Meu meio irmão - Leonato

Falta um dia...

• LR

Já fazia uma semana que estava em
Londrina. Durante esse tempo, não fui para a escola devido às papeladas que meu pai tinha que resolver sobre minha matrícula. Na segunda, eu já conheceria a nova escola. Durante essa semana, me aproximei bastante da Dani e do Gui. Eles são muito divertidos e engraçados. O Gui tem uma fissura enorme por coisas inúteis, e é sério, ele tem um armário só disso. Já a Dani gosta muito de joias e tem uma gaveta cheia delas. Quanto ao Renato, não o vejo muito. Se ele não está na escola, está trancado no quarto ou em alguma festa. Trocamos pouquíssimas palavras durante esse tempo, parecia que nem morávamos na mesma casa. A Dani me contou um pouco sobre eles e disse que o Renato antes era totalmente diferente e divertido, assim como o Gui. Ela falou que eles se pareciam muito em personalidade. Fiquei encantado pelas coisas que ela contava dele, queria tê-lo conhecido há mais tempo para poder ver mais dessa personalidade do mais velho.

Nesse momento, estava eu e a Dani deitados no sofá assistindo "A Cinco Passos de Você". Com um bom coração mole, meus olhos estavam repletos de lágrimas, assim como os da Dani. Escutei a porta da frente ser aberta e vi o Renato entrando em casa e vindo até a sala. Limpei meus olhos e me mantive quieto.

Reh: Essa é a décima vez que você vê esse filme e ainda chora, Daniela?

Olhei para a menina ao meu lado e seu rosto estava banhado em lágrimas, mas a cena estava engraçada porque ela comia a pipoca e chorava horrores. Dei risada e a abracei de lado.

Dani: Eles tinham que conseguir ficar juntos.

A menina falou com a voz embargada pelo choro. Dei risada para não chorar junto com ela. O final do filme era triste, mas a decisão de Will foi importante para manter os dois bem. Às vezes, no amor, precisamos sacrificar nossos sentimentos para ver o outro bem.

Reh: Que besteira, o filme nem e tão emocionante...

Franzi o cenho com a fala do garoto. Como alguém poderia ser tão sem coração assim? O final daquele filme era extremamente emocionante e triste ao mesmo tempo. Fui tirado dos meus pensamentos com a voz do garoto.

Reh: Melhor você ir dormir, Léo. Amanhã saímos cedo, não quer se atrasar no seu primeiro dia de aula, né?

Confesso que fiquei surpreso quando a fala dele foi direcionada a mim. As raras vezes que nos falamos, sempre fui eu que tomei a iniciativa. Dei um sorriso feliz por parecer que finalmente o mais velho "percebeu" minha presença, já que na maioria das vezes ele fingia que eu não estava no mesmo cômodo que eles.

— Verdade, já vou subir! — Me afastei da Dani deixando um beijo em sua testa e me levantei. — Você também deveria ir dormir, Dani.

Dani: Eu já vou, só vou assistir mais um filme.

Balancei a cabeça em concordância e dei boa noite para a menina antes de subir as escadas. Já vazias, já que Renato já tinha ido para seu quarto. Entrei no meu quarto, que era na frente do quarto do Renato, e fui direto para o banheiro tomar um banho. Depois que saí do banheiro, vi meu celular tocar e na tela brilhava o nome do Thiago. Sorri e atendi, passei horas conversando com ele até que me ajeitei para dormir.

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Havia dormido e nem tinha percebido, mas infelizmente fui acordado com barulhos vindos do quarto da frente, o quarto do Renato. Nosso quarto era em andar diferente dos outros, então acredito que ninguém tenha ouvido. Me levantei da cama e me aproximei da porta do meu quarto. Escutei um barulho abafado de algo quebrando e me preocupei. O que será que estava acontecendo dentro do quarto do outro? Abri minha porta devagar e fui me aproximando aos poucos da porta dele. Um barulho alto de vidro se quebrando pôde ser ouvido, me assustei com uma voz preocupada vindo do final do corredor.

Dani: O que está acontecendo? Que barulheira é essa?

— Não sei, tá vindo do quarto do seu irmão. — Apontei para a porta e vi a menina correr até lá e bater algumas vezes, chamando o nome do moreno.

Dani: Reh, você está bem?

Escutamos um "sim" baixo vindo de dentro do quarto e logo o silêncio se instalou atrás da porta. A Dani girou a maçaneta, mas a porta estava trancada.

Dani: Que barulho foi esse, Renato?

A menina perguntou, mas nada foi ouvido. Fui até ela e a afastei da porta.

— Não deve ter sido nada de mais, amanhã a gente pergunta para ele, tá bom? — Ela concordou e assim cada um foi para seu quarto. Confesso que fiquei pensando no que aconteceu até cair no sono.