"Tente me perguntar."
Tongrak não entendeu a si mesmo ou por que pronunciou aquela frase. Mas assim que ele ouviu as palavras... Você pode ficar mais um pouco?... seu coração bateu tão forte que ele temeu que o jovem pudesse ouvi-lo. Ele hesitou, embora não devesse. Ele sentiu coisas que não deveria porque finalmente era hora de voltar para casa, para os amigos, para as luzes e cores que ele amava. Ele não precisava ficar preso em uma ilha apenas com o mar e esse homem. Mas porquê... quando olhou para o rosto do homem, perguntou-se:
O que ele estava esperando?
O jovem escritor franziu os lábios com força, não gostando do comportamento derrotado de Mahasamut.
Não era como se ele conhecesse bem esse cara. Eles não se conheciam há nem duas semanas. Mas olhando para aqueles olhos confiantes e ousados, aqueles olhos penetrantes que nunca temiam as consequências, agora se afastando dele, alegando que tudo era uma piada para ser ridicularizado, ele quis dizer:
Então pergunte. Pergunte-me se posso ficar.
"Posso realmente dizer isso?"
Por que você não pode?
Tongrak queria gritar a pergunta. Esse homem teve a coragem de invadir seu quarto, pegar seu cartão-chave, jogá-lo em um barco, colocá-lo em uma motocicleta, colocá-lo em uma motocicleta de carga e até fazê-lo chorar. O homem que o convidou para eventos comunitários, para mergulhar, para observar as estrelas, para fazer tantas coisas. Mas por que ele não podia pedir para ele ficar?
"Tente me perguntar com sua segunda voz."
Ele sempre foi tão ousado e provocador, então por que não podia usar sua juventude como desculpa para convidar alguém mais velho como ele?
Tongrak ficou irritado ao olhar para o jovem alto e silencioso de boca fechada.
Ele estava impaciente.
"Se você perguntar, posso simplesmente ceder", Tongrak se viu incentivando Mahasamut a falar.
Porque ele não tinha mais desculpa para ficar na ilha.
Os pensamentos dos dois homens, indo em direções opostas, encheram de silêncio a velha casa. Tongrak olhou dentro daqueles olhos profundos com um olhar trêmulo.
Você não vai perguntar, né?
Será que um momento que ele nunca havia encontrado antes na vida estava prestes a escapar?
Tongrak franziu os lábios com força. De repente, ele se lembrou de sua agenda. Se ele se recusasse a subir ao palco no evento do livro e pedisse para submeter o manuscrito sempre que estivesse concluído sem prazo, se dissesse a Khaimook para informar todas as editoras que não tinha novas vagas disponíveis, se não tivesse que mostrar participando de qualquer casting para aumentar a classificação com sua fama de escritor, ele seria capaz de encontrar uma desculpa para visitar esta ilha novamente?
Ou teria que esperar Khom voltar do Canadá e depois dizer que queria visitar o mar perto de sua casa?
O jovem escritor ponderou tudo em sua cabeça, sem entender por que sentia tanta urgência.
Mas antes que ele pudesse decidir qualquer coisa, uma mão quente tocou seu pescoço, descendo até agarrar seu ombro.
"Você me disse para tentar perguntar, não foi?"
"...Sim."
Vá em frente, pergunte.
Tongrak olhou nos olhos do homem brincalhão, que agora parecia sério e severo.
