Na manhã seguinte, Isabelly e eu estávamos deitadas no pátio da escola, aproveitando um raro momento de tranquilidade. Decidi contar a ela o que havia acontecido no corredor com Matteo. Compartilhei cada detalhe, incluindo a descoberta de que Axel estava por trás da foto que haviam tirado de mim.
- Meu Deus, o que será que ele está planejando? - perguntou Isabelly, com uma expressão pensativa.
- Não faço ideia - respondi, sentindo uma mistura de confusão e curiosidade. - Ele é atraente, mas é complicado de entender.
- Concordo - disse Isabelly, assentindo. - Mas fica na tua, se ele aprontar mais alguma, a gente toma providências!
- Combinado! - respondi, sentindo uma certa confiança.
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Anastasia me aguardava na quadra para o teste de líder de torcida, ansiosa e cheia de energia. Eu tinha aceitado participar também, mas o meu teste seria em outro dia. Quando cheguei, ela se aproximou de mim, usando o uniforme característico das líderes de torcida: uma saia curta, que balançava a cada passo, destacando suas pernas longas e esbeltas, e uma blusa justa, perfeitamente moldada ao corpo, com as cores vibrantes do time, realçando suas curvas.
- Tô bonita ou não? - perguntou, com um sorriso animado e os olhos brilhando de expectativa.
- Você sempre tá bonita, Anastasia - respondi sinceramente, admirando sua confiança.
Ela soltou uma risada alegre, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, seu nome foi chamado. Sem perder tempo, ela correu para a quadra, os cabelos balançando com o movimento. Eu sabia que deveria estar prestando atenção nela, torcendo como uma boa amiga faria. Mas minha visão acabou se desviando para Axel, que estava parado sozinho do outro lado da quadra. Algo nele me intrigava, especialmente quando, de repente, ele desapareceu da minha vista. Uma sensação crescente de curiosidade e a vontade de segui-lo começaram a tomar conta de mim.
Furiosa, decidi ir atrás dele, determinada a seguir seus passos até o último lugar onde o havia visto. O caminho era sinuoso e escuro, com paredes úmidas que pareciam fechar-se ao meu redor. Quando finalmente cheguei ao local, um beco sem saída pouco iluminado, algo me fez parar subitamente. Ao me virar, senti mãos firmes me agarrando pelos braços. O susto me fez prender a respiração. Ele estava ali, usando óculos escuros e um boné que escondia parte de seu rosto, mas eu sabia exatamente quem era. Axel.
- O que você pensa que está fazendo aqui? - sua voz saiu áspera, carregada de autoridade.
- Apenas... estava caminhando... - tentei disfarçar, mesmo sabendo que ele não acreditaria.
Ele soltou uma risada sarcástica, cheia de desprezo.
- Ah, é claro. Sempre tão curiosa, não é? - disse ele, apertando meus braços com mais força, fazendo a dor se espalhar por meus músculos.
- Me solta, seu bruto! - protestei, tentando me livrar de seu aperto.
Ele então se inclinou, aproximando seu rosto do meu até que seus lábios quase tocassem meu ouvido. Senti seu hálito quente e o roçar de seus lábios contra minha pele, enviando arrepios por todo o meu corpo.
- Fique longe desse lugar, boneca, ou você vai se meter em problemas que não pode resolver - sussurrou, sua voz baixa.
A proximidade dele me incomodava, e com um movimento brusco, virei meu rosto para longe. Axel finalmente me soltou, e eu dei alguns passos para trás, tentando recuperar minha compostura. Ele, no entanto, apenas sorriu daquele jeito maroto que eu tanto desprezava, um sorriso que me enchia de vontade de socá-lo.
Mas, contrariando sua ordem, já estava decidida. Eu iria sim para aquele canto. Ele não manda em mim, e ninguém vai me impedir de descobrir o que está acontecendo ali.
Voltei para a quadra ao lado de Anastasia, que me observava com uma expressão de curiosidade e confusão no rosto.
- Onde você estava? - ela perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
- Por aí - respondi de forma vaga, tentando não dar muita importância ao que havia acontecido.
Mas, por mais que eu tentasse afastar os pensamentos, uma sensação estranha me dominava. Uma vontade inesperada e intensa de sentir os lábios dele nos meus. Era algo que nunca experimentei antes, nem mesmo com Matteo. Me imaginei sendo puxada para mais perto, seus braços fortes ao redor da minha cintura, seu corpo pesado pressionando o meu, nossos lábios se encontrando com uma urgência incontrolável naquele espaço apertado e escuro.
Mas o que é isso? Que loucura é essa que está passando pela minha cabeça? Senti meu rosto esquentar enquanto afastava a imagem. Que absurdo! Por que estou pensando nisso? Misericórdia...
Anastasia andava logo atrás de mim, silenciosa e pensativa. Eu podia sentir seus olhos em mim, me estudando, analisando cada movimento, como se tentasse decifrar o que estava se passando na minha cabeça. Não demorou muito para que as outras meninas surgissem, e as conversas habituais começassem a preencher o ambiente. Estava perdida em meus pensamentos quando senti uma mão firme rodear minha cintura, puxando-me suavemente para um lado.
- No que você estava pensando? - sussurrou Isabelly, com um tom curioso e ao mesmo tempo provocativo, mantendo a distância necessária para que as outras não ouvissem.
- Eu... eu vi Axel em um canto isolado da quadra, onde ninguém costuma ir, e acabei seguindo ele. Mas ele percebeu e me agarrou... - comecei a explicar, sentindo meu coração acelerar ao reviver o momento.
- Ele te agarrou? - Isabelly interrompeu, seus olhos se arregalando de surpresa, enquanto um sorriso malicioso se espalhava por seu rosto.
- Não desse jeito que você está pensando! - rebati rapidamente, revirando os olhos quando vi o sorriso dela aumentar ainda mais. - Mas ele me agarrou sim!
- Ah, vai dizer que não pensou em nada a mais... - ela provocou, o tom divertido não passando despercebido.
- Mente poluída! - respondi, tentando parecer irritada, mas sentindo o calor subir às minhas bochechas. Isabelly era incorrigível, e seu sorriso travesso me dizia que ela não iria deixar o assunto morrer tão cedo.
Isabelly ficou séria de repente, seu sorriso desaparecendo enquanto me olhava nos olhos.
- Olha, eu não gosto muito desse tal de Axel - disse ela, com um tom de voz preocupado. - Sei lá, o grupo dele me cheira a problemas e mistério. Além disso, eles têm essa fama de valentões. Toda a escola parece tremer de medo quando eles passam, embora eu nunca tenha visto eles fazendo nada realmente violento... - ela fez uma pausa, avaliando minha reação antes de continuar. - Só... toma cuidado com o Axel, tá? Ele pode ser um gato, mas é problemático. E não esquece que ele já tirou aquela foto horrível sua... Se eu fosse você, dava o troco.
As palavras dela pairaram no ar, e por um momento, senti um misto de alerta e desconforto. Isabelly raramente era tão séria, e o fato de ela estar me avisando sobre Axel me fez questionar se eu estava subestimando o perigo que ele representava.
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Me 𝑨𝑷𝑨𝑰𝑿𝑶𝑵𝑬𝑰 Pelo Cara 𝑬𝑹𝑹𝑨𝑫𝑶
RomanceMargot sempre teve um amor secreto por seu melhor amigo, um sentimento que ela guardou desde a infância. No entanto, o medo de confessar seus sentimentos a impediu de falar, e seu coração foi partido quando ela o viu beijando sua rival. Esse momento...