A saudade é o que me destrói

183 13 15
                                    

Mesmo sendo o responsável por terminar aquele relacionamento, Satoru não conseguia se esquecer de Suguru e se arrependia do que fez.

Ele estava o tempo inteiro pensando no ex-namorado, frequentemente sua mente o fazia se recordar de lembranças felizes e do quanto faziam bem um ao outro. O problema é que só agora Satoru estava voltando a raciocinar corretamente.

Mas isso era parte da depressão, em dias de crise, uma voz sempre dizia a ele que era um fardo, porém, quando estava se sentindo melhor, percebia que não devia ter acreditado nessas coisas ruins. Por alguma razão, naqueles momentos difíceis, isso parecia fazer sentido. Então ele agia de forma impulsiva, se afastava de todos e terminava chorando ao lado de um sentimento de culpa.

Portanto, Satoru não procurou por Suguru, pois estava ocupado em ir ao psicólogo e também trocou os seus remédios no psiquiatra. Satoru sabia que isso não iria fazer com que fosse curado da doença, mas podia o ajudar a se sentir melhor. Dessa vez, ele estava empenhado em manter o tratamento.

Agora Satoru sentia um sentimento conturbado, a culpa de antes, foi substituída por um outro tipo de remorso. Ele se odiava por ter tratado Suguru de forma tão fria, onde estava com a cabeça em terminar com ele tão inesperadamente?

Parando para pensar, Satoru reconheceu que estava ao lado de Suguru já fazia muitos anos, tempo o suficiente para se tornarem íntimos em diversos aspectos. Ele ainda se lembrava dos segredos que compartilharam juntos, de confissões e relatos sobre um passado conturbado. Satoru sabia que Suguru não tinha o amor do pai, e que esse homem traía a mãe dele, depois, abandonou o filho. Pensando nisso, Satoru percebeu que ele também não foi diferente, pois traiu a confiança de Suguru e depois o deixou. Mas é claro que Satoru não fez essas coisas intencionalmente, sempre era a depressão falando mais alto, mesmo assim ele se culpava.

E se Suguru estivesse triste naqueles dias apenas por que teve problemas com o pai? E se era algo com as irmãs dele? Só agora Satoru começou a pensar nisso.

Por que a depressão o cegava?

Satoru estava agora parado na frente da casa do moreno, certo de que se desculpar com ele seria a melhor opção. Satoru ainda estava incerto sobre reatar o relacionamento, pois mantinha o pensamento de que, apesar de tudo, não estava sendo um bom namorado e, até que melhorasse de verdade, iria se manter afastado.

Assim, Satoru bateu na porta e esperou. Porém, os minutos se passaram e ninguém surgiu para atendê-lo. A partir disso, ele bateu outras vezes, mas o resultado continuava sendo o mesmo. Pensando que o moreno saiu para fazer algo, Satoru decidiu esperar por ele, no entanto, as horas se passaram, e Suguru não apareceu.

Como última opção, Satoru resolveu enviar uma mensagem.

"Suguru, onde você está? Estou na frente da sua casa, quero conversar com você e me desculpar pelo meu comportamento".

Em seguida, Satoru retornou para a própria casa e decidiu se ocupar com outras coisas. Ele havia se alimentado, tomado banho e estava agora sentado no sofá da sala, encarando com desinteresse a tela da televisão. Foi então que o celular vibrou uma única vez, e, um pouco desesperado, ele apanhou o aparelho, checando as mensagens.

"Satoru, não espere por mim, eu não vou voltar, pelo menos, não agora. Estou passando um tempo com Haibara em outra cidade, mas um dia vamos voltar. Sendo sincero, não quero falar com você. Me envie apenas mensagens importantes, caso esteja tendo uma crise. Do contrário, por favor, me deixe em paz".

Satoru colocou o celular de lado e fez uma expressão ruim. Ele sabia que Haibara tinha interesse em Suguru, o ex-namorado havia compartilhado essa informação com ele. Então, Haibara simplesmente aproveitou a oportunidade para fazer o que tanto sonhou, roubando Suguru de suas mãos. Bom, Satoru deveria ficar feliz por isso, afinal, ele pensava que Suguru merecia alguém melhor, principalmente, alguém que não seria problemático como ele. Porém, a verdade é que Satoru estava enciumado, triste e irritado com essa situação.

E foi assim que tudo entre nós acabouOnde histórias criam vida. Descubra agora