PILLOWTALK [ INTERSEXUAL ] SARIETTE

I DON'T WANNA LIVE FOREVER

01 de junho, 2016

Juliette andava de um lado para o outro enquanto contava até 100, pois contar até 10 não dava mais resultado. Sarah estava de cara fechada e sentada na cadeira de frente a diretora Vitória.

― Me desculpa. ― Disse Sarah limpando o sangue de Bil do próprio rosto.

― Desculpas não te salvam de absolutamente nada, Sarah! ― Juliette rosnou e a loira se encolheu um pouco.

― Juli, eu sinto muito mesmo por toda essa merda...

― Já falei para não me chamar assim!

― Chega vocês duas! ― Vitória interrompeu. ― O que foi que o Bil disse para te deixar tão enfurecida, Sarah?

― Algo que ele nunca mais vai querer dizer. ― Sarah respondeu, fervendo de ódio. Vitória olhou para Juliette, que a encarou colocando as mãos nos quadris.

― Sendo bem clara com você Sarah, você já está bem ferrada, se não me falar, não vou adivinhar e não vou poder tentar te ajudar. ― Sarah cerrou os punhos de novo. ― Apesar de absolutamente nada justificar uma agressão física.

― Realmente, eu estou com uma vontade de torcer o seu pescoço Sarah, pra ver se você para de ser idiota! Fala de uma vez!

― Bil disse que rolam boatos sobre nós duas. Ele disse que... que quer "experimentar" a boca da Juliette porque ela... Meu Deus, eu não consigo nem repetir.

― Então, você resolveu bater nele? Você não pode revolver tudo com briga, Sarah! ― Exclamou Juliette, nervosa.

― Não posso deixar que as pessoas falem desse jeito de você, Juliette. ― Disse ela franzindo a testa.

― Posso te perguntar uma coisa, Sarah? ― Juliette falou e a loira apenas engoliu em seco. ― Você fez isso pelo seu ego ferido ou por mim?

Sarah respirou fundo e tentou reunir a coragem que ela precisava para ser honesta. Juliette estava de braços cruzados e tudo nela indicava que ela estava na defensiva. Havia um nó na garganta da garota que a impedia de falar e ela começou a ficar se remexendo nervosamente porque não sabia por onde começar.

― Quer saber, esquece! ― Sarah levantou a cabeça e encarou Juliette de forma insegura. ― Estou decepcionada.

― Me desculpa... por favor, me desculpa.

― Eu não quero saber, não agora. ― As duas se encararam. Os olhos verdes se fixaram nos castanhos e tentavam a todo custo mostrar o profundo arrependimento que sentiam. Por fim, Juliette quebrou o contato.

― Juli... por favor.

― Não é a hora de falarmos sobre isso. Vou voltar pra casa, preciso de um tempo.

― Juliette...

― Você não está totalmente comprometida com isso, parece que a ficha de que você vai ter dois filhos ainda não caiu. Eu preciso de alguém que fiquei do meu lado e me ajude. Não alguém irresponsável que resolve tudo na base na violência. Não é isso que eu quero para os meus filhos.

― Eu estou tentando, Juliette.

― Às vezes tentar não é o bastante.

Sarah nunca havia recebido um olhar tão ressentido da morena. Com os olhos cheios de lágrimas contidas e se esforçando para não chorar, Juliette saiu da sala batendo forte a porta atrás de si. Ela estava magoada, estressada e com uma
confusão de sentimentos.

E foi assim que a morena saiu daquela sala, deixando apenas Vitória e Sarah sozinhas em um monstruoso silêncio.

***