Coucou!
Aqui estou mais uma vez para tristeza de todos.
Dedico esse capítulo à pessoa mais chata e insuportável da minha vida. À pessoa que é contra a minha paz e dedica seu tempo e energia em me perturbar. E mesmo sendo o meu maior motivo de stress, essa é a mesma pessoa que eu mais amo e sinto muita falta.
Fique bem logo, meu amor. E volte para mim!
Boa leitura!
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Narração Valquíria:
- O cocktail. - Clarice acrescentou apontando para a cartela de drinks.
A base de vodca, licor de café, Amaretto e Bailey's, o tal "orgasmo" era um cocktail muito doce para o meu gosto. Prefiro o outro tipo de "orgasmo" mesmo.- Pisco sour, s'il vous plaît, - balancei a cabeça discretamente ao notar meu erro, - por favor, - tentei sorrir e no mesmo instante meu sorriso murchou tamanho meu nervosismo e preocupação.
Com tantos problemas para lidar, mais um para essa lista era a última coisa que precisava.
- E eu vou querer um Old Cuban, - Bruno se juntou ao meu lado. Sem nenhuma discrição, meu amigo encarou a Clarice de cima a baixo. - Você é nova aqui, - concluiu. - Você tem mesmo idade para trabalhar em um bar? Não está apresentando um documento falso, está?
- Pode até parecer que não, mas eu sou maior de idade, - Clarice me encarou. - Eu posso provar.
Esperei pelo momento em que fosse dizer que me conhecia, mas esse momento não aconteceu. E Bruno não desconfiou de nada, nem um segundo depois ele estava de conversa com outra pessoa aleatória e se esqueceu de nós e das bebidas como de costume.
Clarice perguntou algo me tirando dos meus pensamentos.
- Pardon?
- Você não usa açúcar em nada no escritório, achei que não fosse querer no seu drink também.
- Oui, vous avez raison... - Clarice ergueu uma sobrancelha e então me dei conta da minha gafe. Respirei fundo lentamente e tentei outra vez; - sim, você tem razão. Pode colocar menos açúcar, por favor.
Essa minha confusão me deixava frustrada. E quando estou frustrada, fico inquieta. E quando estou inquieta, a ansiedade toma conta de mim. E a ansiedade me deixa nervosa. E quando estou nervosa, me sinto ainda mais frustrada.
É um ciclo sem fim e um tanto desgastante, que se eu permitir, irá me consumir.A Clarice parece ser uma boa garota, mas como posso confiar no meu próprio julgamento quando eu mesma me envolvi com tantas pessoas desprezíveis? Melhor não confiar muito... Mas algo dentro de mim diz para não me preocupar.
E desde quando Valkyrie não se preocupa com algo? Sou eu, afinal. Eu sempre me preocupo, seja necessário ou não. E agora é impossível não me preocupar... o que será que a Clarice irá fazer com essa informação?Não que me importe muito com o que falam de mim. As pessoas geralmente não me entendem mesmo. E às vezes, nem eu mesma entendo minha própria confusão, então como esperar algo diferente dos outros? Por essa razão não julgo quem tem impressão errada a meu respeito e estou muito bem ciente do que falam de mim no escritório. E não ligo, de verdade, não me incomoda.
Mas irei me incomodar se as pessoas lá souberem dessa parte da minha vida que tento manter separada do trabalho. Tenho plena certeza que isso na boca daqueles homens irá ser munição para tentar afetar a minha carreira. E por mais que eu não ligue para o que os outros falam de mim, tem as pessoas que vão... principalmente as da minha família. E esse é o maior problema de todos.