Você pertence a mim.

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Choi Soobin
Sábado, 24 de setembro, 14h55

— Mas é isso, senhora Young, eu não sei mais....

Sem graça, era assim que me sentia após consultar a doutora Tiffany Young. Uma psicóloga renomada que trabalha para nossa máfia desde que minha mãe morreu. Por ter serviços exclusivamente para nós e com base contratual, não existem denúncias ou constatar a polícia. Ela sabe de todas as pessoas que matei, e agora sabe do meu passado.

— Entendo... — Anotava algo em seu caderno — Lembro como Minhyuk ficou com o seu desaparecimento, por ter desenvolvido esse desconforto com o toque, imaginávamos que tinha sofrido.

Eu apenas ficava em total silêncio, não tinha mais o que declarar, ela já sabia de tudo.

— E como esperado, o agredido vira o agressor. — A mulher deu uma risada fraca — Eu suponho que tenha se tornado uma pessoa agressiva, Soobin, devido ao trauma na infância. — Engoliu em seco, agora olhando fixamente à mim — Você sente prazer em causar dor nas pessoas?

Fiquei em silêncio por alguns minutos, que pareciam durar horas. Eu sabia a resposta, mas era difícil dizer ao vivo pela primeira vez em vinte e dois anos.

Então, apenas assenti com a cabeça positivamente, envergonhado.

— Quando tenho relações sexuais, apenas. — Confirmei detalhando.

Honestamente, não sentia problema algum nisso com tanto que tenha respeito aos limites do outro. Huening Kai por exemplo, nunca gostou muito de um sexo violento, a ponto de me ignorar por uma semana quando supostamente apertei seu pescoço muito forte. E é claro que nunca fiz nada que ele não quisesse, sempre me controlei ao máximo para ser o menos violento possível, o mínimo.

Mas, por outro lado, Dan era diferente, ele parecia ter a minha sintonia, na mesma intensidade que eu gostava de causar dor, ele gostava de sentir a dor. Transamos apenas duas vezes, mas em ambas cheguei até mesmo a bater no rosto dele com ele pedindo por mais.

Será que, também é um trauma dele? Já que tudo indica que é o meu também... Droga, Dan, queria saber por que esse ruivinho esconde tanta coisa de mim...

— Bem, precisamos curar isso.

— Não tem problema algum, é consentimentalmente. Não machuco ninguém que não queira ser machucado. — Claro, não estamos contando com todas as minhas mortes na conta, mas isso é assunto pra outra hora.

— Soobin, hoje é algo com consentimento, hoje é apenas sexualmente, hoje é "apenas um fetiche". — Fez aspas com as mãos e deu ênfase na palavra "hoje" — Você é homem, um homem rico com massa corporal, gosta que as coisas sejam do seu jeito.

— O que está insinuando com isso? — Ofendido, me levantei da poltrona que estava com uma raiva iminente.

— Estou dizendo que precisamos tratar isso logo, hoje pode ser algo banal, amanhã estará agredindo alguém que você ama sem que tenha controle disso. — Tiffany também mostrava firmeza nas suas falas, não havia ficado nem um pouco intimidado.

Revirei os olhos e fui em direção a porta.

— Eu não amo ninguém, doutora Young.

E saí, convencido das minhas falas. Isso tudo era uma grande baboseira, já tenho vinte e dois anos, obviamente sei diferenciar um sexo à vida cotidiana.

... IN THE MAFIA [𝒀𝑬𝑶𝑵𝑩𝑰𝑵]Onde histórias criam vida. Descubra agora