo ruivo atrás da orelha que tá cheia de brinco e me aproximo dela falando no seu ouvido.

Eu: E eu te falei que não queria você aqui caralho. - Me afasto vendo que ela tá mantendo a marra até demais, mas vai ser por pouco tempo.

Júlia: Se eu fosse curtir baile em morro inimigo você ia achar bom? Não ia né caralho, não fode, Martin.

Solto uma risada debochada pelo jeito que ela falou comigo e a mesma me olha com um certo medo no olhar assim que eu pego a pistola na cintura acertando seu pé, Júlia grita de dor e a Alanys de medo tentando tampar os olhos.

Eu: Continua que o próximo vai ser na sua cabeça e sua mãe vai receber você toda desfigurada, vai reconhecer só pela roupa e olha lá.

O choro incessante da Alanys soa alto pela salinha me incomodando fazendo eu me aproximar dela e pegar sua mão esquerda que tá cheia de anel, Alanys me olha com o rosto vermelho e um pouco inchado, ela tenta se desviar do meu toque na mão só que eu seguro firme.

Eu: Cadê a outra? - Pergunto com o tom de voz suave, sai de casa cheio de problema na mente afim de curtir nem que fosse um pouquinho mas sempre acontece uma merda. - A Tainara que subiu com vocês.

Alanys: Tainara só entrou com a gente mas não sabia da Júlia não.

Eu: Cadê a Tainara, Alanys. - Falo de novo apertando sua mão e ela fecha os olhos.

Júlia: Provavelmente já tá na casa dela, ela não podia ficar muito tempo por causa dos pais.

Olho a Júlia que tá com o pé sangrando e a marra intacta, me levanto pegando o fuzil que ficou encostado na parede e dou de costas para as duas saindo dali.

Dou de cara com os moleque tudo ali na frente e aponto com a cabeça pra dentro.

Eu: Se elas saírem dessa salinha vai sobrar pra vocês. - Coronel aparece do meu lado batendo de leve no meu ombro. - Quero três indo na casa da Tainara, festinha do trio não poderia faltar a moreninha. E eu quero os moleque que tava na barreira lá na minha sala ainda hoje ou eu vou matar sem querer saber a historinha do porque deixaram elas subir.

Passo a bandoleira pelas costas vendo os moleque tudo sai dali indo aos seus devidos lugares, Coronel vem andando comigo.

Coronel: Tava vendo a página de fofoca lá do Cantagalo e parece que GM mandou a mina pro hospital. - Me apoio na moto vendo ele tirar o celular do bolso desbloqueando o mesmo me mostrando o bagulho.

Cantagalofofoca_

Eitaaa, a nossa primeira dama deu entrada no postinho hoje às 10:32am, e segundo as pessoas que estavam lá esperando atendimento e até mesmo os médicos parece que a nossa Melzinha chegou lá desmaiada e sangrando no colo do GM 👀
Pra quem não sabe Merliah tá grávida, será que perdeu o nosso herdeiro? 👀
Esperamos que não. Mandem mensagens positivas para que o neném esteva bem 🙏🏻

usuário do instagram Deveria morrer ela e esse bebê.

usuário do instagram Me impressiona essa mulher continuar com esse pedaço de merda.
usuário do instagram Como se fosse escolha dela

Franzo as sobrancelhas depois de ler essa merda e os comentários das próprias mulheres julgando e desejando a morte da mina, entrego o celular o Coronel e pego um baseado no bolso da calça branca e acendo ele tragando a fumaça gostosinha.

Coronel: A mulher engravidou do GM, tem que ser muito maluca da cabeça mermo. - Seguro o baseado entre os dedos oferecendo pra ele que pega colocando na boca de uma vez.

Eu: Nesse baile que os dois vieram juntos, deu pra ver que ela só tá com ele porque ele bate nela, mas se ela ainda não fugiu dele. - Pego o baseado de volta mantendo ele entre os dedos. - É porque tá suave pra ela.

Coronel: E o GM vai deixar ela fugir assim né caralho, deve ter segurança até no cu daquela mulher vigiando ela.

Eu: Matar ele e salvar a mina, brincar de super herói. - Falo em tom de ironia e solto uma risadinha sendo acompanhado pelo Coronel.

Faço um toque com ele e subo na moto indo para minha casa que eu não piso desde ontem que sai pro baile.

Estaciono a GS 310 na porta de casa vendo os moleque ficar cada um em uma esquina fechando a rua fazendo minha segurança. Aceno a cabeça pro Deivinho que fica aqui na porta 24por48.

Eu: Pede alguém pra buscar o reizinho lá na boca do beco 7 e traz ele pra mim, sete minutos. - Falo com ele que concorda com a cabeça pegando o rádio e fazendo o que eu pedi.

Abro o portão marrom e entro dentro de casa subindo as escadas e abrindo a porta que dá logo na sala espaçosa com um sofá grande, um cercadinho cheio de brinquedos infantil e a televisão no painel.

Tiro o fuzil das costas colocando sofá, pego o celular do bolso colocando no painel da televisão junto com a chave da moto e vou pro quarto afim de tomar um banho.

Eu: Caralho. - Falo assim que abro a porta do quarto e vejo a Catarina lá dentro com a Melissa no colo que tá babando em um brinquedo de morder.

Catarina: Surpresa. - Grita fazendo a Melissa perceber minha presença e se agitar toda abrindo os bracinhos na minha direção, me aproximo dela e pego a mesma no colo dando um beijo na sua bochecha que tá toda melada de algum doce.

Eu: Tá fazendo o que aqui? Achei que ia vir só final do ano.

Catarina: Consegui uma mini férias do trabalho e decidi vir ver meu irmão. - Fala ajeitando o cabelo castanho enquanto me olha com os olhos verdes arregalado.

Eu: E o feio do seu marido? - Melissa se joga pra trás rindo enquanto bate o mordedor no meu rosto e eu seguro firme suas costas cheirando ela, o cheirinho suave de bebê me deixava mais chapado que a maconha, papo reto.

Catarina: Não conseguiu folga, pra sua sorte. - Ela levanta da cama com uma toalhinha no ombro. - Amei que você não tirou o espaço de Melissa mesmo a gente vindo só uma vez no mês e olha lá.

Eu: Aquele macaco feio seu faz a festa lá dentro.

Catarina: Cadê ele hein? Tô com saudades dele, você me deu o bichinho sem documentação e agora ele não pode ir comigo.

Eu: Deve tá chegando aí pô. - Sento na cama com a neném no meu colo que me olha agora com o mordedor na boca, abro um sorriso olhando nos olhos dela. - Nem parece que é filha dos seus pais, toda bonitinha.

Melissa solta uma gargalhada como se entendesse o que eu acabei de falar. Ela se debate no meu colo querendo descer pra cama e eu coloco ela passando os braços ao seu redor com medo dela cair.

Catarina: Fala pro seu tio que você não é uma recém nascida mais não, Melissa, e que você já tá quase andando.

Inseparáveis.Onde histórias criam vida. Descubra agora