• RG
Hoje era sexta-feira, o dia em que o namorado da minha mãe e seu filho se mudariam para nossa casa. Minha mãe estava preparando o jantar para recebê-los, e a Dani a ajudava, enquanto eu e o Gui arrumávamos a casa. Eu estava arrumando o quarto do Léo, mesmo sem vontade. Decidi que iria tratá-los bem e dar uma chance para conhecer melhor o Luiz. A última vez que ele veio aqui, eu não estava, pois tinha viajado com o Renan. Ainda não o conhecia pessoalmente, apenas pelas ligações que minha mãe me obrigou a fazer com ele.
Peguei uma colcha quentinha e a coloquei dobradinha sobre a cama. Varri o quarto e lavei rapidamente o banheiro. Terminei de ajeitar tudo e fui tomar meu banho. Eu iria buscá-los no aeroporto, então precisava ir logo para não me atrasar e evitar a bronca da dona Irene. Tomei um banho rápido e vesti uma bermuda jeans. Olhei o relógio e já marcava 17 horas. O Luiz e o Léo chegavam às 17:30. Apressado, terminei de me arrumar e desci para a cozinha para avisar minha mãe que já estava saindo, pois o aeroporto é meio longe de casa.
— Mãe, já estou indo. — Avisei para a mulher que estava parada em frente ao fogão, mexendo em algo na panela. Ela se virou para mim e se aproximou.
Irene: Viu, cuidado, trate-os bem, tá bom?
Ela ajeitou a gola da minha blusa e me deixou um beijo na bochecha. Dei um sorriso fechado e balancei a cabeça em concordância com as recomendações da mais velha. Deixei um beijo em sua testa e me afastei. Peguei a chave do meu carro e saí de casa. Entrei no automóvel que estava parado em frente e, sem demora, dei a partida em direção ao aeroporto.
𝗔𝘃𝗶ã𝗼 | 𝗔𝗲𝗿𝗼𝗽𝗼𝗿𝘁𝗼
• LR
Já era sexta-feira, o dia de me despedir da minha cidade e do meu amigo, o momento que eu menos queria. Meu pai havia me acordado cedo para irmos até o aeroporto. No dia anterior, já havia preparado minhas malas com as coisas mais importantes, então só precisava tomar um banho e me despedir do meu cantinho favorito, que era o meu quarto. Confesso que estou com muito medo dessa mudança. Só de pensar que minha vida vai mudar completamente, sinto minha ansiedade atacar. Saber que terei que me adaptar a um lugar totalmente desconhecido me deixa sem ar. Esta não era a primeira vez que estávamos nos mudando, e só em pensar que de todas as outras vezes não tive experiências boas me faz querer desistir. Mas não iria fazer isso, pois queria ver a felicidade do meu pai.Estávamos no aeroporto agora e faltavam poucas horas para o embarque. O Thiago estava ali comigo, me dando coragem e tentando me acalmar, já que minha ansiedade resolveu dar um oi logo pela manhã. Ele segurava minhas mãos e me ajudava a respirar fundo. Meu pai estava resolvendo nossas coisas e despachando nossas malas.
Thiago: Nego, eu preciso que você respire junto comigo...
Apenas concordei com a cabeça e segui o Thiago, tentando controlar minha respiração que estava desregulada. Após um tempo, consegui me acalmar. Fiquei conversando com ele, tentando não pensar tanto. Meu pai voltou e, poucos minutos depois, escutamos o chamado para o nosso voo. Levantei-me junto com o Thiago e meu pai.
Tiago: Tchau, nego, final do ano a gente se vê!
Ele veio até mim e me abraçou forte. Passei os braços pela cintura do garoto e retribuí o abraço com força. Eu iria sentir falta de tê-lo pertinho para me apoiar em tudo. Thiago é meu melhor amigo e o melhor que eu poderia ter conhecido.
— Tchau, Thi, não se esqueça de mim, viu? Eu te amo, nego.
Thiago: Eu também te amo, Léo. Se divirta lá e dê um abraço bem apertado na Naty por mim. No final do ano, eu vou ver vocês.
Após um grande chororô e palavras bonitas, me despedi do meu amigo e da minha cidade, o lugar onde nasci e fui criado pelo homem mais especial da minha vida. Tudo que faço é por ele, pelo cara que foi forte mesmo em meio aos problemas e me criou da melhor maneira, proporcionando tudo de bom para mim. Segurei a mão do meu pai e sorri para ele. Entramos na área de embarque e logo embarcamos no avião. Sentei-me na minha cadeira, perto da janela, e meu pai se sentou ao meu lado. Olhei pela janela e pude ver a cidade ficar pequenininha à medida que o avião subia...
𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu meio irmão - Leonato
FanficRenato Garcia sempre foi uma criança alegre que espalhava felicidade por onde passava. Porém, há quatro anos, ele se tornou uma pessoa fria e reservada. O motivo? Seus pais passaram a brigar muito, e as discussões e agressões por parte do pai mexera...