Anastasia, Eduarda, Isabelly, Isabell e eu aguardávamos ansiosas que Charlotte e Aurora apresentassem sua versão dos acontecimentos. Estávamos todas sentadas no sofá, do lado de fora do escritório do diretor, tentando manter a calma enquanto as quatro meninas discutiam entre si. Enquanto isso, meus pensamentos se voltavam para Matteo. Não conseguia acreditar que ele havia escolhido apoiar Astrid em vez de suas próprias amigas.
Aurora e Charlotte saíram do escritório com sorrisos arrogantes estampados no rosto ao nos verem. Em seguida, fomos chamadas para entrar na sala do Diretor Dominic. Com os corações acelerados, nos sentamos diante dele, sentindo a tensão no ar.
— Estou profundamente decepcionado com a atitude de vocês, meninas — disse o Diretor Dominic, retirando seus óculos e colocando-os cuidadosamente sobre a mesa. — Não esperava esse tipo de comportamento, especialmente de você, Isabell. Sei que sua relação com Astrid não é das melhores, mas empurra-la? Ela poderia ter se machucado seriamente.
— Mas eu não empurrei ninguém! — exclamou Isabell, indignada.
— Foi Astrid e suas amiguinhas que empurraram Anastasia! — interveio Eduarda, segurando firmemente a mão de Anastasia.
— Chega! Não quero ouvir mais mentiras! — interrompeu o diretor, levantando-se com um semblante severo. — E você, Isabelly, já está arranjando confusão no primeiro dia de aula? E ainda por cima ofendendo seus colegas?
— Foi ela quem ofendeu Anastasia, eu apenas respondi! — defendeu-se Isabelly, com a voz cheia de frustração.
Abri a boca para falar, mas fui interrompida por batidas na porta. Todos nós voltamos o olhar para a figura que surgiu. Astrid entrou na sala, com o rímel borrado e as bochechas vermelhas de tanto chorar. Para minha irritação, ela usava o casaco de Matteo, que estava delicadamente pousado sobre seus ombros. Meu sangue ferveu de raiva - aquela nojenta estava deixando seu perfume no casaco dele.
Isabell se levantou, visivelmente irritada.
— Admita, Astrid! Você empurrou Anastasia no corredor!
Astrid começou a chorar, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Perdoem-me! Eu... Fui tão cruel, só agora percebo o quão egoísta fui com vocês... Quero mudar, por favor, perdoem-me!
O diretor suavizou seu olhar, sua postura rígida relaxando um pouco.
— Acalme-se, querida...
Matteo a abraçou, afagando suas costas. Eu não conseguia mais suportar aquela encenação.
— Pare de fingir e derramar essas lágrimas falsas! Tudo o que sai da sua boca são mentiras para escapar das consequências de suas ações! Você é uma covarde!
— Pare, Margot! Ela está arrependida e já se desculpou... — A dor em meu coração aumentou ao vê-lo defendendo minha agora inimiga.
Ele a abraçou com mais força, depositando um beijo no topo de sua cabeça enquanto ela chorava em seus braços, agarrada a ele. Nem eu, que sou sua melhor amiga há anos, estive tão próxima dele. Queria desesperadamente estar no lugar dela agora.
— Basta! Voltem para suas salas!
Obedecemos sem protestar. Voltei para minha sala de aula e me sentei no meu lugar habitual. Matteo entrou logo atrás do professor e se acomodou na carteira atrás de mim. Durante a aula, não conseguia prestar atenção em nada, minha mente estava fixada no garoto atrás de mim. Rasguei uma folha do meu caderno e escrevi: "O que foi isso?" Assim que o professor se virou, entreguei o bilhete a Matteo. Poucos segundos depois, ele devolveu a folha com sua resposta: "Desculpa, mas fiquei mal pela Astrid... Esqueça isso, eu não gosto nem um pouco dela! :)"
Sorri ao ler a mensagem e, ao olhar para trás, vi Matteo sorrindo de volta para mim. No entanto, notei que o casaco não estava mais com ele. Uma pontada de ciúme percorreu meu corpo ao imaginar que ainda poderia estar com Astrid. Tentei ignorar esse sentimento, convencendo-me de que ele provavelmente havia guardado o casaco em seu armário.
As aulas terminaram e voltamos para o nosso apartamento, onde fomos recebidas com um delicioso hambúrguer preparado por Anastasia.
— Senhor! Isso está maravilhoso — digo entre mordidas.
— Concordo, é o melhor hambúrguer que já comi! — acrescenta Eduarda, quase engolindo tudo de uma vez.
Anastasia sorri, visivelmente orgulhosa. Isabell, por sua vez, come pequenas porções enquanto está concentrada em seu celular. Meu próprio celular vibra e sou surpreendida por mensagens de Isabelly. Havíamos combinado sairmos mais tarde, junto com Matteo.
Convidei Anastasia para me acompanhar e, juntas, pegamos nossas bicicletas, dirigindo-nos ao Washington Square Park, um dos meus lugares favoritos em Nova Iorque. O parque é simplesmente perfeito para se distrair e pedalar. Chegando lá, encontramos Isabelly sentada em um banco, com sua bicicleta encostada ao lado.
— Ei! Cadê o Matteo? — perguntei, curiosa.
— Ele não veio — respondeu Isabelly, com um tom desapontado.
— Por quê? — questionou Anastasia, intrigada.
— Não sei, ele apenas me mandou uma mensagem no privado avisando que não poderia vir.
Suspirei, talvez fossem seus problemas familiares. De qualquer forma, não precisamos dele; podemos nos divertir sem ele. E foi exatamente isso que fizemos.
Pedalamos com nossas bicicletas pelo parque inteiro, entre risadas e conversas animadas, até que finalmente nos sentamos em um banco.
— Aquela história da Astrid hoje foi uma loucura...
— Sim! — concordou Anastasia.
— Ela estava atuando, com certeza.
— O mais estranho foi a atitude do Matteo em defendê-la — comentou Isabelly.
— Ele disse que não foi nada, que apenas ficou com pena dela.
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Me 𝑨𝑷𝑨𝑰𝑿𝑶𝑵𝑬𝑰 Pelo Cara 𝑬𝑹𝑹𝑨𝑫𝑶
RomantikMargot sempre teve um amor secreto por seu melhor amigo, um sentimento que ela guardou desde a infância. No entanto, o medo de confessar seus sentimentos a impediu de falar, e seu coração foi partido quando ela o viu beijando sua rival. Esse momento...