Um pouco de vinho

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Naquele jantar, Suguru se acomodou na cadeira ao lado de Satoru, Haibara estava junto com Nanami, Shoko e Utahime em cada ponta. Eles comiam, enquanto conversavam animadamente, principalmente por causa do vinho, algo que Utahime fez questão de beber como se fosse água.

— E você, Gojo, está saindo com alguém? — Haibara perguntou, mastigando um pouco de macarrão.

Suguru nem mesmo desviou os olhos do prato, mas estava atento na conversa.

— Você acha que alguém vai aguentar o Gojo? É claro que ele está sozinho — Utahime comentou, provocando o albino.

Satoru sorriu e bebeu um pouco do vinho em sua taça.

— Eu estou tentando conhecer novas pessoas, mas nenhuma em especial até agora. O meu coração já pertence a alguém, mas ela não quer saber de mim.

Ao ouvi-lo, Suguru quase se engasgou com a comida.

— Quem é essa pessoa? — Shoko questionou, desconfiada.

— Uma garota que conheci no trabalho — Satoru claramente estava mentindo, mas os amigos pareciam acreditar nisso.

Suguru também bebeu um pouco do vinho, e olhou de canto para Satoru.

— Sério? E como ela é? — Haibara perguntou.

De forma certamente muito falsa, Satoru se mostrou pensativo. Foi nesse instante em que, por baixo da mesa, abaixou as mãos e tocou Suguru na perna. O moreno ficou imediatamente tenso, mas se esforçou para não demonstrar algo em sua face, ele apenas continuou parado, sentindo aquela mão subir em sua coxa, apertando a região.

— Ela tem o cabelo preto e longo, até se parece um pouco com o Suguru — ele disse, ainda com a mão na perna do outro.

Por sorte, ninguém percebeu essa atitude. Os dedos percorreram a região interna da coxa de Suguru, se arrastando até uma direção perigosa. Porém, logo Satoru afastou a mão, e Suguru se sentiu estranhamente triste por isso.

— Então, ela deve ser muito bonita — Haibara olhou para o namorado.

Suguru lançou um sorriso simples para ele, mas não respondeu.

Foi então que, no momento em que Satoru foi levar a taça até a boca, deixou cair um pouco de vinho em seu moletom de tom claro, manchando o tecido.

— Que droga, eu sou muito desastrado. Suguru, você pode me mostrar onde fica o banheiro?

Suguru quase perdeu o fôlego, ele sabia muito bem quais eram as intenções de Satoru. Esse homem conhecia a casa como ninguém, sabia perfeitamente onde estava cada cômodo.

— Mas você não frequentava aqui antigamente? — Nanami perguntou, olhando para o albino.

Assim, Satoru se levantou, deixando a taça na mesa.

— Na verdade, eu tenho uma péssima memória.

Os amigos pareciam um pouco desconfiados, mas Haibara não interferiu. Desse modo, Suguru também se levantou e acompanhou Satoru até aquele lugar. Durante o caminho, não se aproximaram um do outro ou conversaram. Mesmo assim, Suguru sentia as mãos transpirarem por ansiedade.

Ao chegar no local, Satoru entrou e olhou para o moreno parado na porta.

— Não vai me ajudar a limpar isso?

Suguru suspirou e se juntou a ele.

— Eu sei qual é o seu plano, Satoru, e isso não vai dar certo.

Porém, com movimentos rápidos, Satoru fechou a porta do banheiro, se adiantando para avançar até Suguru e o prendeu contra o mármore da pia. Com a respiração descompassada, Suguru olhou de perto para o albino, seus rostos incrivelmente próximos, e o corpo que reagia de imediato ao estar diante desse homem.

E foi assim que tudo entre nós acabouOnde histórias criam vida. Descubra agora