O "mês que vem" chegou e cá estou eu.
Queria dedicar esse capítulo ao meu amorzinho, mas o capítulo não é feliz (foi mal pelo o spoiler) e eu não quero dedicar isso ao meu amor.
Mas, eu quero manifestar aqui o meu amor pela minha Ana Dora Aventureira.
Eu estou um porre de chata ultimamente, muito mais chata que o normal e você está me aturando. Eu te amo muito por isso e obrigada por não desistir de mim.*Se ela desistir, essa história será deletada e eu também!
Boa leitura!
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Narração Clarice:
Asma e anemia era algo tão comum em minha vida que observar Valquíria surtar era até cômico.
Eu era muito pequena quando tive minha primeira crise de asma. Não me lembro se foi com um ou dois aninhos, mas foi algo bem precoce. Tão precoce que eu nunca pude participar das brincadeiras com as crianças da rua. Ou fazer as aulas de educação física. Teve uma época que eu fiz natação – ou melhor, tentei – e isso foi o mais perto de exercícios que eu cheguei. Claro que eu não acompanhava a turma. Enquanto todo mundo nadava cada vez mais rápido e treinava para um dia participar de competições, eu só tentava não morrer de um lado para o outro da piscina... infantil.
Ter uma crise e não estar com a minha bombinha também não foi a primeira vez. Então, enquanto Valquíria estava paranóica com o fato de que eu poderia ter morrido e ainda estava anêmica, eu só pensava que perdi um incrível piquenique com várias comidas gostosas e seria obrigada a comer feijão.
Eu não gosto de feijão.
- Incroyable ! Incroyable ! Je n'arrive toujours pas à croire que tu ne m'as pas dit quelque chose d'aussi important, Clarice !¹ – Valquíria quebrou o silêncio de repente. Estávamos em seu carro, em direção a sua casa quando ela explodiu de repente. Eu fiquei apenas a observando sem entender uma única palavra, mas pelo seu tom de voz bravo sabia que não era algo bom. Talvez fosse melhor não entender. – Eu ainda não acredito que você não me contou algo tão importante, Clarice¹ – Ela traduziu, mas seu sotaque estava mais carregado que o normal. A bicha estava brava mesmo. – Você deveria ter me contado. Eu jamais iria te colocar nessa situação se soubesse que poderia literalmente morrer!
- Perdão, - sorri amarelo pensando que um sorriso iria amolecer seu coração. Spoiler: não amoleceu.
- Pardon? Pardon?! – Ela balançou a cabeça e subiu a calçada de algum lugar com o carro. Foi só então que me dei conta de que estávamos parando no estacionamento de uma farmácia.
- O que estamos fazendo aqui?
- Ora, como assim o que estamos fazendo aqui? Acha mesmo que vou continuar andando com você por aí sem um remédio? Épargne-moi, mon amour. Pas avec moi ! [Me poupe, meu amor. Comigo não!]
Ela saiu do carro e eu fui atrás, embora parte de mim acreditasse que ela não se importava muito se eu estava indo junto ou não. Dentro da farmácia, Valquíria entregou toda aquela papelada para o farmacêutico e ambos começaram uma discussão de diferentes versões do mesmo remédio. Aparentemente, a frescura dessa mulher se estende até a qual laboratório fabricou a medicação já que em algum momento ela disse "eu não gosto desse laboratório". E agora eu te pergunto, quem é que conhece esse tipo de coisa?
- Está saindo por R$341,06, com o desconto fica R$309,00 – A farmacêutica falou e eu quase tive outra crise de asma ali mesmo.
- Tudo? – Perguntei.