Me deixe sozinho

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No dia seguinte, quando Suguru estava em casa, ouviu batidas insistentes na porta. Quando abriu, não conseguiu acreditar no que os seus olhos estavam vendo. Satoru simplesmente teve coragem de ir visitá-lo depois de tudo o que houve.

De imediato, Suguru tentou fechar a porta, porém, Satoru se adiantou e o deteve.

— Suguru, espere um minuto, por favor — ele pediu.

Assim, a porta ficou aberta e Suguru encarou aquele homem com uma expressão ruim em sua face.

— Eu não quero falar com você, Satoru. Também não quero voltar a ser o seu amigo, se é isso que veio sugerir.

A verdade é que o albino havia planejado todo um discurso comovente, ele iria se desculpar, chorar, se jogar aos pés daquele homem, mas tudo o que fez foi desviar o olhar e dizer:

— Eu estou aqui para buscar as minhas coisas que ficaram na sua casa.

Isso claramente era mentira, apenas uma desculpa para se aproximar, mas Suguru era muito mais inteligente do que ele. Então, o moreno indicou para algumas caixas que estavam no corredor.

— Eu já deixei tudo organizado para te devolver, pode pegar, e, depois disso, desapareça daqui.

Satoru precisava pensar em algo rapidamente, ou a sua ida até a casa de Suguru seria desperdiçada. A partir disso, ele entrou na casa, enquanto Suguru aguardava na porta, olhando em direção oposta, mas, antes de pegar os seus pertences, Satoru começou a vasculhar as roupas.

— Está faltando a minha blusa preferida.

Ao ouvi-lo, Suguru respirou fundo, em busca de se acalmar.

— Qual blusa preferida? Todas as suas roupas estão nessa caixa.

— É aquela branca de botões — Satoru insistiu na mentira, essa blusa estava na casa dele, perfeitamente pendurada em um cabide.

Suguru cruzou os braços na altura do peito e tentou se lembrar dessa blusa em específico, porém, de fato não se recordava de ter visto isso na caixa.

— Eu não sei onde está, mas vou procurar no meu guarda-roupa. Se encontrar, mando uma mensagem para você.

No entanto, Satoru estava disposto a insistir.

— Você não me quer aqui e eu não quero voltar mais uma vez. Então, vamos olhar no seu guarda-roupa agora.

Suguru respirou fundo. Sem alternativa, fez um sinal positivo com a cabeça, finalmente fechando a porta, e passando por Satoru ao andar em direção ao quarto.

Satisfeito com isso, Satoru conteve a vontade de sorrir por essa pequena vitória. Em seguida, acompanhou o moreno, andando alguns passos atrás, até que estivessem no quarto dele. Ao ver esse ambiente, Satoru sentiu que poderia chorar. Já fazia tanto tempo que não retornava para esse cômodo, local onde amou Suguru tantas vezes, que sentia que iria enlouquecer.

Satoru sentia falta de todas as vezes que viu Suguru nu e exposto diante dele, deitado nessa cama, gemendo o seu nome e estremecendo por seus toques. Satoru sentia saudade de ouvir a voz dele soar daquela forma tão necessitada e obscena, de sua expressão de prazer e do corpo que se aquecia, repleto de desejo.

Assim, observou o moreno vasculhar o guarda-roupa, retirando algumas blusas e mexendo em cada canto. Satoru sempre achou Suguru muito bonito, até mesmo quando estava desarrumado em casa, mas a camiseta larga caía muito bem em seu corpo agora, assim como a calça de moletom. O cabelo estava preso em um coque, e Satoru se lembrava de todas as vezes que puxou o elástico apenas para provocar aquele homem, ou de quando fazia isso durante o sexo.

E foi assim que tudo entre nós acabouOnde histórias criam vida. Descubra agora