Mudança!

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– 𝗡𝗮𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼𝗿𝗮 –

Após a conversa entre Luiz e Leonardo, Leo pediu um tempo para assimilar a proposta e dar a resposta ao seu pai. Luiz aceitou, meio nervoso, mas com a condição de que Léo teria apenas três dias para pensar. Queria a resposta na quarta para poderem ir na sexta à tarde.

Os dias que Léo teve para pensar já haviam passado e agora ele teria que dar a resposta ao seu pai.

• LR

Mais uma vez naquela semana fria, fui acordado pelo som estridente do meu despertador. Levantei-me preguiçosamente e me arrastei até o banheiro. Fiz minha higiene pessoal e tomei um banho quente e relaxante. Hoje era o dia em que daria minha resposta ao meu pai. Pensei nisso todos os dias e até conversei com a Naty e o Thiago. Eles me encorajaram a aceitar. Meu pai iria ficar feliz, e eu iria rever a Naty. O Thiago iria passar as férias lá, já que toda a sua família era da cidade.

Terminei meu banho, vesti meu uniforme, calcei meu tênis e desci para a sala, encontrando meu pai sentado à mesa, comendo.

— Bom dia, pai. — Fui até ele e deixei um beijo em sua bochecha. Sentei-me e preparei meu café da manhã. Antes de conversar com ele, queria comer, estava morrendo de fome. Comecei a comer e, a todo momento, senti o olhar do meu pai sobre mim. Sabia que ele queria logo escutar minha resposta.

Luiz: Filho... você já tem uma resposta?

— Tenho, pai... — Deixei o pão que comia no prato e olhei para o mais velho na mesa. — Eu conversei com a Naty e com o Thi. Eles me encorajaram a aceitar a proposta para a gente mudar. Estou meio receoso ainda com essa mudança, mas se o senhor vai estar feliz, eu também estarei.

Vi um sorriso crescer no rosto do meu pai e seus olhos se encherem de brilho. Nenhum dinheiro poderia pagar a felicidade que senti ao vê-lo assim. Soube naquele momento que tinha feito a decisão certa. Ele se levantou da mesa e veio me abraçar.

Luiz: Nós vamos ser muito felizes lá, Leo. A Irene vai ficar tão feliz com sua resposta. Ela está animada para conviver mais com você. Você vai poder ter a presença de uma mãe agora, filho...

Senti suas mãos acariciarem minhas bochechas e sorri. Estava feliz por poder conviver mais com a Irene. Como havia dito, ela é bem legal e me trata com muito carinho.

𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐢𝐧𝐚 - 𝐏𝐚

• RG

Depois daquele dia, eu havia conversado melhor com minha mãe, apenas eu e ela, sem a presença do Gui e da Dani. Ela quis me explicar por que havia chamado o namorado para morar com a gente. De verdade, eu não queria saber de nada disso; só não queria aquele cara aqui, mas não mando na casa, então não poderia fazer nada.

Após aquela discussão, no carro, o Gui e a Dani não quiseram ir comigo. Eles pareciam assustados e chateados. À noite, o Gui veio conversar comigo sobre o ocorrido e acabou soltando que eu estava ficando parecido com o monstro que acabou com nossas vidas. Eu não demonstrei, mas aquilo me quebrou de um jeito. Será que eu realmente estava me tornando a mesma pessoa que ele? Apenas essa frase me rendeu algumas noites sem dormir, devido aos pesadelos com o ser desprezível que eu estava me tornando.

Já fazia alguns dias que eu estava me isolando deles. Não queria machucar nenhum dos três. Estava sentado no meu carro, esperando a Dani e o Gui para irmos para a escola, eles estavam demorando mais que o normal. Olhei para o relógio e, justo quando pensei nisso, eles apareceram

Gui: Nego, você não sabe! O Léo aceitou vir para cá. Eles vêm na sexta à tarde.

Vi o garoto falar animado. Apenas murmurei um "ok" baixo, sem olhar para ele. Me ajeitei no carro e esperei eles se ajeitarem também. Dei a partida em direção à escola enquanto a Dani e o Gui não paravam de falar dos rapazes que estavam para vir. Como eles poderiam estar felizes com isso depois de tudo? Eles não tinham medo de que acontecesse tudo de novo? Minha cabeça latejava com todos esses questionamentos rodeando meus pensamentos.

Após algum tempo dentro do carro, parei em frente à escola e esperei eles saírem para dar partida no carro, não estava com vontade de ficar na escola. Saí cantando pneu pela avenida até uma praia afastada. Desci do carro e fui até uma cabana bem isolada, gostava de ficar ali para me acalmar. O balanço e o barulho do mar acalmavam meus pensamentos e me relaxavam. Sempre ia para aquele lugar quando não queria ver ninguém.

Meu meio irmão - LeonatoOnde histórias criam vida. Descubra agora