scars - minsung

eighteenth

Storyteller POV

Mesmo um pouco medroso, Theodore cedeu e se juntou a ele, afinal gostava de estar próximo de toda maneira, assim com calma se sentou do lado do outro e ficou com o corpo colado nele lateralmente, puxando o cobertor no qual dormiu para ficar sobre ambos, tomando total cuidado com Aristóteles ali na ponta.

— Coloque algo feliz... — o pequeno pediu meio acuado, porque não queria necessariamente escolher, já que não se via tão no direito assim, apenas quis dar sua opinião de forma mais suave — Gosto mesmo de terror, só... Quero me sentir feliz. — deu de ombros, olhando Peter de pertinho, esse que sorria estranhamente em sua visão, visto que não tinha grandes motivos.

— Claro, Theozinho... Como quiser. — afirmou ainda com o sorriso, por dentro só estava feliz por estarem tão próximos e dividindo o mesmo cobertor, podia parecer muito bobo, todavia a maneira do doutor de agir estava mudando aos pouquinhos e o Han notava facilmente.

Abriu o filme que ele concordou em ver e deixou o controle de lado, assim puxou melhor o cobertor para ambos e decidiu deitar já que não estavam mais comendo, dessa forma inconscientemente Theodore ficou acomodado sobre seu peito, olhando a tela enquanto Peter acariciava seu braço e ombro de forma curta, buscando não o invadir.

Para o pequeno, era confortável estar ali, se não pensasse muito que estava simplesmente agarrado em um homem tão incrível e bonito como Peter, pois aquilo lhe deixava intimidado, mesmo que no fundo pensasse ser sortudo pela oportunidade, nunca fora aproveitador e imaginava sim que estava tirando uma casquinha daquele que queria ter algo em troca.

Já para o mais novo, aquele abraço parecia lhe curar o coração. Infelizmente, nunca tinha tido uma experiência romântica e amorosa com ninguém, então mesmo demonstrando seu amor em pequeníssimas doses, seu coração já se agitava, era claro para si o quão perfeito era cuidar de seu Theozinho e poder o ver feliz, mas ainda assim a liberdade para lhe adorar era o que mais pesava na relação.

Não percebeu quando a própria mão já chegava no cotovelo alheio, visto que suas carícias eram quase que automáticas, assim como o doutor não notou o momento em que usou a mãozinha para abraçar a cintura alheia, deixando o antebraço sobre seu abdômen, sendo mesmo muito íntimo com o "amigo".

— Está gostando...? — o Han perguntou em uma parte do filme que era apenas música e ambiente, já que não queria atrapalhar para comentar algo bobo.

— Uh hum... É... Legal. — Theodore disse devagar ao cair na real sobre como estavam abraçados, olhando o corpo dele de forma escondida já que seu rostinho estava virado para baixo, pensando mesmo se devia recuar, não estava fazendo algo que desgostava, porém era natural ter medo de tanta aproximação, não queria perder o outro.

— Certo, então fique. Vamos terminar de ver. — Han pareceu sentir seu receio, apertando seu corpo um pouquinho para o acolher melhor, sabendo que o que fazia podia ser arriscado porém sem intenções de se arrepender, voltando com a mão para seu ombro e nada além, ia ser calmo e racional.

Mesmo medroso, o pequeno aceitou sua proposta, puxando mais o cobertor para cima como se pudesse esconder o que fazia com sua mãozinha nele, algo que era claramente notável para o outro, e nem por isso Jisung teria motivos para reclamar, estava confortável sob seu toque, e sinceramente querendo que acontecesse mais vezes.

O filme continuou e nada mudou entre ambos, exceto pela parte na qual o menor dormiu, ou seja, mais para o fim do drama, fazendo o mais novo decidir deixar ser assim, desligando a televisão e mantendo ele quentinho, fechando os olhos para o cochilo também, não tinha compromissos, exceto dar janta para o dorminhoco.

Cerca de 1h depois, para a sorte de Theodore, ele foi o primeiro a abrir os olhinhos, entendendo até que rápido o fato de estar acomodado no outro, algo que não necessariamente era desconfortável, mas mesmo assim tinha medo do que estava acontecendo, então tentou se afastar lentamente, assustando com os olhos alheios abrindo.