As minhas palavras de amor para você

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Rapidamente, Suguru tentou fechar a porta, mas aquele homem foi mais rápido e forçou a entrada, facilmente conseguindo alcançar o outro lado. Parado no corredor, Suguru pensou em chamar por Satoru, mas viu o seu pai erguer um revólver, o ameaçando.

— Então, você está realmente morando com outro homem?

Mesmo que o pai de Suguru, chamado Kazuo, fosse naturalmente agressivo, agora ele parecia totalmente fora de si, e Suguru percebeu que ele provavelmente estava sob efeito de drogas.

— O que a minha vida interessa para o senhor? Você nunca se importou comigo — Suguru respondeu, olhando com raiva para o outro. — Quero que vá embora, ou vou chamar a polícia.

Aquele homem curvou os lábios para cima, rindo desse comentário.

— Polícia? Eu não tenho medo da polícia. E você sempre foi um covarde, tenho certeza de que não faria isso.

Seja como for, Suguru não iria ficar parado, ele tentou correr para encontrar algo que pudesse usar para se defender, mas Kazuo avançou na direção dele, o agarrando por trás e o empurrando com força contra a parede. Suguru sentiu dor, mas a dor foi ainda maior quando o seu pai desferiu um soco em seu rosto, guardando a arma por um instante.

De imediato, Suguru sentiu um forte gosto de sangue em seus lábios cortados e aquele golpe o deixou zonzo. Mesmo assim, Suguru tentou se defender, mas Kazuo era forte, embora fosse mais velho.

Suguru sentiu outros socos violentos contra o seu rosto, e agora o seu nariz lesionado também sangrava, além do olho que latejava e quase não conseguia ficar aberto. O seu pai o golpeou no estômago, fazendo com que se curvasse para frente, perdendo o ar, em meio a uma dor aguda. Kazuo aproveitou para empurrar o filho no chão e, com sangue em sua face, Suguru fechou os olhos, sem forças para se reerguer.

Por causa de todo esse barulho, Satoru acabou acordando. Ele tocou o outro lado da cama, percebendo que o moreno não estava ali. Então, com o coração alarmado, ele se reergueu com pressa e abriu a porta do cômodo, se deparando com aquele homem desconhecido.

Kazuo olhou para o rosto de Satoru e voltou a rir de forma sombria.

— Então, esse é o outro cara? Veja o que eu faço com o seu namoradinho nojento.

A partir disso, Kazuo impiedosamente chutou o próprio filho mais uma vez. Suguru se encolheu como um animal, e gemeu de dor. Seu rosto transpirava e mal conseguia deixar os olhos abertos. Suguru queria gritar para que Satoru corresse e o deixasse ali, mas não conseguia mover os lábios. Ele era uma bagunça de sangue e suor.

Vendo aquela cena de horror, com Suguru apanhando do próprio pai, sendo humilhado de forma tão cruel, Satoru sentiu o ódio percorrer as suas veias, então, ele avançou em passos rápidos até aquele homem, pronto para atacá-lo com seus punhos, porém, Kazuo imediatamente ergueu o revólver e Satoru parou de andar no mesmo instante. Seus olhos focados na arma, ao mesmo tempo que desejava alcançar Suguru.

— Você está com medo? — Kazuo perguntou, rindo de forma exagerada. — Vocês dois são ridículos.

— Por favor... — Suguru murmurou, mas não foi ouvido. — Pai, por favor... não faça isso. Não machuque ele.

Diante da mira daquela arma, Satoru ergueu as mãos.

— Senhor, eu não o conheço, mas sei que não quer fazer isso de verdade. Se atirar em nós, será preso.

Kazuo continuou focado no alvo.

— Você acha que eu tenho algo a perder? A minha esposa me odeia, as minhas filhas são tão inúteis quanto esse aqui — ele olhou para Suguru por um instante. — Eu não me preocupo com o meu futuro.

E foi assim que tudo entre nós acabouOnde histórias criam vida. Descubra agora