𝘼𝙇𝙇 𝙁𝙊𝙍 𝙐𝙎? ~𝙽𝚊𝚑𝚘𝚢𝚊 𝙺𝚊𝚠𝚊𝚝𝚊

capítulo dezoito

Porra Keisuke!! Não bastava me fazer chorar com a sua morte, tinha que fazer isso por carta também? Isso nem é do seu estilo. Fazer cartas? Ainda mais essas que nós fazem chorar.

Você não tá ligado no quanto todo mundo tá sentindo sua falta, dói de mais saber que você não vai estar mais aqui pra me xingar pq não comi o dia inteiro pq eu simplesmente esqueci de me alimentar, que eu não vou mais pode te ligar desesperada pra você vir matar uma barata na minha casa, ou por qualquer besteira como assistir a um filme novo comigo.....

Você podia voltar garoto, voltar pra mim, eu sinto sua falta e ler sua carta me faz ver o quanto aquele ditado é verdadeiro... "As memórias boas são aquelas que mais nos deixam tristes"  só de lembrar de cada momento que vivemos dói, e dói muito.

-Ei não chora- diz Nahoya, e é só nesse momento reparei que eu estava chorando e que o Nahoya ainda estava ali comigo, me permito se acalentada por ele, meu melhor amigo fazia falta, mais eu pelo menos tinha alguém do meu lado.

- Eu não consigo evitar, a cada momento só me lembro mais das minhas aventuras com ele, teve um dia que a gente fugiu de casa a noite, ele tinha ido passar o dia na minha casa e acabou por ir dormir lá, era tarde quando a gente saiu da minha casa, era umas 21h, e a gente foi pro parquinho pra olhar as estrelas, tudo isso pq meu urso de pelúcia tinha rasgado e eu não parava de chorar  -digo com uma risada triste e vejo ele me acompanhar.

-É ele era um bom amigo e com certeza vai fazer falta, mas eu tô aqui com você, quer dar uma volta? -pergunta o mesmo.

-pode ser, vai ser até bom pra esvaziar minha mente, eu realmente preciso parar de pensar um pouco sobre isso tudo.. sobre ele mais especificadamente. -digo e o acompanho até a saída.

Subimos na moto e ele me levou a um lago um pouco fora da cidade, chorei... instantaneamente, aquela lago baji me levou ali quando voltei pra Tóquio, ele tinha me feito um piquenique...

DROGA, Acho que vou ter que mudar de cidade... tudo TUDO me lembra ele..

Faço um esforço pra secar minhas lágrimas o mais rápido possível, não queria estragar o esforço do Nahoya, ele queria me animar, eu não podia ficar me alto-deprimindo.

Passei um bom tempo ali com o Nahoya, foi um momento bem único, ele me contava algumas aventuras com seu irmão. Depois disso fomos a um restaurante comer algo, a comida de lá era super gostosa e foi super divertido.
Com certeza aqueles momentos com o Nahoya foram extremamente fofos e legais, ele me fez esquecer bastante de toda essa situação.

Depois ele me deixou em casa, mesmo que eu quisesse que ele ficasse, preferi não falar nada e só deixar ele ir.

Q.D.T

Os raios de sol me acordaram, eu estava no quintal da minha casa (acho q adormeci aqui, quando levantei, observo o baji no balanço, ele brincava, e eu pedi pra brincar com ele também, mesmo com muita vontade de chorar, só por ver ele.

Ele começou a me empurrar no balanço e eu ria, um sensação tão gostosa que eu me senti ligeiramente muito alegre.

Logo depois, Keisuke para de me empurrar e vai pra dentro de casa,ele demora lá dentro, porém, quando ele volta, tinha um balde em sua mão cheio de balões, brincamos de tacar os balões um no outro, e apesar de sempre ter tido bons reflexos, nunca fui boa correndo, mais mesmo assim tentava a todo custo alcançar o mesmo, tacando balões e errando, raramente acertando, porém o garoto também não era muito certeiro.

O nosso amor fraternal transparecia em cada festival de brincadeira,  ver keisuke quando criança foi um ótima coisa, ver a felicidade pura que iluminava seu rosto infantil, me fez pensar que talvez eu só estivesse sonhando, que tudo que eu passei foi um sonho, e que na verdade nada disso aconteceu, só foi um pesadelo ruim e ele nunca se foi...

Quando me aproximo do Keisuke e o abraço, acabo acordando... um sonho. Acordei chorando, ja era o outro dia e meu celular tinha diversas chamadas perdidas e mensagens de várias pessoas.
Decidi ignorar todos e fiquei em casa mesmo, nem fui pra faculdade, até pq já estava atrasada, e nesse momento tudo que me corpo pedia, era cama, na verdade ele pedia paz.

Paz... algo que eu não veria tão cedo...

Passei o dia dormindo, acho que em algum momento alguém bateu na porta, mais não tenho certeza, além das mais chamadas perdidas no meu celular.

Eu seria muito má, se eu ignorar todos de novo? Sim seria, mais mesmo assim não tô afim de falar com ninguém.
Porém alguém estraga meus planos, esse alguém é o smiley entrando na minha casa com meu pai.

- Eai gatinha, se não atendeu esse telefone é nem respondeu então vim pessoalmente - disse o garoto que estava com a cara mais limpa do mundo, acho que se eu não atendi e nem respondi deve ser por que eu não queria falar vom ninguém né?

-Oie, bom te ver, oque está fazendo aqui? -pergunto olhando para o chão, senti saudades do smiley, porém eu realmente queria ficar sozinha.

-Vim te levar pra passear, e aí oque me diz? -disse ele animado- fica tranquila, já falei com seu pai e ele deixou, né tio?

-Isso mesmo, vai lá filha e aproveita - eu sinto que o tom de voz do meu pai é quase de implorar pra que eu saia de casa, acho que esta fazendo mal pra ele me ver mal.

-Tudo bem só vou me arrumar, espera aqui.

Entro no quarto e visto um moletom preto por cima da minha blusa do the weeknd, uma calça jeans escura tbm, coloco um tênis vans  preto com branco. Por estar de noite e eu não pretendia sair de casa (minha cara deixava isso óbvio ) só fiz um coque despojado mesmo.

Eu e smiley saímos de moto até uma parte afastada da cidade, o local era um pouco escondido, a noite estava tranquila e o céu estrelado iluminava o local, lá tinha uma ótima vista de um pequeno jardim, com um lago que refletia a luz da lua.

A visão era realmente privilegiada, visto que eles estavam vendo de cima.

(Narrador)

Nahoya preparou uma surpresa para anima-la. Ela reparou que o lugar parecia ter sido preparado com cuidado, visto que ele espalhou algumas velas pelo chão, criando uma atmosfera suave e acolhedora.

Um pano estava posta sobre o chão com petiscos favoritos dela, como morangos cobertos de chocolate e biscoitos caseiros, energéticos, salgadinhos e etc.

Ele começou a puxar assunto sobre as estrelas no céu(obs: ele é péssimo falando sobre nerdices), depois começou a contar histórias engraçadas e lembranças felizes que tinha do Baji com os outros meninos.

Ele queria que ela soubesse que ele entendia a importância desse momento para ela.

À medida que a noite avançava, o ambiente tranquilo e a presença amorosa de Nahoya  pareciam trazer um pouco de leveza ao seu coração.

Com o passar das horas, eles compartilharam risadas e lágrimas, fortalecendo ainda mais o vínculo que os unia. Mesmo que as palavras fossem poucas, a presença atenciosa de Nahoya e o ambiente acolhedor criado por ele trouxeram um pouco de paz para Sn  naquela noite.

(Narrador off)