Duas metades de um inteiro

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Oh esse capítulo é assim p0rn0grafico real então vc foi avisado que é +18 - lembrem do cap 1, e do extra sobre lupinos!

Bora








"Eu quero te foder como um animal, eu quero te sentir por dentro, eu quero te foder como um animal. Toda minha existência é defeituosa, você me deixa perto de Deus."

Closer – Nine inch Nails







Dor.

Uma dor que nenhuma outra espécie vivente ou que já existiu poderia compreender. Uma parte sua foi perdida, arrancada e armazenada longe de si.

Era assim que um lobo se sentia ao se afastar da sua metade. Parecia exagero, mas tal instinto primitivo foi o que manteve os lobisomens como espécie topo de cadeia por milhares de anos. A necessidade de estar próximo do seu par, dia após dia, mantinha as primitivas matilhas vivas. O desejo avassalador que uma metade sentia da outra, garantia próximas gerações. O próprio pareamento aparentemente aleatório era uma forma inteligente de seleção genética, onde cada par literalmente completava o outro para gerar uma nova vida mais adaptada. No passado, vários métodos eram utilizados para assegurar o imprint. Assim que as partes se encontravam, um marcaria seu cheiro no outro, impedindo qualquer chance de um terceiro desejar seu par. O inprint ocorria através do cheiro, mesmo que um omega não quisesse, assim que ele sentisse o cheiro da sua metade, mudaria seu comportamento e tudo que seria capaz de pensar era seu par. O mesmo para alfas. O cheiro era tão potente que modificava comportamentos, emoções e intensificava brutalmente o instinto de protetor.

Com a evolução, imprints ficaram mais raros assim como os impulsos provocados por eles. Invés do casal transar na primeira nota olfativa, as coisas podiam ser feitas com mais calma, seria confundido com uma leve obsessão ou atração irreparável, apenas traria sofrimento mental. Mas após o primeiro contato íntimo, todos instintos voltariam como um lupino primitivo o sentia.

Dor.

Por isso doía tanto.

Ele se embebedou do cheiro, da pele, da força, do peso, dos lábios, dos centímetros.

Não havia mais volta.

Por isso nunca quis de verdade outros alfas. Porque o seu já existia, apenas em uma apresentação inesperada.

Park podia questionar se vampiros eram capazes de imprint, mas o fato dele sentir era prova suficiente. Podia não ser comum, mas era possível.

Agora o desejo era similar a agulhas pinçando dolorosamente a pele do lobo. A ausência do necessário cheiro provocava uma sensação de solidão extrema, a falta da voz criava um silêncio ensurdecedor. Todos os centímetros do seu corpo imploravam por Jungkook para poder viver.

Isso por si só seria facilmente solucionado. Nenhum imprint era unilateral, logo ele necessitava de Jimin tanto quanto o loiro o necessitava. Era só ir e reclamar o que era seu.

Simples.

O grande problema residia nas imagens que passaram sua mente, na confusão mental, no questionar de sua sanidade mental. Park sabia que havia partes da sua vida que não tivera memórias. Mas se em algum momento, tivesse conhecido seu par, nem a morte o faria esquecer. Então como parecia ter memórias incompletas de uma vida? Sua mente produziu tudo? O imprint seria capaz de confeccionar realidades para o fazer buscar seu par?

Não fazia sentido nenhum.

Sobre o esforço de sua dor imensa, duvidava da sua própria cabeça.



Sonhos de Prata || PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora