fifth

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Storyteller POV

Apesar da paixão pela tatuagem, seu cachorro e a vida, Jisung também apreciava muito seu carro. Mesmo ele não sendo o melhor dos modelos, era o suficiente para tudo o que precisava, então valorizava como podia, cuidava muito bem da lataria, dos pneus e das outras variantes relacionadas ao motor.

Por tal motivo, também possuía um posto de gasolina favorito, onde confiava na qualidade do produto. Era mais uma segunda-feira que passava por lá, já tinha levado Dante para casa após o serviço, vestido suas roupas de treino e tirado o lixo do pequeno apartamento, porém preferia cuidar do automóvel antes de passar pela academia do condomínio e depois ficar pronto para dormir, era um ritual.

Calibrou os pneus do veículo e encheu seu tanque, deixando o mesmo estacionado ali no posto para entrar na loja de conveniência, precisava comprar umas barrinhas de cereal para deixar no carro, não era fã delas mas usava em caso de emergência.

Dentro do lugar passou o olhar por todos os lados, reconhecendo uma das pouquíssimas pessoas sentadas a comer alguns lamens ou outros petiscos, era o homem que trabalhava no hotelzinho', exatamente o que lhe odiava um pouco, não que isso fizesse Han desistir de ser bom.

— Oi... – invadiu um pouco o espaço dele, sorrindo pequeno, tomando a atenção do moreno antes de observar que seu macarrão instantâneo estava seco, sem cozinhar, um tanto estranho – Por que... – tentou perguntar, logo sendo interrompido.

— Para de cuidar da minha vida. – disse com pressa, como se acumulasse ódio até ali.

— Desculpa mas... Por que não cozinhou? – deduziu que ele gostava da massinha ainda crua, era comum em um paladar mais infantil.

— Por que se importa? Você pode muito bem ignorar, pra que vir me perguntar? – o tal Theodore foi se levantando, queria fugir das questões, queria não existir perto do outro.

— Porque... Sei lá, deixa eu me importar. – o tom de Peter também foi um tanto sincero, não com ódio, contudo sem a serenidade de sempre – Você quer outro? Eu pago e cozinho... – ofereceu de bom grado, preferindo lhe ajudar e lhe deixar sozinho em seguida.

— Não quero nada, me deixa em paz. Sério. – revirou os olhos ouvindo mais palavras falsamente gentis, na sua opinião, observando o relógio na parede para ter certeza que devia ir embora.

— Calma, Theodore, é só comida, quer um doce então? – o tatuador continuou insistindo na ideia de auxiliar de alguma forma, o outro aparentava tão tristonho, não gostava de ver ninguém assim, muito menos o trabalhador que estava sempre com seu cachorrinho.

— Quem te disse que eu preciso de comida, eu tô comendo! – jogou fora a embalagem, andando pela loja ainda com o mais novo atrás de si – Sai. – o mais alto saiu andando e só não bateu a porta da loja pela presença do mecanismo que não a deixava encostar com força, abandonando um Han perdido e chateado para trás, queria muito ajudar e não conseguia nunca.

Jisung observou ele caminhar e então foi pagar suas barrinhas, saindo na direção do próprio carro pois no momento não poderia fazer nada para ajudar, iria simplesmente guardar essa informação para algo. Realmente tinha estranhado sua maneira de não assumir que simplesmente gostava do macarrão, ele estava sempre em modo defesa, recusava tudo que lhe era oferecido e esquivava, aparentava como um gato de rua arisco.

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No dia seguinte, Peter voltou até a creche dos animais para deixar Dante e não viu sinal nenhum do conhecido. Conformou-se que, de certa forma, mesmo triste com a situação dele, devia ser mais cuidadoso, fazer menos perguntas e ajudar mais, talvez tentar o influenciar a se abrir, porém não ser maldoso e querer saber de detalhes, ele não era obrigado a nada, Jisung apenas pensava em seu bem.

scars - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora