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Martin.

Pô, vou mentir não, a mulher é bonito e parece ser foda pra caralho mas ainda tô com um pé atrás, GM é maluco da cabeça, pra ele ter feito a cabeça dessa aqui não custa nada.

Coloco o celular na mesa e observo ela guardando as roupas de novo na sacola vermelha, fui comprar uns bagulho pra Melissa e acabei comprando pra menorzinha também.

Eu: Nome foda. — Falo um tempinho depois com a voz rouca, passo a mão esquerda pela camisa e pego o celular novamente vendo a mensagem dps moleque. — Se eu tivesse uma filha colocaria Izaura.

Merliah: Coitada da mãe da criança pra aceitar esse nome. — Fala em um tom descontraído e eu tiro os olhos do celular olhando pra cara dela vendo a audácia de falar mal do nome assim na minha cara mermo.

Eu: Ainda bem que a filha vai ser minha. — Falo e afasto a cadeira pra trás sendo observado pelos dois pares de olhos que me hipnotizou no baile.

Merliah: E você tem buceta pra colocar no mundo? — Franzo o cenho, essa mulher tava morrendo de medo minutos atrás e agora já tá achando que tem até intimidade, é de fuder mermo.

Eu: Nem parece que tava se cagando de medo ae. Mas ó, se liga, tô carregando a cria a vida toda, só precisa ser gerada.

Vejo o sorrisinho dela e sorrio sem mostrar os dentes, fico ali mais um pouquinho mas logo saio pra resolver os b.o de um empresário.

— Fala chefe, Zeca já tá lá na boca 7 te esperando pro papo. — Concordo com a cabeça e tiro a camisa ajeitando o radin na cintura, a moto vermelha estacionada do outro lado da rua no sol se destaca ao lado das outras pretas dos moleque.

Atravesso rua com a camisa no ombro e subo na moto buzinando pro fernandin que tá fazendo a segurança da Merliah.

Eu: Né pra deixar ninguém entrar e nem ela sair, se ela quiser sair me dá um toque. — Ele afirma com a cabeça e eu ligo a moto indo pra boca sete.

Rocinha tá pegando fogo esses últimos dias e nem é pelo calor infernal que tá fazendo nesse Rio de Janeiro e sim pelos b.o que tá acontecendo, todo dia uma merda nova e quanto mais mexe pior vai ficando, e agora vem esse merda do GM, só aceitei a mina aqui porque minha treta com o GM é de anos e agora que tenho a oportunidade de matar ele sem pesar tanto pro meu lado eu vou matar esse desgraçado com prazer.

Subo com a moto no meio fio e encosto ela no muro amarelo com a bandeira do Brasil bem destacada no meio.

Coronel: Tá todo exibido hein, gostoso. — Mostro o dedo do meio pro cara que acabou de aparecer na minha frente igual fantasma.

Eu: Fico me perguntando como que cê fez filho.

Caminho em passos largos na direção das escadas ao lado do barraquinho com o coronel do meu lado com a bandoleira atravessada nas costas e um rádio na cintura.

Coronel: Se você quiser eu até te mostro como eu fiz, faço em você.

Eu: Vai tomar no cu, porra, parece doente por pau, vou chamar três negão pra te comer.

Coronel: Se fuder, Martin, pode nem elogiar o cara mais.

Solto uma gargalhada baixinha vendo a cara dele fechada e as mão no peito tatuado, pego a camisa preta e visto abrindo a portinha pequena.

Zeca tá sentado com mais três caras dele atrás armados e os meus moleque tudo do outro lado armados também.

Eu: Sem muito papo porque se não eu perco a paciência que eu já não tenho com você e te mato. — Pego um fuzil na mão de um dos moleque e me sento na cadeira azul, afasto os pacotinho de cocaína pro outro lado da mesa e apoio o braço esquerdo. — Manda seu papo e rala.

Zeca: Já perde a moral da parada chegando assim. — A voz irritando de velho preenche meus ouvidos me fazendo revirar os olhos com a cara fechada.

Eu: Tenho que fazer esforço pra ter moral com pouca merda não.

Zeca: Você vai pagar caro por esse deboche, Martin. — Fala em tom de ameaça e eu olho debaixo pra ele vendo a barba branca e alguns fios de cabelo brancos também.

Eu: Tá sabendo nem o que é deboche hein, velhote. Te mandar o papo reto, eu quero o meu dinheiro, te dei três semanas e até agora não senti nem o cheiro do dinheiro, te dei o armamento pra invasão naquele ninho de rato que você chama de morro e além de tudo ainda te vendi a merda da cocaína, e a sua dívida só vai aumentando. Se for pra eu servir de agiota eu vou logo matar de uma vez, tenho paciência pra ficar cobrando o óbvio não.

Zeca: Te falei que só teria como pagar se eu tivesse retorno com as vendas mas o movimento no dendê tá fraco pra caralho.

Passo a mão no cavanhaque desacreditado nessa porra, homem acha que vai catar minhas coisas e não vai pagar merda nenhuma.

Eu: Aí o problema é completamente seu e dos moleque que trabalha pra você. E eu te falei que não tinha isso de você me pagar só se conseguisse retorno, pegou emprestado tem que pagar, caralho, tá nessa vida a mais tempo que eu e parece uma criança de 10 anos fazendo negócio, as vezes tenho até vontade de tomar aquele ninho de rato de você e te mostrar como é que se comanda uma favela.

Zeca: Faltei com respeito com você hora nenhuma então cê faz o mesmo, fazendo favor. Cê tá na palma da minha mão e tá achando que tá me fazendo de dançarina.

Sorrio de lado e passo a mão direita com as dedeiras na boca.

Eu: Tá tendo a cara de pau de falar essas porra dentro da minha favela e cheio de homem meu aqui dentro? Eu te mato em dois segundos, Zeca, em um piscar de olhos você vai morar com o capeta.

Zeca: Então vai nós dois juntos, até porque o GM já tá sabendo que a mulher dele tá aqui e que você tá acobertando a desgraçada daquela rapariga que não serve pra nada.

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