08. Valkyrie autiste

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Salut! Ça va bien?

Você acredita em deus? Então você crê em milagres... e um deles acaba de acontecer; eu voltei.

Mas já Elora? Oui... é o que faz uma desempregada.

Enfim.

Para quem conhece a primeira versão dessa história sabe o que significa esse título e é exatamente o que estão pensando. 

Dito isso, esse não é um capítulo fácil. 
Eu não lembro o que escrevi na primeira versão (de verdade, eu não lembro NADA), mas eu tenho ciência de que peguei mais pesado.  E se vocês ficaram revoltados com a Valquíria nos capítulos anteriores, pode ser que vocês fiquem revoltados com a Clarice do capítulo de hoje. E definitivamente ficarão revoltados com o Pedro Henrique.

Só quero dizer que ... leiam por sua conta e risco. E depois não reclamem!

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Narração Valquíria:

Sentada sozinha em meu apartamento, as luzes baixas lançando sombras na parede. A taça de vinho tinta descansava sobre o balcão à minha frente. Eu me via presa observando o líquido escuro ondular no cristal enquanto eu girava lentamente entre os dedos.

Eu costumava achar momentos como esse acolhedor, agora só consigo pensar o quão solitário é. A cada gole parecia aumentar o vazio dentro de mim e o silêncio ao meu redor.

Deitei a cabeça sobre o balcão, tentando afastar os pensamentos tumultuados desde a última conversa com Clarice na saída do Apex. Como era possível eu ter ferrado tanto a ponto dela pensar daquela forma de mim?

Eu não consigo nem me ofender ou me chatear com o que me disse, eu mereci. Eu mesma plantei a dúvida nela e não poderia esperar algo diferente. E se ela estiver certa sobre mim? E se isso não passar de uma fase? E se meus sentimentos não passarem de mais um dos meus hiperfocos?

As palavras de Clarice ressoavam em minha mente, me fazendo sentir ainda mais perdida. Eu estava certa de que o que eu sentia por Clarice era único. Ninguém nunca despertou em mim o que ela me desperta. Se isso não é amor, também não é uma simples amizade.

Me levantou lentamente e caminhei até a janela da sala, olhando para a cidade iluminada abaixo. A vida continuava lá fora, indiferente à minha dor e confusão. Tomei outro gole de vinho, tentando encontrar algum consolo na bebida. Mas a verdade era que nada parecia capaz de preencher o vazio deixado pela distância entre Clarice e eu.

Como eu poderia provar a ela que o que sinto é diferente do que apenas uma curiosidade? Se fosse apenas carência qualquer um poderia me fazer sentir o que ela me fez sentir aquela noite...

Virei o vinho em minha taça em um único gole, peguei a chave do meu carro e saí. Eu provavelmente vou me arrepender da minha decisão, mas infelizmente aquele idiota me conhecia melhor que ninguém.

O trajeto eu conhecia muito bem e não precisava de autorização para subir até o seu andar. Ao menos ele não me tirou de sua lista até agora e isso foi bom. Por mais que eu estivesse aqui, eu não queria pedir permissão para entrar... isso sim feriria meu ego.

- Valquíria? Você por aqui, - Pedro Henrique abriu um sorriso presunçoso ao me ver em sua porta. - O que devo a honra da sua visita?

- Será que podemos não conversar sobre isso? - Entrei em seu apartamento sem esperar por seu convite.

Pedro Henrique fechou a porta atrás de si. - Certo, e o que você quer fazer?

- Você sabe muito bem.

Stuck With U - ReinassanceOnde histórias criam vida. Descubra agora